19
Fev08
A FILHA PRÓDIGA
Maria João Brito de Sousa
Agora é que começo a conhecer
Este eu que um dia fui e reneguei
Perdida noutro espanto a que entreguei
Um milhão de poemas por nascer
*
Mas esse humano amor... tinha de ser;
Fui amante, fui mãe e... já voltei.
Hoje recordo o muito que criei
E sei que nunca me hei-de arrepender.
*
Agora a filha pródiga voltou
Nas asas dum poema, ou dum cometa,
Fechada como um punho, ou como um nó
*
E quanta poesia ela criou
A abraça e vai pedindo que prometa
Que nunca mais a torna a deixar só.
*
Maria João Brito de Sousa