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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
29
Mai18

MARAVILHA - A minha ideia de...

Maria João Brito de Sousa

Isaac Newton e a maçã.jpg

MARAVILHA - O meu conceito de...
*


Quando a realidade maravilha
E se nos abre em todo o seu esplendor,
Quando arrebata, porque em nós fervilha
O sangue ardente do pesquisador

*
Quando se acende a luz que tanto brilha
E afasta toda a treva em seu redor,
Assumo-me inteirinha enquanto filha,
Não de quanto sonhar, mas do que for.
*

Sempre que isso acontece e me arrebata,
Dá-me, da maravilha, a forma exacta,
O êxtase, o sabor da saciedade
*

E, sempre que a renego, um peso imenso
Conduz-me ao sonho róseo que condenso
Num sucedâneo da realidade.
*


Maria João Brito de Sousa – 29.05.2018 – 10.41h

 

 

27
Mai18

CASTELO DE AREIA

Maria João Brito de Sousa

castelo de areia.jpg

 



CASTELO DE AREIA



Castelo de areia. Quem lhe reconhece,

No que prevalece, direitos de autor?

De mal a pior, o demais que acontece

Apenas se tece nas mãos do escultor,



Pois quando parece pronto para expor,

Desaba em clamor e depressa se esquece;

Não lança uma prece, um só grito, um estertor,

Por seja o que for que a morte lhe apresse.



Ninguém lhe conhece segredos de amor

(boatos, rumor, mal o mundo os soubesse,

que, se os conhecesse, os mudava em teor),



Ergue-se ao alvor, ao sol-pôr desfalece;

Por mais que o quisesse, cai sem ter valor,

Que nem pr` ó escultor essa ruína o merece.





Maria João Brito de Sousa – 27.05.2018 – 09.04h





(Soneto em verso hendecassilábico com rima intercalada.)

 

25
Mai18

RELATIVIDADE(S)

Maria João Brito de Sousa

Nascimento de uma estrela.jpg

 

RELATIVIDADE(S)



A vida, tal e qual a evolução,

Despreza os planos feitos por terceiros,

Desenlaça-se e está sempre em expansão

Até ao fim dos tempos derradeiros



Em que é suposto rumar à extinção

Para dar vez à vez dos pioneiros

Da novíssima etapa deste chão

Em que nos cremos deuses, ou romeiros.



Não vos falo de um tempo que medimos,

Neste nada em que somos e sentimos,

Pelos relógios, pelos calendários



Que engendrámos, criámos e gerimos,

Nem dos prazos que nós instituímos;

De outro vos falo, infindo e sem horários.



Maria João Brito de Sousa – 25.05.2018- 10.39h

 

23
Mai18

A FACE OCULTA DA EMOÇÃO

Maria João Brito de Sousa

HISTERIA8.jpg

 

A FACE OCULTA DA EMOÇÃO





Repara como se usa e manipula

Uma emoção qualquer, a bel-prazer,

Se a razão não a filtra, nem regula,

E deixa que ela exerça um tal poder



Que o que havia de bom nela se anula

Pra dar lugar ao mau que nela houver

E te enreda, te prende, te encasula

Nas mais perversas tramas do teu ser.



Emoção livre e todo-poderosa

É cega, é surda, avança impiedosa,

Não olha a meios pr`alcançar as metas,



Não tem espírito crítico, nem pensa;

Ora beija, ora esmaga sem detença

Homens, mulheres, crianças e poetas.

 





MariaJoão Brito de Sousa – 23.05.2018 – 08.01h

 

22
Mai18

MEDIR OS PASSOS

Maria João Brito de Sousa

MEDIR OS PASSOS.jpg

 

MEDIR OS PASSOS



Se é facto que um caminho é perigoso,

Um descaminho pode sê-lo mais

Se se apresenta esconso e tortuoso,

Cheio de tabuletas e sinais



Que pequem por excesso e, mentiroso,

Te encaminhar ao fosso aonde cais,

Ao beco sem saída, mas vistoso,

Onde entres sem saber que já não sais,



À pedra em que tu possas tropeçar

De um conselho mal dado, ou de um por dar,

Que sempre algum conselho irás seguir,



E ainda que creias ir sozinho,

Mede bem os teus passos que um caminho

Nunca foi coisa fácil de medir







Maria João Brito de Sousa – 21.05.2018 – 13.00h

 

21
Mai18

RUA SEM NOME

Maria João Brito de Sousa

RUASEM NOME.jpg

 



RUA SEM NOME



Se te indico um caminho, uma vereda,

A contra-gosto o faço, mas aviso;

Não tem honras de estrada, ou de alameda,

Nem de asfalto, sequer, será seu piso.



Não é nenhuma rota, que a da seda

Redundaria em risco e prejuízo;

É apenas um esconso, estreito friso

No espanto do que a vida te conceda.



Sendo um atalho, nem sequer tem nome,

Nuns dias terás sede, noutros, fome,

Mas, outros, eu jamais te apontaria,



Porque já trilho o meu há muitos anos

E, apesar dos muitos desenganos,

Eu mesma, outro melhor não escolheria.





Maria João Brito de Sousa- 19.05.2018 – 16.08h

 

20
Mai18

GUERRA E PAZ

Maria João Brito de Sousa

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GUERRA E PAZ





Há guerra e paz na voz com que protestas

E umas frutadas notas que não sei

Se te vêm de um tempo de aço e festas,

Se de outro, contra o qual me revoltei,



Mas há-as, que as senti, abrindo frestas

Na dor, quando a teu lado a partilhei,

No grito, como as ervas, como as giestas

Que em ti colhi, quando jamais plantei.



Que mais há nessa voz que é minha e tua,

Que mais trazes no som que vem da rua,

Se não a impotência da tristeza,



De não poder-te dar melhor, nem mais

Do que estes vôos rasos sem os quais

Talvez nem pão tivesse, sobre a mesa?







Maria João Brito de Sousa – 19.05.2018-17.04h







 

19
Mai18

PASSANDO AO LADO

Maria João Brito de Sousa

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“PASSANDO AO LADO”





E quando mal se dorme porque a dor

Teimou a noite inteira, acrescentou-se

E, conseguindo levar a melhor,

Deixou dentro de nós a dor que trouxe,



Não há espaço pra sonho, ou chão pra flor;

Já nada é espanto, nada é pêra-doce

E tudo, analisado ao pormenor,

Parece um pesadelo. Antes o fosse!



Mas pesa-me, este longo desabafo;

Não tenho a fina lira que tem Safo,

Nem as paixões soberbas de Florbela.



Poeta de aço vivo e já tardia,

Subtraio à dor um pouco de ironia,

Passo-lhe ao lado e... já nem dou por ela!





Maria João Brito de Sousa – 19.05.2018 – 09.08h





 

18
Mai18

MOAXAHA IV

Maria João Brito de Sousa

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MOAXAHA IV



Aos que em tudo acreditam me dirijo.

Corrija quem puder. Eu não corrijo!



Erros de paralaxe. O que serão?

Há que ter disso a mínima noção

E não acreditar de modo vão

Em tudo o que se vê nestas paragens

Onde se (des)constroem mil imagens.



Escorços, pontos de vista, perspectivas,

Visões em túnel, falsas narrativas

E crenças, serão como arestas vivas

Que muitas vezes saltam das mensagens

E te enredam na farsa das miragens.



“Mas a vida é uma coisa imensa, que não cabe numa teoria, num poema, num dogma, nem mesmo no desespero inteiro dum homem.”



Citando Miguel Torga, in DIÁRIO, 1941

 



Maria João Brito de Sousa – 18.05.2018 -12.33h

 

17
Mai18

POR INSTINTO

Maria João Brito de Sousa

Porinstinto.jpg

 



POR INSTINTO



Foi por instinto, apenas por instinto,

Que (quase) me quebrei pela cintura

E que agora me quebra a dor de um cinto

Que foi amparo de outra criatura.



Por instinto me sei, me dou, me sinto

Distante de estar “dita” e de ser “dura”.

Por instinto não quero, nem consinto,

Viver nas trevas de outro mal sem cura.



Por instinto, saí no intervalo

De um filme sobre a vida de um cavalo

Que foi domado à força e não morreu.



Por instinto te acuso, ó Panaceia,

Do mito que te encobre e que falseia

As mil “virtudes” desse mundo teu!

 



Maria João Brito de Sousa – 17.05.2018 – 12.27h

 

16
Mai18

ÀS TRÊS PANCADAS - Ícaro revisitado no século XXI

Maria João Brito de Sousa

ÀS TRÊS PANCADAS.jpg

 

ÀS TRÊS PANCADAS





Desafiou o espaço. Abriu as asas

E sentiu-se voar, voar, voar...

Olhou em derredor por sobre as casas

Buscando um galho, um ramo onde pousar.



Queimava o sol, no alto, como brasas,

E o vento, que soprava a bom soprar,

Desvirtuou-lhe alturas, que viu rasas

Apesar do seu rumo se afastar



Cada vez mais e mais das tais ramadas

Sobre as quais (re)pousar, de asas fechadas,

E o quente sopro, que o alienava,



Haver-lhe distorcido as coordenadas

Ao ponto de enviá-lo, às três pancadas,

Pra lonjuras das quais ninguém voltava.







Maria João Brito de Sousa – 16.05.2018 – 13.03h







 

15
Mai18

MENTE DESCONTÍNUA

Maria João Brito de Sousa

MENTE DESCONTÍNUA.jpg

 

MENTE DESCONTÍNUA

(segundo R. Dawkins)



Ó Mente Descontínua, enquanto pensas

Nos pequenos padrões por que te guias,

Atenta no que perdes, olha as densas

Nuvens cinzentas que tu própria crias!



Razões pra desdizer-te, são imensas;

Não são poucas as mentes que desvias

E que submetes às razões pretensas

Das tuas caprichosas tiranias.



Repara como o tempo te reduz,

Como à contradição te leva a luz,

Enquanto quase nada andaste em frente,



Porquanto procuraste, salto a salto,

Encontrar a firmeza do asfalto

Na fluidez de um fio de água corrente.





Maria João Brito de Sousa – 14.05.2018 – 19.14h







Não se pode conhecer bem uma árvore sem ter abarcado primeiro a floresta inteira, essa, a que não é apenas um somatório de árvores e sim esse somatório potenciado e condicionado pelas suas próprias interacções. - Eu







 

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