Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
18
Ago17

SE EU PUDESSE, NÃO PODIA

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0045.jpg

 

(Soneto em decassílabo heróico)



Se eu pudesse despir-me de razões,

Minhas asas ao vento deitaria

Ou, mesmo desasada, voaria

Sem rumo, sem destino e sem paixões.



Mas tem, este meu “se”, contradições;

Eu sei lá se a paixão me moveria

Nesse acto de voar, nessa ousadia

De rebelar-me contra as convenções?



Confesso que já houve ocasiões

Em que qualquer paixão me perderia

E, não fora a razão, despir-me-ia



Cedendo às ilusórias tentações...

Mas vem pôr-me, a razão, novas questões

E, afinal, se eu pudesse... não podia!

 



Maria João Brito de Sousa – 18.08.2017 – 11.23h

 

15
Ago17

A SEREIAZINHA

Maria João Brito de Sousa

SEREIAZINHA DE COPENHAGEN.jpg

A SEREIAZINHA

 

*

(Soneto em verso hendecassilábico)

*

Uma maré-cheia, duas marés cheias,

Três marés tão cheias que já transbordaram,

São as coisas belas que de mim ficaram

(se não forem belas, tão pouco são feias)

*



E caso surgisse galgando as areias

Onda que espantasse gentes que as pisaram

Logo de olhos postos nos que se espantaram

Alguém juraria: - São belas sereias!

*



Mas... coitadas delas, meras invenções

Deste nosso infindo, estranho imaginário,

Cantam nem sei como porque, sem pulmões,

*



Faltando-lhes órgão tão prioritário,

Depressa se esvaem nas contradições;

Na rocha, a sereia sonha um mar lendário.

*





Maria João Brito de Sousa – 15.08.2017 – 10.36h

 

14
Ago17

CALEIDOSCÓPIO

Maria João Brito de Sousa

CALEIDOSCÓPIO.jpg

 

(Soneto em verso hendecassilábico)



Nasci sendo parte de outro cinescópio;

Desde os meus primeiros momentos de vida

Via, em cada letra, um caleidoscópio

E a frase sorria de tão colorida...



Só sentido faço deste modo impróprio

E só me concentro quando diluída,

Mas nunca me digam; - Foi consumo de ópio...

Pois desta maneira fui nada e parida!



Sei ser muito humana, mas não sei se sei

Explicar subtilezas que só eu distingo...

Talvez o consiga, depois o verei,



Caso sobre ainda uma gota, um pingo,

Disto que, em verdade, sempre vos contei...

Chamam-me aldrabona? Nem assim me vingo!

 



Maria João Brito de Sousa – 14.08.2017 – 13.59h

 

 

NOTA - Estas letras e dígitos não apresentam as cores com que eu mentalmente os vejo. 

 

11
Ago17

DEPOIS DA MARÉ-CHEIA...

Maria João Brito de Sousa

maré cheia maré vazia.jpg

 



Que faço de um poema que não pinto,

Nem burilo, polindo-lhe as arestas?

Que faço ao que me escapa pelas frestas,

Daquilo que não vejo ou que não sinto?



Que faço, já que eu própria me desminto

Pois vou desperdiçando em mornas sestas

As horas de criar, quando em giestas

Podendo transmutar-me, o nem consinto?



Ah, toda a minha vida andei correndo

E agora repouso, compreendo...

Mas pudesse eu correr como corria



E garanto que, ainda que morrendo,

Seria mais veloz, menos doendo

Depois da maré-cheia, outra, vazia...



Maria João Brito de Sousa – 11.08.2017 – 11.40h

 

06
Ago17

UM MOSQUITO NO COPO DO LEITE II (Em setenta e sete palavras)

Maria João Brito de Sousa

mosquitos II.jpg

UM MOSQUITO NO COPO DO LEITE II

*

 

Olho o copo de leite que aquecera

E emito logo involuntário grito,

Porquanto, nesse copo, acontecera

Boiar um desgraçado dum mosquito!

*



Sem saber por que raio se metera

Esse insecto no leite que ora fito,

Penso: - Quando mosquito assim se esmera,

Fica qualquer humano apoucadito!

*



Em leite, nunca nado... e sou mulher!

Como pode um flebótomo fazer

Tamanha veleidade, ousar assim?

*

Talvez tenha pousado pra beber

E mergulhado sem se aperceber

Que o leite desse copo era pra mim.

*

 

Maria João Brito de Sousa – 06.08.2017 – 13.10h

 

Imagem retirada do Google

 

04
Ago17

UM MOSQUITO NO COPO DO LEITE (em cem palavras)

Maria João Brito de Sousa

MOSQUITO.jpg

UM MOSQUITO NO COPO DO LEITE

*

 

Neste copo de leite anda um mosquito!

Que falta de cuidado e de respeito

Por parte de quem faz, do leite, um mito,

Por parte de quem vê, no mito, um feito!

*



- Senhor, peço um favor, não fique aflito

Que eu salvo a situção de qualquer jeito!

Vou buscar outro copo e não repito

O erro de o deixar no parapeito...

*



- Ao erro cometido, lho credito

E juro que não peco por defeito,

Pois posso garantir que assim que o fito

*



Vejo alguém que não faz nada direito

E está mais que ditado o veredicto:

Mosquitos no meu copo... nunca aceito!

*

 

Maria João Brito de Sousa -04.08.2017 – 10.18h

 

NOTA - De visita a um blog amigo, fiz algo que muito raramente faço; cliquei no "nick" de um dos comentadores e, de acaso em acaso, acabei por ir dar a um blog que propunha uma história sobre um mosquito num copo de leite, em setenta e sete palavras.

A curiosidade foi grande e não pude resistir à tentação de conseguir um soneto perfeito com as tais setenta e sete palavrinhas... não alcancei o objectivo. Em poucos minutos percebi que teria de optar entre um soneto muito, muito manco e um verdadeiro soneto, mas composto por cem palavras.

Escolhi este último e espero a vossa compreensão, bem como a compreensão do/a "blogger" que lançou a ideia.

03
Ago17

RUGA A RUGA

Maria João Brito de Sousa

 

velhice.jpg

 

 Eu reivindico as rugas! Ruga a ruga,

Fui conquistando ao tempo a Poesia,

Esta que agora gravo, inda que, em fuga,

Mais pareça criar desarmonia,



Porquanto, cruamente, a dor me aluga

Os sentidos em flor com que escrevia

E nem a melodia em mim madruga

Como há bem pouco tempo acontecia...



Foi, no entanto, delas que me veio

Cada verso daquel`s por que hoje anseio

E que não trocarei por coisa alguma;



Venham mais rugas porque as não receio!

De falsidades anda o mundo cheio

E, às minhas, conquistei-as uma a uma!





Maria João Brito de Sousa – 03.08.2017 - 11.35h

Dedicado à MEA e escrito após a leitura do seu lindíssimo soneto

“Não Deixem que me Vista de Saudade”.

 

Imagem retirada da Fábrica de Histórias

 

Pág. 2/2

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2023
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2022
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2021
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2020
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2019
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2018
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2017
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2016
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2015
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2014
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2013
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2012
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2011
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2010
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2009
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2008
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!