20
Ago10
TELA III
Maria João Brito de Sousa
Será por mim, jamais por quem não sinto,
Nem senti, nunca, sombra de empatia,
Que encaixo as pontas soltas deste instinto
Que transporta a palavra à melodia,
Mas sois muito bem-vindos ao recinto
Que engloba este universo e gostaria
De abraçar-vos na cor de quanto eu pinto
Sobre o branco que a tela me of`recia...
Bem-vindos sede, pois, à fome, à sede,
E à chama deste fogo insaciável
Que me vai consumindo, como vela,
Em função do poema, numa rede
Que é palco do projecto inalcançável
De quem lavra, em soneto, a branca tela...
Maria João Brito de Sousa - 19.08.2010 - 13.30h
Nota - Soneto reformulado a 07.09.2015