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Set10
O DESENROLAR DOS TEUS DIAS
Maria João Brito de Sousa
Tu estavas em silêncio, os olhos postos
Na imensidão do mar dentro de ti
E, por fora de ti, estavam mil rostos
Curiosos de te verem por ali.
Teus olhos nada viam; nem desgostos,
Nem medos ou razões. Dentro de si,
Os outros, os que te iam sendo impostos,
Tremiam, tal e qual como eu tremi.
Tu estavas em silêncio, mas não estavas
Ali, onde o rugir das ondas bravas
Assustava os demais que as contemplavam
E nesse teu silêncio me bastavas,
Sem que desses por mim me conquistavas
E era assim que os teus dias se passavam…
Maria João Brito de Sousa – 07.09.2010 – 11.41h