Maria João Brito de Sousa
EU POSSO LÁ... *
Eu posso lá vestir o meu burel
E fazer-me ao caminho como os mais,
Se a minha barca é feita de papel
E há tanto tempo que não sai do cais... *
Eu posso lá pegar no meu pincel
Para imprimir na tela os meus sinais,
Se a mão me falha e se uma dor cruel
Me rouba os traços mais originais? *
Mas o que ainda posso, ainda faço,
Muito embora avançando passo a passo
Sobre o chão de palavras que percorro: *
Se, metro a metro, suo a caminhada,
Do suor com que rego essa calçada
Emergirão poemas, jorro a jorro. *
Mª João Brito de Sousa
30.03.2023 - 21.45h ***
publicado às 22:30
Maria João Brito de Sousa
DA ARTE DE BEM GAVALGAR UM SONETO *
A arte de bem cavalgar um soneto
Pede, antes de tudo, um ouvido apurado,
A extrema leveza de um vôo de insecto
E um pouco da garra de um bicho indomado... *
Começa o galope, de início inconcreto,
Depois, em crescendo, mais bem concentrado
No espaço e no tempo. Seria incorrecto
Dizer que o soneto correu tresloucado *
Até ao final do segundo terceto,
Pois já no primeiro está determinado
A seguir um rumo certeiro e directo *
Para, finalmente, parar já cansado...
Em linhas gerais, se aceitares este repto,
São estas as "regras" do repto lançado! *
Mª João Brito de Sousa
29.03.2023 - 22.15h ***
publicado às 23:27
Maria João Brito de Sousa
QUIMERA
*
Trouxe-te a noite em asas de poema,
Levou-te uma manhã sem coração:
Foi-te a vida fugaz como ilusão
Mas deixou-me a saudade imensa, eterna...
*
Se tudo o que vivemos vale a pena
Teria o teu percurso sido vão?
Meu menino, eu sei lá por que razão
Te concederam vida tão pequena!
*
Mas se, apesar de tudo, ainda vives
Se a alma pequenina que tu és
Ganhou as asas de anjo que sonhei
*
Então existo menos do que existes:
Sou barro em que repousam os teus pés
Velando uma quimera que engendrei.
*
Maria João Brito de Sousa
04.02.2008 - 03.30h
*
publicado às 23:42
Maria João Brito de Sousa
Vire à esquerda , na próxima oportunidade transversal... Sempre à esquerda, por favor.
publicado às 09:43
Maria João Brito de Sousa
É por aqui , se faz favor
publicado às 09:49
Maria João Brito de Sousa
Vá por aqui , por favor
publicado às 09:38
Maria João Brito de Sousa
DE AMAR E DE SENTIR, NÃO TENHO MEDO! *
De amar e de sentir, não tenho medo|
Pode lá ser cobarde o/a sonetista
Que nada finge e nunca faz segredo
Daquilo que é, porquanto o deixa à vista? *
Amo os poemas todos a que acedo
E saboreio tudo a quanto assista
Que amo também, se bem que seja enredo
Tecido pelas mãos de um outro artista *
Amo as pessoas, amo a natureza
E até num cardo encontro a tal beleza
Que me encanta e consegue seduzir-me *
Mas, a tudo o que amar, é com pureza
Que o trago aqui, que o sento à minha mesa
E o transformo no pão que há-de nutrir-me. *
Mª João Brito de Sousa
24.03.2023 - 12.39h ***
Soneto inspirado nesta publicação
publicado às 08:56
Maria João Brito de Sousa
Por aqui , sff.
publicado às 09:12
Maria João Brito de Sousa
Imagem retirada da net via Google
*
CANÇONETA PARA EXORCIZAR
MICROORGANISMOS PATOGÉNICOS *
Como escrever um poema à dor de dentes
Se meio azamboada sei que estou
De analgésicos fortes que impotentes
Se mostram face à dor que me assolou? *
De rosto inchado, em versos contundentes
Maldigo a infecção que em mim grassou:
Ó germes vis, ó germes prepotentes,
Parai de vez! Parai que já bastou! *
Deixai-me em paz! Que dor insuportável
Me estais a infligir! Que terei feito
Se pra convosco tenho sido amável *
E sempre - ou quase sempre... - me sujeito
À vossa acção funesta e condenável
Com um verso nas mãos e um cravo ao peito!? *
Mª João Brito de Sousa
22.03.2023 - 19.00h ***
Quando esta publicação estiver visível, estarei no hospital a ser submetida a mais alguns exames e, à vinda, irei ao ACES Oeiras para ver se alguma boa alma formada em Medicina consegue debelar esta infecção estomatológica que me está a provocar dores verdadeiramente insuportáveis, embora vos possa custar a acreditar que enfurecer-me, em soneto clássico, com uma bactéria desconhecida seja um dos métodos mais eficazes, não para eliminar a dor física, mas para a tentar suportar sem ter de recorrer ao antigo e bem conhecido ritual das "cabeçadas na parede".
O actual antibiótico, o Paracetamol e o Metamizol magnésico não estão a resultar minimamente.
Espero poder voltar a ler-vos ainda esta tarde.
Abraços!
publicado às 06:00
Maria João Brito de Sousa
Leia aqui , por favor
publicado às 11:36
Maria João Brito de Sousa
Aqui , por favor.
publicado às 09:33
Maria João Brito de Sousa
Leia ou releia aqui, por favor
Na fotografia, António Pedro Brito de Sousa, meu pai, no seu escritório da casa da rua Luís de Camões em Algés.
publicado às 11:53