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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
30
Mar18

BOA PÁSCOA - 2018

Maria João Brito de Sousa

Páscoa 2018.jpeg

 

BOA PÁSCOA

(2018)



Faz vento, morde o frio e ruge o mar,

Mas é já tempo da renovação

Que Ostera nunca deixa de engendrar

Nos campos que incendeia de paixão,



Na vida, que começa a despontar,

No gesto que se rende à compulsão

De ver, de abrir os olhos, de acordar

Pra receber a nova geração.



Que esse futuro seja bem mais justo,

Que a chama seja mera alegoria

E nos não traga morte, horror e susto,



Que não sucumba a Vida na agonia

De tão caro pagar seu próprio custo

E que, de vez, se esmague a tirania!





Maria João Brito de Sousa – 30.03.2018 – 08.56h

 

 

 

29
Mar18

O MEU GASTO TAPETE DE BEIRIZ

Maria João Brito de Sousa

Tapete de Beiriz.jpg

 

 

Aposto a minha vida, a minha morte

E até a lira desta minha musa

Na vontade do Homem que recusa

Obedecer calado à própria sorte.



No que ergue a bujarrona e ruma a Norte,

Faz frente à tempestade, arrisca, abusa,

E, quando injustiçado, investe, acusa,

Aposto. Aposto sempre. Aposto forte.



Mas no pavão, no falso e capcioso,

No que protesta só pra ter o gozo

De se ouvir tanto mais quão menos diz,



Nesse tolo fanático e vaidoso

Não aposto uma linha das que coso

No meu gasto tapete de Beiriz!





Maria João Brito de Sousa – 29.03.2018 – 14.46h

 

28
Mar18

UM POUCO MAIS DE MIM

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0045.jpg

 

UM POUCO MAIS DE MIM

 

Um pouco mais de mim, que nada sou,

E um pouco mais de tudo o que não tenho;

Num quase, quase nada me desenho

E noutro quase nada aqui me dou,

 

Eu, sombra de outra sombra que passou,

Eu, qual reminiscência de algo estranho

E anseio sem potência, nem tamanho

Para alcançar aquilo que sonhou.

 

A sombra não desiste, mas pondera;

- Se nada disto existe, quem me dera

Que à sombra se sonhasse o sol dos dias...

 

Pelo raiar do dia a sombra espera,

Sonhando enquanto aguarda... é Primavera

E nem todas as sombras são sombrias!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 28.03.2018 – 10.18h

 

 

 

NOTA – A um título “usurpado” à poeta/poetisa Maria do Rosário F. Serrado Freitas. 

 

 

 

27
Mar18

QUINDETO

Maria João Brito de Sousa

ancora-antiga-para-coleccionar-ou-decoracao-D_NQ_N

 

MINHA BARCA

 

Minha âncora num mar de aceso espanto,

Meu sangue e minha carne retalhada,

Minha amurada em tábuas de pau-santo,

Minha palavra acesa, se negada

Na rota do meu traço e do meu canto,

 

Tantos dirão que não te quero nada,

Quando te quero tanto, tanto, tanto,

Que me levanto, mesmo abalroada,

E te dispenso sem ceder ao pranto,

 

Se o mar te chama mais do que eu te chamo,

Ou se a maré reclama o que eu reclamo

E me prende num cais por inventar,

 

Num cais de sonhos que nunca acordaram

Porque no teu convés nunca embarcaram,

 

Quando, sem ti, nem sei se sei sonhar.

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 27.03.2018 – 10.11h

 

**********

 

NOTA - O Quindeto é um poema composto por quinze versos distribuídos por cinco esfrofes; uma quintilha, uma quadra, um terceto, um dístico e um monóstico.

 

O esquema rimático é o seguinte;

ABABA BABA CCD EE D

 

Esta fórmula poética que foi criada em 1966 pelo poeta brasileiro Benedito Machado Homem, pode desenvolver-se em versos que vão das oito às doze sílabas métricas.

 

(este "Minha Barca", de minha autoria, foi trabalhado em decassílabo heróico)

 

 

 

 

 

 

26
Mar18

DEADLINE

Maria João Brito de Sousa

The colours of Nature (página).jpg

 

 

 

Saudades? Essas, tenho-as das corridas

E das longas conversas com meu pai...

Do mais, toda a saudade se me esvai,

Do mais, foram lambidos sangue e f`ridas

 

E embora vez por outra concedidas,

Pequenas como ramas de bonsai,

Nunca me atormentaram – perdoai... -

Saudades de outros tempos, de outras vidas...

 

Tudo tem o seu tempo, no seu espaço,

E, aqui, sobram-me as horas de cansaço,

Que é grande o esforço pra tanto equilíbrio;

 

Neste fio de navalha o tempo é escasso

E a cada passo piso um espigão de aço

Da lâmina acerada do ludíbrio.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa -26.03.2018 – 11.00h

 

 

 

21
Mar18

OS NÓS DOS FIOS

Maria João Brito de Sousa

TEMPO II.jpg

 

 

 

Desata-me esses nós ou fico presa

a rictos tão banais quanto vazios,

eu, cuja verdadeira natureza

é a da Terra quando pare os rios,

 

Ou em vulcões vomita lava acesa

gerando ardências nos locais mais frios...

Aqui me encolho à escala da grandeza

na pequenez de humanos desvarios,

 

Mas se do que te afirmo saio ilesa,

ou me descrês capaz de tais desvios,

lembro-te tudo quanto sirvo à mesa

 

Nos frutos mais precoces ou tardios

dos versos de quem nunca te despreza

e há muito desenreda os nós dos fios...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

20.03.2018 – 17.09h

20
Mar18

NOUTRO LAPSO DE TEMPO

Maria João Brito de Sousa

Balan+ºo 2016.jpeg

 

NOUTRO LAPSO DE TEMPO

 

Acordo como as aves libertadas

do suavíssimo amplexo de Morfeu,

mas só dois cotos de asas depenadas

me restam pra tentar sondar o céu,

 

Ou ir poisar nas telhas assentadas

por outros que são aves como eu...

Já só palavras trago... e desgastadas

e fartas de saber que o risco é meu.

 

Sou livre e, em simultâneo, a prisioneira

que, sujeita a viver desta maneira,

desmente tudo aquilo que não tem

 

E enquanto alguns não sabem que fazer,

sei quanto faço pra sobreviver,

sei quanto peno por não ser ninguém.

 

Maria João Brito de Sousa

 

20.03.2018 – 11.12h

 

Escrito na sequência da leitura do soneto “Num Lapso de Tampo”, de Albertino Galvão

.

.

 

16
Mar18

GLOSANDO UM MOTE DE JOAQUIM SUSTELO

Maria João Brito de Sousa

Viela.jpeg

 

MOTE

“Ah, quanto tempo levará ainda
Para mudar as coisas na verdade!
Até que a viela venha a ser tão linda
Como outro qualquer ponto da cidade!”


Joaquim Sustelo


(editado em COMO UM RIO…)

 

 

 

“Ah, quanto tempo levará ainda”,

Quanta incerteza aos pobres desilude

Numa dureza que nunca mais finda,

Pra que isto mude, irmão, pra que isto mude?

 

“Para mudar as coisas na verdade(?)”,

Leva-se a vida em esforço a tempo inteiro

Que a estrada que nos leva à igualdade

Está bem guardada pelo deus-dinheiro.

 

“Até que a viela venha ser tão linda”

Como a Rua do Sonho em Construção,

Dar-se-ão passos que não terão vinda,

Lutas de geração em geração...

 

“Como outro qualquer ponto da cidade(!)”,

Fervilha essa viela de paixões

Mas, cá por dentro, sei que a liberdade

Verá cair o tal deus dos cifrões!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 16.03.2018 – 11.44h

 

 

NOTA - Não é soneto, mas todo o poema é construído em verso decassilábico (heróico)

 

15
Mar18

COM ALMA

Maria João Brito de Sousa

 

MEA - 2017.jpeg

Eu, 2015.jpg

 

Não sei explicar-te quão feliz me faz

ver-te florindo em verso, ó produtora

do instante em que a “poiesis” se demora

para firmar raiz num chão capaz,



Mas trazes-me alegria e dás-me a paz

que te transmuta em linha condutora

deste (re)verso que ao meu gesto aflora

ainda que, hoje, frágil e fugaz...



Nasce, cresce e subsiste esta empatia

mútua e fecunda, toda melodia

e força e gesto e fruto da amizade



Que tão espontaneamente cresceria

entre nós duas, rumo à Poesia

que a ambas nos comanda e nos invade.





Maria João Brito de Sousa – 15.03.2018 – 14.44h

À MEA, na sequência da leitura do seu livro “Desafios Com Alma”, Euedito - 2018

 

 

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