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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
30
Mar23

EU POSSO LÁ...

Maria João Brito de Sousa

DICOTOMIA (1).jpg

EU POSSO LÁ...
*


Eu posso lá vestir o meu burel

E fazer-me ao caminho como os mais,

Se a minha barca é feita de papel

E há tanto tempo que não sai do cais...
*


Eu posso lá pegar no meu pincel

Para imprimir na tela os meus sinais,

Se a mão me falha e se uma dor cruel

Me rouba os traços mais originais?
*


Mas o que ainda posso, ainda faço,

Muito embora avançando passo a passo

Sobre o chão de palavras que percorro:
*


Se, metro a metro, suo a caminhada,

Do suor com que rego essa calçada

Emergirão poemas, jorro a jorro.
*

 

Mª João Brito de Sousa

30.03.2023 - 21.45h
***

29
Mar23

DA ARTE DE BEM CAVALGAR UM SONETO

Maria João Brito de Sousa

Da arte de bem cavalgar o soneto.jpg

DA ARTE DE BEM GAVALGAR UM SONETO
*


A arte de bem cavalgar um soneto

Pede, antes de tudo, um ouvido apurado,

A extrema leveza de um vôo de insecto

E um pouco da garra de um bicho indomado...
*


Começa o galope, de início inconcreto,

Depois, em crescendo, mais bem concentrado

No espaço e no tempo. Seria incorrecto

Dizer que o soneto correu tresloucado
*


Até ao final do segundo terceto,

Pois já no primeiro está determinado

A seguir um rumo certeiro e directo
*


Para, finalmente, parar já cansado...

Em linhas gerais, se aceitares este repto,

São estas as "regras" do repto lançado!
*

 

Mª João Brito de Sousa

29.03.2023 - 22.15h
***

28
Mar23

QUIMERA - Reedição

Maria João Brito de Sousa

LA FEMME QUI PEIGNE (2).jpg

 QUIMERA
*
 
 
Trouxe-te a noite em asas de poema,
 
Levou-te uma manhã sem coração:
 
Foi-te a vida fugaz como ilusão
 
Mas deixou-me a saudade imensa, eterna...
*
 
 
Se tudo o que vivemos vale a pena
 
Teria o teu percurso sido vão?
 
Meu menino, eu sei lá por que razão
 
Te concederam vida tão pequena!
*
 
 
Mas se, apesar de tudo, ainda vives
 
Se a alma pequenina que tu és
 
Ganhou as asas de anjo que sonhei
 
*
 
 
Então existo menos do que existes:
 
Sou barro em que repousam os teus pés
 
Velando uma quimera que engendrei.
 
 
 
 
 Maria João Brito de Sousa 
 
04.02.2008 - 03.30h
*
25
Mar23

DE AMAR E DE SENTIR, NÃO TENHO MEDO!

Maria João Brito de Sousa

Gestação Floral - 1999 (fotografado por Vítor Martinez) (2).jpg

DE AMAR E DE SENTIR, NÃO TENHO MEDO!
*

 

De amar e de sentir, não tenho medo|

Pode lá ser cobarde o/a sonetista

Que nada finge e nunca faz segredo

Daquilo que é, porquanto o deixa à vista?
*


Amo os poemas todos a que acedo

E saboreio tudo a quanto assista

Que amo também, se bem que seja enredo

Tecido pelas mãos de um outro artista
*


Amo as pessoas, amo a natureza

E até num cardo encontro a tal beleza

Que me encanta e consegue seduzir-me
*


Mas, a tudo o que amar, é com pureza

Que o trago aqui, que o sento à minha mesa

E o transformo no pão que há-de nutrir-me.
*

 

Mª João Brito de Sousa

24.03.2023 - 12.39h
***

 

Soneto inspirado nesta publicação

23
Mar23

CANÇONETA PARA EXORCIZAR MICROORGANISMOS PATOGÈNICOS

Maria João Brito de Sousa

CANÇONETA PARA EXORCIZAR GERMES (1).jpg

Imagem retirada da net via Google

*

CANÇONETA PARA EXORCIZAR

MICROORGANISMOS PATOGÉNICOS
*


Como escrever um poema à dor de dentes

Se meio azamboada sei que estou

De analgésicos fortes que impotentes

Se mostram face à dor que me assolou?
*


De rosto inchado, em versos contundentes

Maldigo a infecção que em mim grassou:

Ó germes vis, ó germes prepotentes,

Parai de vez! Parai que já bastou!
*


Deixai-me em paz! Que dor insuportável

Me estais a infligir! Que terei feito

Se pra convosco tenho sido amável
*


E sempre - ou quase sempre... - me sujeito

À vossa acção funesta e condenável

Com um verso nas mãos e um cravo ao peito!?
*

 


Mª João Brito de Sousa

22.03.2023 - 19.00h
***


Quando esta publicação estiver visível, estarei no hospital a ser submetida a mais alguns exames e, à vinda, irei ao ACES Oeiras para ver se alguma boa alma formada em Medicina consegue debelar esta infecção estomatológica que me está a provocar dores verdadeiramente insuportáveis, embora vos possa custar a acreditar que enfurecer-me, em soneto clássico, com uma bactéria desconhecida seja um dos métodos mais eficazes, não para eliminar a dor física, mas para a tentar suportar sem ter de recorrer ao antigo e bem conhecido ritual das "cabeçadas na parede".

 

O actual antibiótico, o Paracetamol e o Metamizol magnésico não estão a resultar minimamente.

Espero poder voltar a ler-vos ainda esta tarde.

Abraços!

cravo de Abril (1).jpg

Pág. 1/3

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