18
Ago10
QUANDO EU MORRI
Maria João Brito de Sousa
Quando eu morri, voltei para entender-me
Com as coisas que a vida me negara
E, talvez, para, enfim, reconhecer-me,
Redescobrir, num rosto, a minha cara…
Não me sabia nesse anteceder-me
À noite, sendo ainda manhã clara
E quando a madrugada veio ver-me
Encontrou este pouco que sobrara…
Mas, quando morri mesmo e percorri
A estrada que se julga ser final
E, depois fiz, inverso, esse caminho...
Não sei por que razão me decidi
A este recomeço vertical
Do mundo acidental do que adivinho!
Maria João Brito de Sousa