Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores.
...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
... e depois das discórdias, dos consensos da carne alvoroçada e dos sentidos, sobraram-me alguns versos embutidos em mim, que ainda os sonho e sempre imensos... *
Vibram estirados estes versos tensos, arcos de besta em tiro distendidos, que apenas olhos, gastos, consumidos, não varam nevoeiros, quando densos *
Mas, melhor vendo um verso do que nada, mais retesam a corda já estirada entre autor e leitor. Sempre nós dois *
No centro da tensão já consumada sobre um verso qualquer, na balaustrada deste nem-sei-o-quê que vem depois.
Não me fales de glória: é outro, o altar Onde queimo piedoso o meu incenso, E animado de fogo mais intenso, De fé mais viva, vou sacrificar.
A glória! pois que ha n'ela que adorar? Fumo, que sobre o abysmo anda suspenso... Que vislumbre nos dá do amor immenso? Esse amor que ventura faz gosar?
Há outro mais perfeito, único, eterno, Farol sobre ondas tormentosas firme, De immoto brilho, poderoso e terno...
Só esse hei-de buscar, e confundir-me Na essencia do amor puro, sempiterno... Quero só n'esse fogo consumir-me!