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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
09
Out23

CRAVOS DE ABRIL II

Maria João Brito de Sousa

Na varanda com a Mafalda e a Catarina.jpg

CRAVOS DE ABRIL II
*


Sobe, a Verdade, aos ramos desbastados

Do craveiro, inda em flor, dos seus direitos

E vê os cravos seus serem sujeitos

A desmentidos. Alguns, mais ousados,
*


A toda a hora são caluniados

E acusados de terem mil defeitos,

Ou de se desdizerem quando eleitos

Se forem por vilões manipulados...
*


Vira, a Verdade, os seus antepassados

Caçados como bichos, torturados,

Quebrados pela força ou já desfeitos
*


E teme agora que tão tristes fados

Voltem a repetir-se, convocados

Pela exacerbação dos preconceitos.
*

 

Mª João Brito de Sousa

09.10.2023 - 00.45h
***

 

08
Out23

CRAVOS DE ABRIL

Maria João Brito de Sousa

cravo vermelho (3).jpg

CRAVOS DE ABRIL
*

(Aos velhos e aos que ainda estão em botão)
*


Se hoje vivemos revestidos

Do que pisaram mal floriu

E se nos soam aos ouvidos

Gritos que mais ninguém ouviu
*


Cuidai então dos que, oprimidos,

Deram ao chão que em flor se abriu

A força imensa dos sentidos

Que a burguesia então traiu!
*


Sei que calais esta verdade

Como quem esconde um pecadilho,

Que vos encheis da saciedade
*


De um pai que o foi sem ter um filho

E só semeia crueldade

Em searas-bomba sem rastilho!
*

 

Mª João Brito de Sousa

08.10.2023 - 16.00h
***


Nota - O meu primeiro soneto em versos octossilábicos de compasso binário,
com acentuação tónica na quarta e oitava sílabas métricas.

 

 

05
Out23

OUTONO - Reedição

Maria João Brito de Sousa

eu com a paloma ao colo - 3 anos (3).jpg

Fotografia de António Pedro Brito de Sousa

*

OUTONO
*


Dobrado sobre si, colhe uma flor...

Colhe depois, mais outra e outra ainda

enquanto às folhas, uma a uma, alinda

com tons que fazem jus à sua cor:
*


Ao verde-vivo, doira em seu redor

num ciclo que não pára, que não finda

de honrar esta estação enquanto ainda

não há sinais de Inverno e de rigor
*


Então, mergulha a terra em fundo sono

ao deixá-la cinzenta, enregelada,

Assim que se retire o suave Outono
*


Mas, por detrás do gelo e da geada

que parecem votá-la ao abandono,

já outra Primavera aguarda, ousada.
*


Maria João Brito de Sousa

05.10.2018 – 12.11h
***

04
Out23

DOBRAR O BOJADOR - Reedição

Maria João Brito de Sousa

EU COM ROSINHA.jpg

DOBRAR O BOJADOR
*


Sonhei que enfim dobrava o Bojador...

Que bojador dobrei se em todo o lado

o encontrei mais forte e refinado

nas formas de causar-nos medo e dor?
*


Em sonhos o cruzei, navegador

de um velho mar, de um mar já navegado

pela barca dos sonhos engendrado

com remos, com velames, com motor.
*


Naufrágios, sempre os houve e no temor,

porque abundavam vagas e rochedos,

embati contra o velho Adamastor
*


Quando fugia dos meus próprios medos...

Acordei. Toda eu era suor

mas, ao monstrengo, roubei-lhe os segredos!
*


Maria João Brito de Sousa

04.10.2018 – 09.29h
***

04
Out23

DONA ELITE DE OLIGARQUIA & SA - Reedição

Maria João Brito de Sousa

Borrão de tnta (2).jpg

DONA ELITE DE OLIGARQUIA & SA
*
 

Das migalhas que ao povo atirava,

Dona Elite, pensando melhor,

Entendeu ser demais o que dava

E que ao povo sobrava vigor
*

 

Porque, quando a migalha abundava,

Poderia sentir-se um senhor

E atrever-se a sonhar que mandava

Em si próprio, apesar de “inferior”
*

 

Dona Elite, prevendo o pior,

Sem cuidar do que ao povo faltava

Comeu tudo o que, a si, lhe sobrava:
*

 

Comeu pobre e criado e senhor

E, por fim, sem notar quanto inchava,

Engoliu tudo quanto restava
*

 

Até ver que mais nada, em redor,

Preenchia o vazio que gerava

E onde, impante e rotunda, orbitava
*

 
Muito alheia ao seu próprio fedor.
*
 

Maria João Brito de Sousa

09.10.2013 – 18.42h
***

 

NOTA – Soneto em verso eneassilábico com dupla “coda” ou “estrambote”

 

02
Out23

"WHAT A WONDERFUL WORLD!" - Reedição

Maria João Brito de Sousa

O PEQUENO MUNDO DOS CRIADORES DE AFECTOS - MJBS.jpeg

"WHAT A WONDERFUL WORLD!"
*

 

O mundo, Amor, será maravilhoso

Mesmo depois de mim, quando no mar,

A minha velha Barca naufragar

Num Inverno qualquer, mais rigoroso

*

 

E se por um momento doloroso

Eu deixasse, no Mundo, de apostar,

Não teria sabido ao Mundo amar,

Nem desta Vida obtido qualquer gozo...
*

 

Ah, Mundo-Vida, quanto me prendeste

Pois, de quanto tiraste, mais me deste

Desta riqueza a que nem vejo o fim

*

 

Quando, por dentro, a chama me acendeste

Morra eu embora nalgum dia agreste,

Maravilhada vi-te aceso em mim!
*

 

Maria João Brito de Sousa

15.06.2016 - 14.22h
***

 

01
Out23

SONETO TERCEIRO- Reedição

Maria João Brito de Sousa

Eu e Guida Ricardo, 2013.JPG

Eu e Margarida Farrajota, 2013

Fotografia de Carlos Ricardo

*

SONETO TERCEIRO
*


Jovem não sou, nem Saudade é meu nome...

Tão pouco sou saudável e formosa

Mas não resisto a uma boa glosa

E, à minha Musa, não há quem a dome
*


Que essa me alenta a vida e ma consome

Numa contradição que me é preciosa

Embora mais pareça impiedosa

A algum olhar fugaz que aqui se assome...
*


Quão mais cortante o fio desta navalha,

Mais destemida fico, a mais me atrevo:

Pode algum verso ter defeito ou falha,
*


Posso até ir além do que o que devo

Mas, se tombar, que tombe na batalha

Deste meu temerário e louco enlevo!
*

 

Maria João Brito de Sousa

29.09.2021 -15.40h
***
Poema inspirado em dois sonetos à SAUDADE da autoria de Custódio Montes.

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