22
Out11
O ABRAÇO DA LUZ DO MEU POENTE
Maria João Brito de Sousa
Dei-te um mar inocente e virginal,
Mas telúrico e quase incandescente,
A brotar desse anseio universal
De ser muito mais mar do que era gente
E nesse mar selvagem, sensual,
Da onda mais revolta e mais urgente,
Não soubeste deixar-me outro sinal
Pr`além do gene instável da semente…
De quanto mergulhaste, vertical,
Assim que o sol, a pino, se fez quente,
Perdeu-se-te a mensagem, no final,
E, enquanto o sol se põe, mesmo à tangente,
Eu crio, noutro mar mais ficcional,
Cada raio de luz do meu poente...
Maria João Brito de Sousa – 22.10.2011 – 15.00h