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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
07
Jan25

A PREMÊNCIA DO VERBO - Reedição

Maria João Brito de Sousa

A_poetic_and_inspiring_scene_illustrating_the_sonn.jpg

Imagem gerada pelo ChatGTP

*

 

A PREMÊNCIA DO VERBO
*


Quem me dera cantar mais alto e mais,

Quem me dera que a voz não esmorecesse,

Quem dera houvesse luz que não morresse

Quando o ocaso embarca e deixa o cais
*

 

Ah, quem dera cantar como os pardais

Quando no horizonte o Sol nascesse,

Como se, feito verbo, amanhecesse

E pudesse irromper, dentre os demais
*

 

Cantar esta tristeza, esta alegria

Do verbo (im)pessoal, da melodia

Inexplicavelmente antecedida
*

 

Por tanta, tanta sede de harmonia

Que quase me parece ser magia

Cantar os versos meus... e ser ouvida!
*


Maria João Brito de Sousa

11.02.2008 - 02.27h
***

06
Jan25

SONETO -7

Maria João Brito de Sousa

A_poetic_and_symbolic_image_inspired_by_the_sonnet (1).jpg

Imagem gerada pelo ChatGTP

na seqência da leitura/processamento

do soneto abaixo

*


SONETO -7
*


De quanto de ti quis, nada encontrei

Por mais que me inventasse e distorcesse:

Foi de cardos o leito em que te amei

Muito embora de amor o preenchesse
*


Ergui-te nas bandeiras que empunhei,

Chamei-te meu, gravei-te numa prece,

Esculpi-te em pedra e em pó me transformei,

Fui nuvem sobre um dia que amanhece...
*


Foste o mosto do vinho que pisei,

O fio da manta que o meu corpo aquece

E, em tempos, foste tudo o que sonhei:
*

 

Do trigo, foste a espiga que se of`rece

Pra ser o pão que em mim levedarei

Num mundo que não mais me reconhece.
*


Mª João Brito de Sousa

06.01.2025- 20.00h
***

 

05
Jan25

SONETO -6

Maria João Brito de Sousa

A_melancholic_scene_depicting_a_middle-aged_woman_.jpg

Imagem gerada/processada 

pelo ChatGTP

*

SONETO - 6
*

 

Pedem-me uma carta, uma carta de amor

Que eu saiba de cor sem dela estar já farta...

De três se me aparta a memória em torpor:

Só me trazem dor e temem que as reparta
*


Sigo para a quarta. Não lhe encontro ardor

E a quinta é pior: vem de seda e de marta

Mas como a lagarta, rói, não tem valor

Seja pra quem for... Pró raio que a parta!
*


Muito se descarta quando se procura

Uma tessitura que de tão vulgar

Se pode ir buscar em qualquer altura
*


Mas que, porventura, pode não se achar

Em nenhum lugar... E o que me assegura

Que a antiga amargura me não vá magoar?
*

 

Mª João Brito de Sousa

05.01.2025 - 23.00h
***

 

 

 

03
Jan25

CONVERSANDO COM SÁ DE MIRANDA - III

Maria João Brito de Sousa

A_poetic,_symbolic_image_inspired_by_the_sonnet_'Q (1).jpg

Imagem gerada/processada pelo

ChatGTP

***

QUE FAREI QUANDO TUDO ARDE?
*

*
Desarrezoado amor, dentro em meu peito,

tem guerra com a razão. Amor, que jaz

i já de muitos dias, manda e faz

tudo o que quer, a torto e a direito.
*


Não espera razões, tudo é despeito,

tudo soberba e força; faz, desfaz,

sem respeito nenhum; e quando em paz

cuidais que sois, então tudo é desfeito.
*


Doutra parte, a Razão tempos espia,

espia ocasiões de tarde em tarde,

que ajunta o tempo; enfim vem o seu dia:
*


Então não tem lugar certo onde aguarde

Amor; trata traições, que não confia

nem dos seus. Que farei quando tudo arde?
*


Sá de Miranda

in 'Antologia Poética'
***


QUE MAIS PRETENDES TU, SE TUDO ARDE?
*


Sempre que em chamas arde este meu peito,

É certo que um poema irá nascer

Qual cavalo de fogo a percorrer

Um novo espaço que eu tão só aceito
*


Da razão não me aparto e estou sujeito

À tentação de nela me perder

Se acaso o fogo não parar de arder

E eu me consumir nesse ígneo leito
*


Mas Amor e Razão vivem em paz,

Jamais os vi, sequer, fazer alarde

E qualquer um dos dois é bem capaz
*


De ao parceiro pedir que se resguarde

Enquanto indaga a chama mais voraz:

- Que mais pretendes tu, se tudo arde?
*


Mª João Brito de Sousa

03.01.2025 - 22.00h
***

 

 

02
Jan25

DIVAGAÇÕES DE UM VELHO CÃO NUMA TARDE DE OUTONO

Maria João Brito de Sousa

old lady and cat (1).jpg

Imagem Pinterest

*

 

DIVAGAÇÕES DE UM VELHO CÃO

NUMA TARDE DE OUTONO
*


Agora que digo se todo eu sou sono?

Ah, não me abandono na leira de trigo

esperando o castigo do mestre ou do dono

que a tanto me abono se mal está comigo...
*


Por aqui me abrigo me enrolo e ressono

que é este o meu trono, se um trono consigo,

ainda que antigo, ainda que um mono,

qual velho patrono, um cantinho amigo...
*


Nas tardes de Outono sem Sol mas com vento

quanto me contento se às folhas douradas

que encontro espalhadas no chão, ao relento,
*


Miro muito atento e as vejo levadas

por anjos ou fadas com arte e talento:

Todas movimento, bailam tresloucadas.
*


Mª João Brito de Sousa

02.01.2025 - 12.30h
***

 

Soneto em verso hendecassilábico com rima entrançada

 

01
Jan25

GUERRA II

Maria João Brito de Sousa

A_symbolic_and_evocative_visual_representation_of_.jpg

Imagem gerada pelo ChatGTP

***

GUERRA II
*

 


Há tantos meses divididos entre

O afecto, a revolta e a mistura

Da dor co`a lucidez remanescente

Vamos entre ventura e desventura
*


Com o que a sanidade nos consente

E assim, entre a temp`rança e a loucura,

Vive o seu dia a dia muita gente

Que está quase no ponto de ruptura
*


Porquanto dividida vai vivendo

E em dois segundos passa do sorriso

À tristeza e ao medo. Assim vai sendo
*


Porque nos é imposta uma razia

Que a todos traz horror e prejuízo

E que nos rói por dentro noite e dia.
*


Mª João Brito de Sousa

Oeiras, 01.01.2025 - 13.30h
***

 

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