07
Jan11
A FORTALEZA
Maria João Brito de Sousa
Cobriram-me de pétalas de rosa
E deram-me o plural das transparências;
Inexpugnável fui, nas aparências,
Qual “persona non grata”, mas famosa,
Apenas por escrever poema e prosa
E por não ter temido as divergências,
Mas calam-se-me as mãos e, toda ausências,
Já seiva alguma faz de mim viçosa…
Do que de mim guardei, pouco mais dou;
Devolvo-vos a rosa, enquanto vou
Subindo a fortaleza inacabada
Que também passará, como passou
A força que a subida me roubou
Mas que aqui permanece bem guardada.
Maria João Brito de Sousa – 05.01.2010 – 18.45h