03
Ago11
QUE POSSO EU?
Maria João Brito de Sousa
Que posso contra a força da consciência
Se ela me eleva a mão, me exalta a voz,
Se se me impõe além do que é prudência
E lança ao mar na casca de uma noz?
Eu nada posso, ó clara transparência,
E entrego-te este leme quando, a sós,
Confio – quem o sabe? – na clemência
Daqueles que chegarão depois de nós
Se pedes muito mais que o evidente,
Se assim vais empurrando, sempre em frente,
A vaga das palavras que aqui escrevo,
E, estando em mim, tu és de tanta gente,
Como posso negar-te o meu presente
Que lega no futuro o sal que eu devo?
Maria João Brito de Sousa – 03.08.2011 – 20.18h