11
Ago10
A SIBILINHA
Maria João Brito de Sousa
Olhei-te sem te olhar. Tu balançavas
As longas pernas sobre o velho muro
E, contemplando as nuvens, gargalhavas
Enquanto o dia se ia pondo escuro.
Depois veio o trovão, como esperavas,
- porque tu conhecias o futuro! –
E as águas dos céus, que comandavas,
Jorraram sobre ti, de modo impuro…
Assim te vi, assim te descrevi.
Talvez existas num qualquer lugar,
Talvez sejas tão só uma invenção,
Mas, existas ou não, já percebi
Que, a mim, só me interessava mergulhar
Na tua incomparável solidão…
Maria João Brito de Sousa – 10.08.2010 – 23.51h
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET