09
Set10
OS OCULTOS E OS MENOS VISÍVEIS
Maria João Brito de Sousa
Amo as rosas, que planto, e o seu espinho
Que, insurrecto, as consola e as defende;
Da rosa, creio sempre no carinho,
Do espinho, quanto dele se subentende.
Amo, também, a flor do rosmaninho
E a chã erva-moirinha que se estende,
Insubmissa, rompendo o seu caminho,
Pois quanto menos vista, mais me prende…
Creio em mil coisas em que ninguém crê
E desdenho outras mil que todos querem!
Mas porque é que será que eu amo assim
Mil coisas que, afinal, mais ninguém vê?
[e não abdico, mesmo quando ferem,
das mais humildes ervas de um jardim…]
Maria João Brito de Sousa – 01.09.2010 – 21.28h
Imagem retirada da internet