18
Nov10
CATA-VENTO
Maria João Brito de Sousa
É tão paradoxal, o que me leva
À estranha gestação dos meus poemas
Que eu nunca sei se deva, ou se não deva
Buscar, no cata-vento, alheios temas…
Se assim, não procurando luz ou treva,
Recebendo, do mundo, tão apenas,
O sopro deste vento que me leva,
Sem premeditações e outros problemas,
Sem ter leme visível, sem que a vela
Se enfune em direcções que eu planeei,
Absorvendo somente o que encontrar,
O poema docilmente se revela,
Porquê forçá-lo, então? Não escreverei
Palavras que outro alguém tente instigar!
Maria João Brito de Sousa – 17.11.2010 – 18.46h