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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
10
Jan23

POEMA MEU DE CADA DIA - Reedição

Maria João Brito de Sousa

COM A ARVORE DA BORRACHA.jpg

POEMA MEU DE CADA DIA
*


Sei-o só porque o sei e mais não digo

Que a estrofe, irredutível, se me impõe

Na estranha convicção que me propõe

E também na desculpa em que me abrigo
*

Sei-o, tal como a terra sabe o trigo

Nessa complexidade que o compõe,

Tal como a razão trai se pressupõe

Por cada floração um rasto antigo...
*

 

Sei-o de outro saber que é muito meu

Que se chama poema e se esqueceu

De vir documentado ou ter razões
*


E por mais que o descreva apenas eu

Terei provado o mel que então escorreu

Dos versos que me encheram de ilusões
*

 

Maria João Brito de Sousa

21.02.2012 – 19.07h
***

09
Jan23

BEWITCHED

Maria João Brito de Sousa

 

caldeirao (1).jpg

BEWITCHED
*


Vou fazer uma mandinga,

uma mezinha qualquer

que exorcize uma zandinga

qu`inda há pouco estive a ler
*


Porque onde a lágrima pinga

morre a esperança de vencer:

O proletário não vinga

E o burguês nem quer saber!
*


Vidente não sou, nem maga,

futurismos nunca fiz,

nem sei rogar uma praga
*


Mas quando torço o nariz

esqueço a flor, torno-me fraga,

Ninguém me dobra a cerviz!
*

 

Mª João Brito de Sousa

08.01.2023 - 22.00h
***


Bewitched (Enfeitiçado) é o título original da série norte americana Casei Com Uma Feiticeira de que os leitores menos jovens ainda devem estar lembrados.

 

 

 

07
Jan23

UM DIA NA VIDA DE DUAS PALAVRAS

Maria João Brito de Sousa

Duas mulheres à janela - Murillo (1).jpg

Tela de Murillo

 

UM DIA NA VIDA DE DUAS PALAVRAS
*
(A Egoísta e a Atrasada)
*

 

Ergueu-se Egoísta e abriu a janela

Do quartinho dela. Lá fora gelava

Que o dia raiava e ela, só ela,

Espreitava, à cautela, a luz por que ansiava
*


E se debruçava pra colher da estrela

Brilhante e amarela, o calor que emanava...

Logo outra, a Atrasada, que vinha atrás dela

Mal vendo o que a ela tanto a encantava
*


Gritou: - Só faltava!, tu julgar-te-ás

Melhor que as de trás? Arreda, travessa,

Que ainda a luz cessa antes que te vás
*

 

E eu sou bem capaz de a não ver toda acesa...

Depressa, depressa, sai já de onde estás!

Que frio que aqui faz... Quero estar onde aqueça!
*

 

Mª João Brito de Sousa

07.01. 2023 - 12.15h
***

 

 

06
Jan23

VIAGEM ESPACIO-TEMPORAL - Reedição

Maria João Brito de Sousa

terra vista do espaço.jpg

VIAGEM ESPACIO-TEMPORAL
*


A Marte não posso subir nem descer

Conforme o sentido se entenda no espaço,

Mas posso ir sonhando, se bem me aprouver,

Passear nos astros sem dar um só passo
*

Por lá irei estando enquanto puder

E irei descansando deste meu cansaço

Ao qual sem ter escolha me deixei prender

Até que alguém venha soltar-me do laço
*

A que fiquei presa. E perco-me em Marte,

Na Terra, na Lua e por toda a parte

Vestida de abraços, sorrindo encantada,
*

Por amor à Vida, transmutada em arte

Que não sei exprimir-te nem posso explicar-te

Conquanto me saiba por ela explicada.
*

 

Mª João Brito de Sousa

01.09.2017 – 17.21h
***

(Soneto reformulado)

04
Jan23

ESPÓLIO

Maria João Brito de Sousa

Maria João (1).jpg

ESPÓLIO
*

(Soneto monostrófico)
*


Quando eu partir, amigos - já me tarda

no tempo cada passo nesta estrada -,

Guardai da leda Musa que me (a)guarda

Não mais que uma pequena gargalhada

Nunca maior que um grão dos de mostarda

Que espero que lanceis em terra arada...

Cuidai de não queimar-vos, ainda que arda,

Que o que vos deixo é tudo... e não é nada

Porque não é memória que perdure,

Ou som que repercuta e que se funda

Com qualquer outro som que configure

Mensagem que vos toque ou vos contunda...

O mais certo é que o mundo ma descure

Ou que com seus opostos ma confunda.
*

 

Mª João Brito de Sousa

04.01.2023 - 14.20h
***

 

 

 

 

01
Jan23

NEM SE ME RESTAM FORÇAS...

Maria João Brito de Sousa

- oEIRAS, eVENTO NAS PALMEIRAS, POESIA, 2021.jpg

NEM SE ME RESTAM FORÇAS...
*


"O sol se iluminasse. E fosse breve"

Este cansaço imenso que me prende

A mão que quer escrever e nada escreve,

A Musa que fraqueja e que se rende
*


Esquecida já do tanto que me deve

Ou, de longe, dizendo que me entende

Tão só quando o que peço seja leve

Qual pequenina chama que se acende...
*


Sendo porém complexo o que lhe exijo

E pesada a tarefa de o escrever,

Recolhe, exausta, a Musa ao esconderijo
*


A que não chego por desconhecer

O peso das palavras que redijo

Nem se me restam forças prás colher.
*


Mª João Brito de Sousa

01.01.2023 - 16.20h
***

Soneto criado a partir do último verso do soneto ESCREVEMOS DOCEMENTE de Fernando Echevarría, no blog A MATÉRIA DO TEMPO

 

 

 

 

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