01
Nov11
UM POENTE DIFERENTE, À BEIRA-TEJO - Cavalo desenhado a ferro e fogo
Maria João Brito de Sousa
Quis falar do Mondego e, na verdade,
É desta foz do Tejo que vos falo,
E cresce cá por dentro a voz que calo
Pr`a conter as saudades sem saudade.
Solta-se o sonho oblíquo à claridade
E a linha de horizonte é um cavalo
Que não sei se lá está, se imaginá-lo
É mera ilusão de óptica, ou vontade,
Pois galopa um poente à beira Tejo
Rumo a estranhas lonjuras que nem vejo
Por estarem tão além do meu futuro
Que, do que vi, me sobra o claro espanto
De um cavalo-solar que aqui levanto
Rasgando, a ferro e fogo, um céu já escuro.
Maria João Brito de Sousa – 01.11.2011 – 16.00h