16
Out11
UM TUMULTO A SUBIR DAS PROFUNDEZAS
Maria João Brito de Sousa
Hoje, nem bem, nem mal, nem coisa alguma…
Nem o silêncio impôs a reflexão,
Nem um murmúrio só, dizendo "não"
Às minhas mãos cerradas como bruma
E dispersa-me a onda nesta espuma
Como se, ao ser negada uma razão,
Tudo se reduzisse à dimensão
Das lutas que se perdem, uma a uma…
Hoje… nem bem, nem mal! Ninguém diria
Que ontem saiu à rua a rebeldia
Vestida com as cores de mil certezas,
Porque hoje, ao acordar, nada se ouvia
(... mas, quem estivesse atento, sentiria
um tumulto a subir das profundezas…)
Maria João Brito de Sousa – 16.10.2011 – 16.32h