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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
12
Dez16

AUTOR/LEITOR

Maria João Brito de Sousa

o_leitor_01.jpg

(leitura)
*

... e depois das discórdias, dos consensos
da carne alvoroçada e dos sentidos,
sobraram-me alguns versos embutidos
em mim, que ainda os sonho e sempre imensos...
*

Vibram estirados estes versos tensos,
arcos de besta em tiro distendidos,
que apenas olhos, gastos, consumidos,
não varam nevoeiros, quando densos
*

Mas, melhor vendo um verso do que nada,
mais retesam a corda já estirada
entre autor e leitor. Sempre nós dois
*

No centro da tensão já consumada
sobre um verso qualquer, na balaustrada
deste nem-sei-o-quê que vem depois.

 


*

Maria João Brito de Sousa - 12.12.2016 - 14.39h

12
Dez16

GLOSANDO ANTERO DE QUENTAL

Maria João Brito de Sousa

bordo21.jpg

 

NÃO ME FALES DE GLÓRIA: É OUTRO, O ALTAR

(A Alberto Sampaio)



Não me fales de glória: é outro, o altar
Onde queimo piedoso o meu incenso,
E animado de fogo mais intenso,
De fé mais viva, vou sacrificar.

A glória! pois que ha n'ela que adorar?
Fumo, que sobre o abysmo anda suspenso...
Que vislumbre nos dá do amor immenso?
Esse amor que ventura faz gosar?

Há outro mais perfeito, único, eterno,
Farol sobre ondas tormentosas firme,
De immoto brilho, poderoso e terno...

Só esse hei-de buscar, e confundir-me
Na essencia do amor puro, sempiterno...
Quero só n'esse fogo consumir-me!



Antero de Quental

In "Sonetos"



AINDA UM OUTRO ALTAR

 

"Não me fales de glória: é outro o altar"

E outra é a razão dos meus sonetos,

Que são, pr`á glória, trastes obsoletos,

Mas são, pr`a mim,  o pão que eu cozinhar!

 

"A Glória! Pois que há nela que adorar?"

Palácios de ilusões, sempre inconcretos,

Com túneis, tão sombrios, quanto secretos,

Em que me perderei, se os alcançar...

 

"Há outro mais perfeito, único, eterno,"

Aonde sempre fui (re)construir-me

Enquanto resistia ao duro Inverno;

 

"Só esse hei-de buscar, e confundir-me"

Num menos rebuscado e mais fraterno

E, quer creiam, quer não, muito mais firme!

 

 

Maria João Brito de Sousa -11.12.2016 - 12.19h



 

Imagem - Gravura de Manuel Ribeiro de Pavia



 

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