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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
29
Nov24

SONETO -4

Maria João Brito de Sousa

the prince and the fox pint  copy (1).jpg

Imagem Pinterest

*

SONETO - 4
*


Morou no meu olhar há muitos anos...

Não sei por que partiu mas foi-se embora

Sem dar aviso nem causar-me danos

Quando entendeu chegada a sua hora
*


Na mala levou risos, desenganos

E aquela lucidez que o enamora...

Mas nunca mais voltou, cobriu de panos

Olhos e rosto. Jura que não chora!
*


Quanto a mim, fugaz pouso do seu brilho,

Vi-o partir como quem olha um filho

Que sempre soube não lhe pertencer
*


Morou-me no olhar? Morou em mim,

Mas todas as viagens têm fim

E - enfim! - é mesmo assim. Ou tem de ser.
*

 

Mª João Brito de Sousa

29.11.2024 - 22.00h
***

Sonetos da Contagem Decrescente
***

 

28
Nov24

SONETO -3

Maria João Brito de Sousa

Swparaçao Edvard Munch.jpg

"SEPARAÇÃO", Edvard Munch

*

SONETO - 3
*


Se te propões vestir a cota em malha

E se a espada poliste, precavido,

Dá atenção ao escudo: se esquecido

Não te irá proteger desta batalha...
*


Os pontos (IR)radiantes da metralha

Matar-te-ão muito antes que o ouvido

Os tenha detectado e deles fugido

E um míssel, meu amigo, nunca falha!
*


Se a hora finalmente se aproxima

E tudo o que te resta é a paixão

Ou o rancor por quem os teus dizima
*


Sobe à garupa do teu alazão

E uiva ou ruge a raiva que te mina

Pra que não morras sem dizer-lhe - Não!
*

 

28.11.2024

Mª João Brito de Sousa
***


Sonetos da Contagem Decrescente
***

25
Nov24

EM NOVEMBRO. EU CANTO ABRIL!

Maria João Brito de Sousa

cravo vermelho (5).jpg

NOVEMBRO DE MÁ MEMÓRIA!


*


Em Novembro, aos vinte e cinco,

Deu-se o golpe traiçoeiro

Que algemou quem, com afinco,

Plantou cravos no canteiro,
*


Amassou o pão que eu trinco,

Libertou um povo inteiro,

Deu-me as letras com que eu brinco,

Tornou livre o prisioneiro
*


Aos vinte e cinco, em Novembro

- Ah, que mês de má memória! -

Foi assim, eu bem me lembro,
*


Que ganhando alento a escória

Foi tentar, membro por membro,

Arrancar a Abril a glória!
*

 

Mª João Brito de Sousa

14.06.2024 - 13.15h
***

 

(Sonetilho reeditado)

22
Nov24

SONETO -2

Maria João Brito de Sousa

lady in the beach pint (1).jpg

Imagem Pinterest

*

SONETO -2
*


Se remetida fui por altas vagas

Pra remotos ilhéus de céus sombrios,

Profundas fossas e negros vazios,

Esqueci-os no retorno às mansas plagas
*


Vencidos os dragões, recolho adagas,

Retorno ao meu tear, teço os meus fios,

Desembaraço os nós - ontem senti-os

como promessas de outras duras sagas... -
*


Recosto-me na areia olhando o Tejo

No ponto em que ele alcança o mar salgado:

Ou está feliz ou eu assim o vejo
*


E eu, também feliz por ter voltado,

Não mais das altas vagas me protejo,

Antes deixo o meu espólio aqui gravado.
*

 

Mª João Brito de Sousa

22.11.2024 - 09.40h
***

 

Sonetos da Contagem Decrescente
***

20
Nov24

SONETO -1

Maria João Brito de Sousa

Telaa de Luís Rodrigues - Novembro 2024 acrílico e folha de Ouro (1).jpg

Tela de Luís Rodrigues

*

SONETO -1
*

 

Não sei se terei forças pró fazer,

Mas tentarei partir como quem planta

Um cravo por abrir na terra santa

Onde, ao desabrochar, passou a ser
*


Não sei se terei voz para o dizer

Mas tentarei cantar como quem canta

Com risos ou revoltas na garganta

Aquilo que sentir e que souber
*


Que assim caminham vidas e mais vidas

Até, já desgastadas, se apagarem

E pela terra serem consumidas
*

 

Mas se eu chorar plos vivos que ficarem

À mercê de tiranos genocidas,

Que o saiba quem me ouvir: é pra que os parem!
*

 

Mª João Brito de Sousa

20.11.2024 - 20.30h
***

 

 

Sonetos da Contagem Decrescente

 

Pág. 1/2

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