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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
25
Jul21

SILÊNCIO II

Maria João Brito de Sousa

Avô na casa de Algés.gif

SILÊNCIO II
*

 

Silêncio! Nem protestos nem queixumes

Soltam os versos mortos insepultos;

Perdem-se nos desertos dos ocultos

As aves desgarradas, quando implumes.
*


Não há escudos pra espadas de dois gumes

Nem há contra-veneno para insultos

E o meu silêncio nunca paga indultos

Nem serve a desistência em que o presumes
*


Arranco um verso ao prazo ultrapassado

De um mísero estertor dos meus sentidos

Que a ferro e fogo foi reconquistado
*


E já perdi a conta aos que, perdidos,

Deixei ficar pra trás... Ah, naufragado,

No teu silêncio afogo os meus gemidos!
*

 

Maria João Brito de Sousa - 25.07.2021 - 13.22h

 

*

 

Fotografia de António de Sousa, meu avô poeta

https://pt.wikipedia.org/wiki/Ant%C3%B3nio_de_Sousa_(poeta)

04
Jul21

MAR REDENTOR

Maria João Brito de Sousa

mar - nuno fontinha.jpg

MAR REDENTOR
*


Só o mar que do mar nunca volta

É do rio tanto cais quanto fonte

E na onda que em espanto se solta

Ergue um muro e também uma ponte
*


De água azul e de espuma revolta

Entre mim e o longínquo horizonte,

Essa linha amovível que escolta

Cada além que ao meu sonho confronte
*


Quando a onda nas rochas quebrando

Vem dizer-me que o mar ora é brando,

Ora em fúrias e raivas se exprime
*


Digo a medo ou apenas segredo

Que deixei de ter medo do medo

E que o mar mesmo irado redime.
*

 

Maria João Brito de Sousa - 04.06.2021 - 09.40h

 

Fotografia de Nuno Fontinha

 

03
Jul21

OUSADIA

Maria João Brito de Sousa

chronos.jpg

OUSADIA
*


Como é precária a nossa eternidade,

Ainda que a julguemos ser sem fim,

Nós, folhitas caducas do jardim

Da nossa muito humana veleidade...
*


Nem Cronos, incorpóreo, cuja idade

Jamais foi calculada, entende assim

Eterna a duração do seu festim

E infindo o seu reinado de deidade...
*


Será loucura ousar falar por ele

Ainda que o mal saiba definir

E nunca possa, eu, vestir-lhe a pele?
*


Quão ousada serei por presumir

Saber das mil razões que são só dele

E que nem mesmo ele ousa assumir?
*

 

Maria João Brito de Sousa - 03.07.2021 - 13.57h

 

02
Jul21

SONETO DE AMOR

Maria João Brito de Sousa

SONETO DE AMOR.jpg

SONETO DE AMOR
*

 

Como julguei eterno o teu sorriso

E doce como mel senti teu beijo;

Se eterno e doce fora o teu desejo,

Ter-te-ia oferecido um paraíso...
*


De ti, colhi bem menos que o preciso...

Ah, pudesse um de nós ter tido ensejo

De mudar, por inteiro, o curso ao Tejo

No tempo de uma vida e sem aviso...
*


Soubesse eu transformar um sofrimento

Mais desconforme do que uma montanha

No passe da magia de um momento
*

 

Em nuvem passageira e vaga e estranha...

Mas não o soube e, agora, não lamento

Ter deixado passar paixão tamanha.
*

 


Maria João Brito de Sousa - 01.07.2021- 12.45h

 

01
Jul21

PENEIRO DUZENTOS

Maria João Brito de Sousa

peneiro.jpg

PENEIRO DUZENTOS
*

 

Não é, a perfeição, uma entidade,

Mas um conceito abstracto e relativo

Criado pela própria humanidade

Que nele encontra, ou não, um objectivo.
*


Ao prosseguir na busca da verdade,

Tudo faço passar plo fino crivo

Da intuição e da objectividade

Que tão mais prezo quanto mais cultivo
*


Nesta labuta, neste meu garimpo,

Cada razão tentei tirar a limpo

E a todas tentei ver com nitidez...
*


Há porém tantas, tantas perspectivas,

Que, às tantas, tornei largas, permissivas,

As malhas do peneiro que em que me vês...
*

 

Maria João Brito de Sousa - 30.06.2021 - 13.55h

*

Ao engº Alberto Rodrigues

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