25
Mai11
MEU RIO, MEU IMENSO, INSUSTENTÁVEL RIO
Maria João Brito de Sousa
Minha canção das margens inconstantes
Rasgando a pradaria dos sentidos,
Meu rio de águas revoltas mas brilhantes
A começar do nada, em tempos idos,
Minha ribeira brava dos instantes
Que acrescentaste aos dias já vividos,
Das lonjuras, dos sonhos mais distantes
Que à partida me foram prometidos,
Meu leito, derramando em terra ardente
O abraço da vontade que não morre
Do riso que descrê, mas não desiste,
Meu líquido poema omnipresente
Nas águas de um futuro que dele escorre
E à qual, embora querendo, não resiste.
Maria João Brito de Sousa – 24.05.2011 – 15.17h