28
Jul10
NOS OLHOS DE QUEM CHORA
Maria João Brito de Sousa
Nos olhos desvendados de quem chora
Moram novas razões… quem o não sabe?
Antes que a luz se vá, que o dia morra,
Antes que o próprio choro se lhe acabe,
Antes do repensar de uma demora,
Antes desse soluço que os invade,
Antes que vá chegando a sua hora
E antes da razão que lhe não cabe,
Nos olhos de quem chora se desvenda
Um mar, todo inteirinho e revoltado
Por ondas gigantescas que só morrem
Quando houver quem ensine e quem aprenda
Que o mar que vem dos olhos é escusado,
Tal como o sal das lágrimas que escorrem.
Maria João Brito de Sousa