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Dez10
O NASCIMENTO DA PALMEIRA - Uma perspectiva metafísica
Maria João Brito de Sousa
Na tarde imaginária e soalheira
De um pedaço de terra por escrever,
Isolada, crescera uma palmeira
Junto a um curso de água por nascer.
Ninguém soube dizer se era a primeira
Pois não teve ninguém pr`á receber
E ninguém nos dirá se a derradeira
Pois sei que mais ninguém a pode ver.
Na tarde calma despontou, contudo,
Fazendo ouvir um estranho apelo mudo
Que não seria audível pr`a ninguém.
Nasceu, mas foi por pura antinomia
Ou mera sugestão de uma ironia
Que a neguei mas que quis nascer, também.
Maria João Brito de Sousa – 14.12.2010 – 19.12h