"HÁ GENTE QUE ME FAZ RIR"
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QUIMERA
*
Proíbo-vos de olhar-me de outra forma
Que não a da franqueza. Sou escultura
Horrenda de aparência, criatura
Que em tudo, ou quase tudo, nega a norma
*
E que plasticamente se deforma
Antecipando, em vida, a sepultura;
Enchi de golpes que ninguém sutura
Buracos negros dos quais ninguém torna
*
E se amo ainda - disso não duvidem! -
Ninguém pode entender como ou porquê
Pode a quimera amar quantos a agridem,
*
Procurar entendê-los e até
Inda ter dó de quantos a olvidem
Ou a suponham à sua mercê.
*
Maria João Brito de Sousa - 02.05.2021- 10.02h
DE MAIO FALO AGORA... E VIVA MAIO!
*
Tanto da cupidez quanto da fome
Emerge um grito de insatisfação
Que nos adentra a alma e nos consome
Até tornar-se um urro ou ser canção.
*
Uma será pertença dos sem nome
E outra dos que não têm coração,
Mas pra ambas trará a noite insone
Manhãs e tardes de dura aflição.
*
A minha fome é justa, insaciável,
Talvez venha a murchar mas é saudável
E não tem prazo nem há-de ter fim,
*
Embora de outra fome eu fale agora
Que Maio cheira a giesta, lembra a amora
E mais sabe de fomes que eu de mim!
*
Maria João Brito de Sousa - 01.05.2020 - 09.00h
*
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