EM TONS DE BOLERO
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BOM DIA/BOA NOITE
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(soneto em verso alexandrino)
*
Bom dia! Hoje inauguro um dia por nascer
E enquanto dia houver, as horas não descuro;
Se achar no que procuro o que mais ninguém quer,
Farei quanto puder! Depois, à noite, o escuro
*
Embala-me inseguro até me adormecer
E um novo amanhecer ressurge urgente e puro
Do céu cinzento, obscuro, em que o vou receber
Enquanto em mim bater um coração perjuro.
*
Boa noite, que agora o sono vai chegando
E a luz vai começando a desenhar lá fora
Uma aura tentadora à sonolência em que ando.
*
A visão escasseando algo perturbadora
Passa a dominadora e acena em gesto brando;
Boa noite, até quando acontecer a aurora!
*
Maria João Brito de Sousa - 18.06.2020 - 20.26h
A QUEM SOUBER OUVIR O (EN)CANTO DOS PARDAIS
*
(Em verso alexandrino)
*
Aos mortos nos covais e aos que estão por vir,
Aos que estão a dormir, aos que nem dormem mais,
Aos troncos verticais dos cravos a florir
E a quem souber ouvir o (en)canto dos pardais,
*
Aos rios nos seus caudais, aos montes por subir,
Às pedras por esculpir, aos mestres geniais,
Às infracções verbais, aos versos por escandir
E à morte que há-de vir porque somos mortais;
*
O poema é uma aventura incerta e fascinante
Que ninguém nos garante, infinda descoberta,
Quase uma frincha aberta ao gesto vacilante
*
Do que ainda hesitante abre quanto o liberta
Porque a frincha desperta o que o levara avante
Naquele exacto instante em que ele a dá por certa.
*
Maria João Brito de Sousa - 17.06.2020 - 12.31h
PENDE DE CADA ANZOL UM PEIXE VIRTUAL
*
(Em verso alexandrino)
*
Amo o azul do mar, o verde da planura
E quanto da lonjura alcança o meu olhar...
Serei escrava de um lar que no mar se procura
Enquanto esta loucura assim me subjugar
*
E, sem me rebelar, nem fraca, nem perjura,
Ainda que imatura aceito este invulgar
Destino de varar um mar que só me augura
Os ventos da ventura em que hei-de naufragar.
*
Ao longe, pedra e cal, brilha um velho farol,
Branco como um lençol todo tecido em sal
E se me saio mal porque um raio de sol
*
Derrete e faz num fole esta rota ideal,
Há colisão real dos estros sem controle;
Pende, de cada anzol, um peixe virtual.
*
Maria João Brito de Sousa - 15.06.2020 - 16.09h
Gravura de Pieter Bruegel retirada daqui
O IMORTAL SONETO
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(Em verso alexandrino)
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Abre-se em leque extenso, amplia-se e seduz
Como raio de luz em nevoeiro denso...
Por vezes surge tenso e em fogo se traduz,
Mas é um ai-Jesus que queima como incenso.
*
Nunca haverá consenso entre quem lhe faz jus,
Mas ninguém o reduz pois faz jus ao bom senso
E quando um ódio intenso o quer levar à cruz,
Levanta-se e reluz, mostra-se infindo, imenso!
*
Ou suscita paixões ou raivas e desprezo,
Mas lá renasce ileso imune às agressões
E prenhe de ilusões, ainda vivo, aceso!
*
Tem forma e não está preso às velhas convenções,
Resiste às tentações, sustenta-lhes o peso;
Sabe bem quanto o prezo e, a mim, dá-me lições...
*
Maria João Brito de Sousa - 15.06.2020 - 15.23h
SE ME FOR DADO CRER
*
(Soneto em verso alexandrino)
*
Se me for dado crer, que seja assim que creia;
Que a dor que me cerceia esta ânsia de viver
Me não deite a perder o fio de cada ideia,
Que me não falte à ceia o pão para comer,
*
E que enquanto viver, embora gasta e feia,
Castelos sobre a areia alcance ainda erguer
Onde me recolher a cada maré cheia
Do mar quando se alteia em vagas, a crescer.
*
Caso assim possa ser, que quanto me rodeia
Me seduz e me enleia enquanto eu cá estiver,
Não pare de acender a luz que me norteia
*
E que não seque a veia, a tal que ousou tecer
No tear do dever, a rubra, imensa teia
Que no meu estro ondeia enquanto escolha houver.
*
Maria João Brito de Sousa - 14.06.2020 - 19.42h
Imagem - A Jovem Tecelã - Marina Colaseti
retirada daqui
GARANTO QUE CRESCI
(Soneto em verso alexandrino)
*
Perdidamente amei, perdidamente cri
Naquilo que perdi do tanto que encontrei
E evoco o que não sei se vi ou se não vi
Até que encontre aqui quanto aqui procurei.
*
Tentando honrar a lei que não reconheci,
Jamais lhe resisti, jamais a confrontei,
Mas se pouco lhe dei, bem menos lhe pedi
E se acaso menti, a mim me castiguei.
*
Amo o chão que pisei, a terra onde nasci,
A chama em que aqueci os sonhos que engendrei
E as cerdas que entrancei nas cordas que teci.
*
Dos versos que escandi às telas que pintei,
Do quanto gargalhei às mágoas que engoli,
Garanto que cresci... e juro que gostei!
*
Maria João Brito de Sousa – 13.06.2020 – 17.39h
ESTRANHAS VOLTAS DA VIDA
*
(Soneto em verso alexandrino)
*
"E entardeço na luz que me vem do carinho"
Desmaio sob o sol erguendo-me a seguir,
Cubro os passos que dei de mel e rosmaninho
E expando-me depois, mas sem de mim sair.
*
Sempre que um passo dou, desconstruo o caminho
Mas dou um passo atrás para o reconstruir
Que isto de ser-se só, de se escrever sozinho
Ganha pernas pr`andar se se souber fruir.
*
Entre uma volta e outra há passos não perdidos
Enquanto os dias são contados ou medidos
Até que finde o tempo o espaço a caminhada.
*
Vai sendo muito longa a minha curta estrada
Por três vezes cortada em todos os sentidos;
Pra retomá-la dei três passos revertidos.
*
Maria João Brito de Sousa - 12.06.2020 - 11.59h
NOTA - Soneto criado a partir de um verso alexandrino de MEA (Maria da Encarnação Alexandre)
Foi-me impossível fazer download de imagem
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“Que nunca digam “não!” a tudo o que é diferente”;
Há coisas que nem eu sobre mim sei explicar,
Mas tento e tentarei fazê-lo lentamente
Já que assim, a correr, não posso lá chegar.
*
Se não adormecer, estarei sempre à tangente
De um sono insano, intenso a fazer-me pesar
As pálpebras que abri muito esforçadamente
E que não deixarei que Morfeu vá cerrar!
*
Já vos menti, porém; Morfeu sempre venceu
Sem se esforçar sequer, nos sonhos me prendeu
À revelia desta inútil força minha...
*
E só quando assim quis e bem o entendeu
Me soltou, desprendeu... venceste-me, Morfeu...
Sei que não foste meu, mas vê; não estou sozinha!
*
Maria João Brito de Sousa – 08.06.2020 – 21.07 h
*
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"Sei que não foste meu; mas vê! não estou sozinha!"
É sempre assim. Não estranhes o que digo:
pensei que era aventura, que à alma se avizinha,
quando perco o sentido para aquilo que prossigo.
*
Tu e eu. Teu e meu. Pequeno e grande mundo
de palavras cruzadas a esgotar o tinteiro.
De tanto te escrever, deixei de ver o fundo
do poço virtual que não tem gosto ou cheiro.
*
Talvez seja do sono ou do sonho acordada
mas tenho esta visão de uma aura sagrada
que me envolve, brilhando, quando a noite escurece.
*
Quantas voltas já dei para dormir na cama
e quantas outras dei para descobrir quem ama
sem ter qualquer razão... só porque lhe apetece.
*
Laurinda Rodrigues
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“Sem ter qualquer razão... só porque lhe apetece”,
Faz-me o mal que quiser, sem ter essa intenção;
- Por favor vai pedir ao sono que se apresse,
Senão perco a razão e tudo me entontece!
*
Lá entende Morfeu a minha situação;
Pega na minha mão e sussurra; adormece!
Acabam muito bem as horas de aflição
Se evoco esse Morfeu que sempre me aparece...
*
O pior, o pior, é quando vem de dia
E sem nada dizer, reclama a primazia
Das horas laborais, dos versos, dos poemas...
*
Vem Morfeu quando quer, não quando deveria
E se o não detiver, começa a distopia;
- Deixa-me em paz, Morfeu! Já chega de problemas!
*
Maria João Brito de Sousa – 09.06.2020 – 17.18h
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"Deixa-me em paz, Morfeu! Já chega de problemas"
De problemas estou cheia que julgo não merecer
Será que foste tu que inventaste os esquemas
de torturar a mente para nunca adormecer?
*
Eu sei, Morfeu, eu sei, que és o filho da noite
o deus grego do sono que fala ao inconsciente
Vou descobrir a arma que a tua alma açoite
até que a minha alma possa acordar diferente
*
E a lucidez regresse com serena humildade
sem que o meu corpo sinta qualquer medo ou vaidade
mesmo, quando cansado, não consegue sorrir...
*
Talvez um companheiro pudesse aliviar-me
oferecendo um abraço que pudesse acalmar-me
e toda a minha noite fosse um eterno partir.
*
Laurinda Rodrigues
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“E toda a minha noite fosse eterno partir”
Num perfeito ir e vir daqui pra mais além,
Não fora vir alguém para me distrair,
Que agir só por agir nem sequer sabe bem...
*
Bem sei que já ninguém me pode proibir
De ser ou de exprimir o que mais me convém
E nem a dor detém aquilo que eu sentir
Desperta ou a dormir, com companhia ou sem.
*
Desobedeço, sim, se injustiçada for
E faço frente à cor da dor que trago em mim...
Talvez não seja assim que alguém se deva impor
*
Nunca fui, porém, flor, nem vivo num jardim,
Mais sou pé de alecrim escondido, sem se expor
Ao sol e ao calor... mas firme até ao fim.
*
Maria João Brito de Sousa – 09.05.2020 – 20.05h
´***
12
"Ao sol e ao calor... mas firme até ao fim"
Ninguém tente impedir-me a denúncia do mal
Há uma luz secreta a distinguir para mim
a minha parte humana de uma parte animal
*
.
Não reajo, impulsiva, apenas por prazer
e esta minha vontade depende da razão.
Que venha então Morfeu para me adormecer
depois de mais um dia que não me foi em vão.
*
Nas palavras já ditas, quer em prosa ou poesia,
são as minhas mensagens de paz e alegria
para todos aqueles que me queiram ouvir...
*
Ah, como é bom sentir que a vida continua
a olhar toda esta gente que caminha na rua
para calar o medo, que a pôs a dormir!
*
Laurinda Rodrigues
**
13
*
“Para calar o medo que a pôs a dormir”,
Deitou-se a descobrir o sinistro segredo
E a Morfeu deixou quedo incapaz de admitir,
Tentando reagir, em vão rezando um credo...
*
Era um impulso ledo, uma urgência de rir,
Uma ânsia de sentir sabor menos azêdo
Que o último degredo a fizera engolir
Depois de a denegrir e de apontá-la a dedo.
*
Mas nem sequer negou; o riso a preencheu
E assim se apercebeu do tanto que ganhou
No riso que a vingou do que outrora temeu.
*
Talvez nesse “ela” um “eu” vos mostre o que ficou
De um tempo que passou mas nunca se esqueceu;
Tudo quanto perdeu, por fim frutificou!
*
Maria João Brito de Sousa – 10.06.2020 – 10.45h
**
14
"Tudo quanto perdeu por fim frutificou
na terra do planeta, cheia de água e calor
e a energia do ar onde o aroma passou
todos em harmonia procriaram o amor.
*
Há janelas abertas e uma luz a inundá-las.
Há um som de magia, de uma nova estação
de palavras ousadas, que querem transformá-las
numa janela que se abre perante a imensidão.
*
Estou sozinha mas sinto que pertenci ao todo
onde gestos libertos de uma raiva de lodo
estenderam pela areia o desenho do mar.
*
Talvez não compreendam esta minha ansiedade
de não perder o tempo com canto de saudade:
"impõe-se-me escrever, mais do que respirar"!
*
Laurinda Rodrigues
DIÁLOGO EM CATORZE SONETOS ALEXANDRINOS
*
Maria João Brito de Sousa e Laurinda M. O. Rodrigues da Silva
*
DESOBEDIÊNCIA
*
(Soneto Alexandrino)
*
Impõe-se-me escrever, mais do que respirar!
Caso o não consumar, irei adoecer
Sem chegar a saber se me posso curar
Da dor de me calar, do mal de o não esquecer.
*
Venha quanto vier, tudo irei registar
Nas noites de luar , se acaso me aprouver,
Ou, se escolher puder, sob o sol de rachar
Das ondas do meu mar, quando a maré crescer .
*
Mas se a lua nascer e o manto lunar
Vier aconchegar o meu adormecer,
Vou desobedecer só pra contrariar
*
Morfeu, que vem espreitar meu sono de mulher...
Hoje, Morfeu, vou ser capaz de te ensinar;
Podes-me dominar, mas só quando eu quiser!
*
Maria João Brito de Sousa – 08.06.2020- 12.26h
**
2
Nós todos somos luz que raramente acende
escondida no tear das coisas naturais
Mas há aquela mão que tece de repente
as mais suaves fibras nos nossos ideais.
*
A sombra do caminho às vezes assustada
quando o lume da chama a acorda em sobressalto
oferece-nos a árvore com a copa perfilada
para que nos resguarde da queda no planalto.
*
Olhando então o mundo que sem ti é tremendo
olhando bem para dentro onde escutei o vento
numa nova mensagem que vem do mar profundo
*
Reconheço que a luz, escondida, se acende
numa imagem tranquila que me olha tremente
e que traz a manhã vinda à tona do fundo.
*
Laurinda Rodrigues
***
3
“E que traz a manhã vinda à tona do fundo”
Como uma imensa bóia astral antes submersa
Que nos trouxesse o Sol a metade do mundo,
Enquanto a escuridão tinge a metade inversa.
*
Recebendo Morfeu sob o Sol, me confundo
Mas tento não lhe dar confiança ou conversa;
Se ao sono me convida aponto o sol rotundo
Que tanta luz nos traz à tarde em luz imersa.
*
Pede, Morfeu, perdão: - Talvez me confundisse...
Seria o ar cansado, essa tua velhice
A apagar-te o olhar, o gesto e o sorriso...
*
Não saberei explicar, mas não te deixarei
Enquanto em ti faltar aquilo que não sei
Mas que tu sabes bem que sempre te é preciso!
*
Maria João Brito de Sousa – 08.06.2020 – 1q5.33h
4
"Mas que tu sabes bem que sempre te é preciso"
pois não sabes viver sem o sol do poente
que tinge de vermelho o teu amplo sorriso
e alimenta o meu sonho enquanto estás ausente.
*
Eu não quero dormir porque o sono é a morte
mesmo que o dia nasça numa outra manhã...
E se o sonho a dormir traz mensagem de sorte
é sempre uma mensagem inconsistente e vã.
*
Dependemos do sol num planeta inseguro
mas o sol não nos diz se vai estar claro ou escuro
quando soar o alarme das sirenes fatais.
*
Então sobra-me o tempo para tecer um poema
que fale de relógios, de esperas, como tema
e nunca me responda às perguntas finais.
*
Laurinda Rodrigues
**
5
“E nunca me responda às perguntas finais”,
Nem julgue que com isso eu venha a desistir
De tudo questionar, ou questionar-me mais
Sobre o que venha, ou não, um dia a descobrir.
*
Há tempo pra pensar nas coisas mais banais,
Há tempo pr`acordar e há tempo pra dormir,
Mas hoje contrariando os meus ritmos normais
Mal consigo escrever e mal consigo ouvir
*
No meu ouvido interno o sonoro compasso
Disto que nunca sei porque é que em mim ressoa
E flui no tempo assim, com tal desembaraço
*
Que mais do que fluir, se insurge, eleva e voa
Ao sonoro compasso em que jamais destoa,
Ao compasso sonoro em que aqui me desfaço.
*
Maria João Brito de Sousa – 08.06.2020 – 19.31h
**
6
"Ao compasso sonoro em que aqui me desfaço"
perdi a direção de tantos instrumentos
e fico em turbulência a marcar o compasso
com uma partitura cheia de pensamentos.
*
Mas, afinal, quem é essa mulher tão estranha
que, sem me conhecer, marca comigo o tom
de louca inspiração que se abre e entranha
dentro da minha alma sem desvendar o som?
*
Era apenas um Ser vindo de outro país
onde aquilo que se ouve é aquilo que se diz
sem mistério nem farsa, falarmos simplesmente.
*
Talvez ninguém entenda mas também não importa:
somos as navegantes onde um espírito exorta
que nunca digam "não!" a tudo o que é diferente.
*
Laurinda Rodrigues
**
(continua)
DESOBEDIÊNCIA
*
(Soneto Alexandrino)
*
Impõe-se-me escrever, mais do que respirar!
Caso o não consumar, irei adoecer
Sem chegar a saber se me posso curar
Da dor de me calar, do mal de o não esquecer.
*
Venha quanto vier, tudo irei registar
Nas noites de luar , se acaso me aprouver,
Ou, se escolher puder, sob o sol de rachar
Das ondas do meu mar, quando a maré crescer .
*
Mas se a lua nascer e o manto lunar
Vier aconchegar o meu adormecer,
Vou desobedecer só pra contrariar
*
Morfeu, que vem espreitar meu sono de mulher...
Hoje, Morfeu, vou ser capaz de te ensinar;
Podes-me dominar, mas só quando eu quiser!
*
Maria João Brito de Sousa – 08.06.2020- 12.26h
Imagem retirada daqui
"I CAN`T BREATHE!"
*
Não posso respirar e sinto medo
Deste joelho que me esmaga o peito,
Da força bruta deste preconceito
Que me maltrata sempre que não cedo.
*
Disto que digo não façam segredo
Nem silenciem quanto não aceito!
Não escondam as algemas que rejeito
Sob as mentiras que vos não concedo!
*
Estão-me a calar a voz, o corpo inteiro,
Mas fica este gemido derradeiro
Que talvez nunca mais possam calar
*
Porquanto implora o meu direito à vida
No que me resta desta voz sumida;
- Não vês que já não posso respirar?
*
Maria João Brito de Sousa - 06.06.2020 - 10.53h
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