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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
24
Jan18

UM CANTINHO PARA OS AMIGOS VERDADEIROS

Maria João Brito de Sousa

coração.jpg

 

Cantos não te of`reço que os trago ocupados;

Por todos os lados está já transbordando

Esse órgão sem mando que mos traz guardados,

Mesmo empoeirados, velhos, caducando,



Mas vai-me sobrando lugar noutro lado;

Num tempo passado que fui resgatando

Pensando num quando jamais exp`rimentado,

Um espaço asseado, limpinho, brilhando.



Será um cantinho, mas sobra-lhe espaço,

Abriga um abraço, abriga um carinho,

Serve-te de ninho, mata-te o cansaço...



Of`reço e se o faço, não ficas sozinho;

Há estantes de pinho, de papéis, um maço,

E o resto - tão escasso... - são lençóis de linho.

 



Maria João Brito de Sousa – 24.01.2018 – 12.24h

 

 

NOTA - Soneto escrito a propósito do poema "Soneto Datílico", de Albertino Galvão.

 

21
Jan18

O PICARESCO

Maria João Brito de Sousa

PICARESCO.jpg

 

Hoje ocorreu-me um verso picaresco

(logo hoje, que estou frágil e febril)

Mas tive, quando desses pouco “pesco”,

Um lapso de memória. Estou senil,

 

Ou terei antevisto algo grotesco,

Alguma coisa hedionda, abstrusa e vil,

Por trás dessa ingressão num pitoresco

Nada sofisticado, nem subtil?

 

Senil, não estou – ainda... - , pois discorro

Sobre a realidade em que me morro

A cada dia um pouco mais e mais,

 

Portanto outra razão, qualquer que seja,

Tirou-me o picaresco da bandeja

E foi cedê-lo às “gordas” dos jornais.

 

 

Maria João Brito de Sousa – 20.01.2018 – 12.09h

19
Jan18

PALAVRAS

Maria João Brito de Sousa

 

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PALAVRAS





Eu gosto de palavras que se enlaçam

Em frases simples, ou versos floridos,

Desde que, entrelaçadas, satisfaçam

Os ritmos que lhes sejam requeridos,



Quer nuas e selvagens quando passam,

Quer com mantos opacos por vestidos,

Que nas voltas que dêem, se se abraçam,

Falem tanto à razão quanto aos sentidos.



Colho-as ao fim da tarde, ou bem cedinho,

Conforme o propicie o descaminho

Por onde me conduzam tempo e espaço



E a elas me confio enquanto possa

Lembrar que, quando fui menina e moça,

Quase ousei desistir das que hoje abraço.





Maria João Brito de Sousa – 18.01.2018 -18.12h

 

14
Jan18

DEZ ANOS DE SONETOS ONLINE

Maria João Brito de Sousa

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 Hoje, dia do décimo aniversário deste blog, a reedição da primeira publicação.

 

Maria-Sem-Camisa

 

 

Maria-Sem-Camisa, a sem dinheiro

Que passa pela vida ao Deus-dará,

Tem fama de ser dura e de ser má

Mas é, tão só,  poeta a tempo inteiro.

 

Maria vai plantando em seu canteiro

Sementes de si mesma ... o que não há,

Engendra-o Maria, e tanto dá

Ter pouco se tão rica foi primeiro.

 

 Maria-Sem-Camisa planta ideias

 E disso vai colhendo o seu sustento

 Sem cuidar da chegada ou da partida,

 

 Porque os frutos colhidos são candeias

 E estrelas a luzir no firmamento

 Da órbita em que traça a sua vida.

 

 

 

 Maria João Brito de Sousa, 14.01.2008 - 21.15h

12
Jan18

A TODAS AS MUSAS - E MUSOS... - DE BENGALA...

Maria João Brito de Sousa

bengalas03.jpg

 



Sou rebelde e, confesso, caprichosa;

Vista, em gala, um soneto delicado,

Ou o casaco usado de uma prosa,

Vesti-los-ei com gosto e com cuidado,



Como se fossem pétalas de rosa,

Ou penas de um pardal que, apaixonado,

Do mais alto dos galhos da mimosa

Cantasse à companheira um velho fado.



Tenho uma pauta própria, mas comum

Ao mais douto e ao velho “Trinta e Um”

E tanto sirvo o rei, quanto o magala.



Caso não conheçais poeta algum,

Não podeis afirmar; - Não há nenhum

Que se atreva a ser “muso”... e “de bengala”.







Maria João Brito de Sousa – 12.01.2018 – 14.49h

 

09
Jan18

TOO FAR AND TOO SOON

Maria João Brito de Sousa

Too far and too soon.jpg

 TOO FAR AND TOO SOON



*

Sem espaço para ter privacidade,

Nem tempo pra pensar e reflectir,

Vai a espécie tentando evoluir

Sobre as cinzas da própria sanidade

*

E, atrocidade sobre atrocidade,

Vai conseguindo, o homem, prosseguir,

Sem poder vislumbrar, nem discernir,

Que vai perdendo a sua identidade.

*

Quanto nos restará de liberdade?

Que pergunta tão tola hoje me invade

E porque teimo sempre em resistir

*

À mais que inconcebível quantidade

De gente que entroniza uma igualdade

Onde ela está prontinha a sucumbir?

*

 



Maria João Brito de Sousa – 09.01.2018 -12.45h

 

04
Jan18

NÃO MAIS QUE UM DEDAL...

Maria João Brito de Sousa

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NÃO MAIS QUE UM DEDAL...



Hoje sou poeta que, em tempos passados,

Teve outros cuidados. Achei-me incompleta.

Sem rumo, nem meta pr`ós passos já dados,

Vi-os naufragados sem causa concreta



E, usando a caneta, sondei meus pecados

Tão sobrestimados... tudo isso era treta

E a vida, uma recta sem fuga prós lados

Que me eram vedados. Tornei-me obsoleta.



Era natural, ou assim o pensava

Porque me cansava de vê-lo tão mal

Que achava um sinal onde nada encontrava;



Nem pedra, nem clava, nem sonho, afinal,

Ou pinga de sal, se o sal me faltava...

Pouco me sobrava. Não mais que um dedal.





Maria João Brito de Sousa – 04.12.2018 – (por volta das 8.00h)





Trabalho inspirado no soneto SOBRE MIM DISSERTO de MEA.

 

03
Jan18

OS POETAS NÃO MORREM...

Maria João Brito de Sousa

poesia, poema, poeta.jpg

 

“Os poetas não morrem”, fui pensando

E sempre acreditei no que pensava

Mas, cá por dentro, fraco, fundo e brando,

Algo bem diferente murmurava

 

Que o que não morre é o que vai ficando

Da voz com que um poeta me encantava,

Porque o que cria, esse, vai passando,

E eu é que à própria morte renegava...

 

Não morra a sua voz! Que ao menos essa

Fique viva e que ecoe e reverdeça

Tal como as primaveras desta vida!

 

Que seja sempre ouvida e acarinhada

A voz que tanto deu sem pedir nada

E que agora se cala, adormecida...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 02.01.2018 – 11.47h

 

 

 

Soneto dedicado à poetisa Alice Queiroz, companheira de versos que nunca cheguei a conhecer pessoalmente.

 

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