Maria João Brito de Sousa
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SONETO - 4 *
Morou no meu olhar há muitos anos...
Não sei por que partiu mas foi-se embora
Sem dar aviso nem causar-me danos
Quando entendeu chegada a sua hora *
Na mala levou risos, desenganos
E aquela lucidez que o enamora...
Mas nunca mais voltou, cobriu de panos
Olhos e rosto. Jura que não chora! *
Quanto a mim, fugaz pouso do seu brilho,
Vi-o partir como quem olha um filho
Que sempre soube não lhe pertencer *
Morou-me no olhar? Morou em mim,
Mas todas as viagens têm fim
E - enfim! - é mesmo assim. Ou tem de ser. *
Mª João Brito de Sousa
29.11.2024 - 22.00h ***
Sonetos da Contagem Decrescente ***
publicado às 22:38
Maria João Brito de Sousa
"SEPARAÇÃO", Edvard Munch
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SONETO - 3 *
Se te propões vestir a cota em malha
E se a espada poliste, precavido,
Dá atenção ao escudo: se esquecido
Não te irá proteger desta batalha... *
Os pontos (IR)radiantes da metralha
Matar-te-ão muito antes que o ouvido
Os tenha detectado e deles fugido
E um míssel, meu amigo, nunca falha! *
Se a hora finalmente se aproxima
E tudo o que te resta é a paixão
Ou o rancor por quem os teus dizima *
Sobe à garupa do teu alazão
E uiva ou ruge a raiva que te mina
Pra que não morras sem dizer-lhe - Não! *
28.11.2024
Mª João Brito de Sousa ***
Sonetos da Contagem Decrescente ***
publicado às 15:59
Maria João Brito de Sousa
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Por aqui, faça favor
publicado às 21:02
Maria João Brito de Sousa
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Por aqui, por favor
publicado às 21:43
Maria João Brito de Sousa
NOVEMBRO DE MÁ MEMÓRIA!
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Em Novembro, aos vinte e cinco,
Deu-se o golpe traiçoeiro
Que algemou quem, com afinco,
Plantou cravos no canteiro, *
Amassou o pão que eu trinco,
Libertou um povo inteiro,
Deu-me as letras com que eu brinco,
Tornou livre o prisioneiro *
Aos vinte e cinco, em Novembro
- Ah, que mês de má memória! -
Foi assim, eu bem me lembro, *
Que ganhando alento a escória
Foi tentar, membro por membro,
Arrancar a Abril a glória! *
Mª João Brito de Sousa
14.06.2024 - 13.15h ***
(Sonetilho reeditado)
publicado às 00:01
Maria João Brito de Sousa
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Por aqui, se fazem favor
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publicado às 13:56
Maria João Brito de Sousa
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Por aqui , faça favor
publicado às 14:10
Maria João Brito de Sousa
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SONETO -2 *
Se remetida fui por altas vagas
Pra remotos ilhéus de céus sombrios,
Profundas fossas e negros vazios,
Esqueci-os no retorno às mansas plagas *
Vencidos os dragões, recolho adagas,
Retorno ao meu tear, teço os meus fios,
Desembaraço os nós - ontem senti-os
como promessas de outras duras sagas... - *
Recosto-me na areia olhando o Tejo
No ponto em que ele alcança o mar salgado:
Ou está feliz ou eu assim o vejo *
E eu, também feliz por ter voltado,
Não mais das altas vagas me protejo,
Antes deixo o meu espólio aqui gravado. *
Mª João Brito de Sousa
22.11.2024 - 09.40h ***
Sonetos da Contagem Decrescente ***
publicado às 10:30
Maria João Brito de Sousa
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Por aqui, se faz favor.
publicado às 14:50
Maria João Brito de Sousa
Tela de Luís Rodrigues
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SONETO -1 *
Não sei se terei forças pró fazer,
Mas tentarei partir como quem planta
Um cravo por abrir na terra santa
Onde, ao desabrochar, passou a ser *
Não sei se terei voz para o dizer
Mas tentarei cantar como quem canta
Com risos ou revoltas na garganta
Aquilo que sentir e que souber *
Que assim caminham vidas e mais vidas
Até, já desgastadas, se apagarem
E pela terra serem consumidas *
Mas se eu chorar plos vivos que ficarem
À mercê de tiranos genocidas,
Que o saiba quem me ouvir: é pra que os parem! *
Mª João Brito de Sousa
20.11.2024 - 20.30h ***
Sonetos da Contagem Decrescente
publicado às 20:39
Maria João Brito de Sousa
Mais uma vez, por aqui, façam favor
publicado às 20:25
Maria João Brito de Sousa
Por aqui , faça favor...
publicado às 22:21