JUGO(S)
JUGO(S)
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Estão claros, os dias. Que amarga aridez
Os cobre de grês abafando utopias?
Nas obras mais pias que julgas que vês,
Escondem-se os porquês das razões mais sombrias.
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Crês que as avalias se as lês e relês,
Mas falhas se o crês, porque fazem razias
Causando avarias que advogam mercês...
Talvez, sim, talvez te ofereçam maquias
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Que nem sonharias. Ah, que estupidez
Crer que alguma vez as não quererias
E as recusarias se, às duas por três,
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Não vês, no que vês, senão regalias...
Restos, não fatias, virão, mês a mês,
Do jugo do arnês com o qual te atavias.
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Maria João Brito de Sousa – 23.02.2020 – 14.48h