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Jul10
O CONFRONTO II
Maria João Brito de Sousa
Eu visto este insepulto simulacro
Do corpo a que estar viva me condena
E rasgo, véu a véu, o gosto amargo
De tudo o que nascer da minha pena…
Quantas vezes luzi por entre os astros?
Em que órbitas se traça a estranha cena
Da colisão estelar, nos céus mais vastos,
Quando a nossa visão se torna plena?
Ah, que estranhos caminhos nos apontam
A morte e o nascimento de uma estrela
E esse imenso caos do seu confronto!
Majestosos titãs, quando se encontram
- de uma grandeza absurdamente bela! –
E, à vista desarmada, um mero ponto…
Maria João Brito de Sousa – 29.07.2010 – 00.02h
Imagem retirada da internet