21
Dez10
A BEM DA VERDADE
Maria João Brito de Sousa
Noutro ponto qualquer desta viagem,
Num dia a que não sei dizer o nome,
Encontrarei, talvez, força e coragem
Pr´a negar esta absurda, humana fome.
Terei, enfim, traçado a minha imagem
E não haverá mundo que me dome
Pois serei, de quem fui, simples miragem
A diluir-se na luz em que se some.
Será num tempo ainda por chegar,
No desaguar de um rio que ruma ao mar
Na barca destas tábuas que talhei…
Será onde eu couber, mas há-de ser!
E é tudo o que, pra já, posso dizer
Porque, a bem da verdade, eu nada sei!
Maria João Brito de Sousa – 20.12.2010 – 19.59h