ENQUANTO A MINHA TERRA VAI ARDENDO...
(Soneto em decassílabo heróico)
Enquanto a minha terra se incendeia,
Outro enlutado céu se vai doirando
E, à pressa, se evacua uma outra aldeia
De que se vai o fogo aproximando,
Surge, em mim, de repente, estoutra ideia
E, sem me arrepender, vou escrevinhando
Que, na terra que as chamas vão lavrando
Em mim, é outro o fogo que se ateia
E, sem remorso algum - porque inocente… -,
A pequenina chama dos poemas
Já lavra no meu peito e vou escrevendo…
Não me apodem, contudo, de indiferente!
Apenas vou cantando os meus problemas,
Enquanto a minha terra vai ardendo…
Maria João Brito de Sousa – 12.08.2010 -22.07h
À Zilda Cardoso e ao Artesão Ocioso
que, esta tarde, me fizeram reflectir, mais
longamente, sobre o sentido do conceito de culpabilização.
Ao Verão escaldante da minha pobre terra.
Imagem retirada da internet