Saltar para: Posts [1], Pesquisa [2]

poetaporkedeusker

poetaporkedeusker

UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
18
Nov16

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XX

Maria João Brito de Sousa

FUNDO DO MAR.jpg

 

QUERO COLHER O DIA

 

Quero colher o dia que nasceu
Como quem colhe frutos. Com afecto
E degustar os gomos que me deu
Ao sorver seu perfume mais secreto



Saciar esta fome, no apogeu
De sabores e cores, tão concreto
Que ele nesse festim me concedeu
Em ambiente ameno e tão completo



Inspirarei com gozo seus perfumes
Os olhos bem fechados, sem queixumes
Espargindo pelo ar minha ternura



Quero beber seu sumo envolto em sol
No canto musical dum rouxinol!
Enfim…quero colhê-lo sem bravura!



MEA
16/11/2016



VIAGEM



"Quero colher o dia que nasceu",

Lançá-lo no convés da minha barca,

Levá-lo além do mar, torná-lo meu,

Deixar-lhe, em hora incerta, a minha marca...



"Saciar esta fome no Apogeu"

Do ponto que a visão precisa abarca,

Rendê-lo e, por momentos, dar-lhe o céu

Onde, em tempos, reinava a velha Parca...



"Inspirarei com gozo seus perfumes",

Mostrar-lhe-ei corais, conchas, cardumes

De coloridos peixes tropicais;



"Quero beber seu sumo envolto em sol",

Tornar-me o próprio engodo deste anzol

Que usei para poder prendê-lo mais!

 



Maria João Brito de Sousa 1.11.2016 - 21.55h

 

17
Nov16

GLOSANDO O POETA JOAQUIM SUSTELO XII

Maria João Brito de Sousa

LUA COM NUVEM.png

 

RENDIÇÕES

   

Atrás de escura nuvem se escondeu
Adivinhando a chuva que aí vinha
O sol envergonhado lá no céu
E foi-se embora o brilho que ele tinha

 

Fenómenos que são tão curiosos...
A minha mente quase nem entende...
Astro tão forte, raios luminosos,
Esconde-se  envergonhado... até se rende...

 

Será por ver na chuva que o céu  chora
Que a culpa é dos seus raios que hão lá posto
Nas nuvens, água que há evaporado?

  

Também te fiz chorar... fui sem demora
Secar-te duas lágrimas no rosto
Depois eu me rendi, envergonhado.

  

Joaquim Sustelo

 

(em OUTONO DA VIDA)

 

 

 

NUVEM PASSAGEIRA...

 

 

"Atrás da escura nuvem se escondeu"

Uma lua tristonha, a soluçar,

E a noite, que de escura, era de breu,

Deixou de ter a bênção do luar...

 

"Fenómenos que são tão curiosos"...

Falando de matéria inanimada,

Damos-lhe sentimentos que são nossos

E até vemos a lua angustiada...

 

 

"Será por ver na chuva que o céu chora"

Que pensamos que a lua sofre, cora,

E pode ser passível de sonhar?

 

"Também te fiz chorar... fui sem demora"

Dizer-te que o luar, se foi embora,

Assim que a nuvem passe irá voltar...

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 16.11.2016 - 13.31h

 


(Imagem retirada do Google)

 

16
Nov16

GLOSANDO ANTÓNIO DE SOUSA

Maria João Brito de Sousa

Avô Sousa, na casa da Luís de Camões em Algés.

EXÍLIO



Cobriu-me de desprezo o dia pardo,

a flor azul do riso das donzelas,

o lento rio de águas amarelas

e o frio, que pesava como um fardo...



Meu sonho - vôo tonto de moscardo

a tentear vidraças de janelas -

zoava de horas túmidas e belas;

morria, seco e duro como um cardo.



Sempre de mim a mim, nos meus caminhos,

pedindo em vão a esmola de vizinhos

e lume certo a um lar que não tem brasas.



(Menino triste que já é demais,

sou de filhos, irmãos, mulher e pais

para esconder do Céu uns cotos de asas.)





António de Sousa



In "Livro de Bordo" (1ª edição),  Editorial Inquérito





O CAIS

 

"Cobriu-me de desprezo o dia pardo"

que violava as frestas das janelas

como a nortada enfuna as rotas velas

da minha barca de pirata... ou bardo...



"Meu sonho - vôo tonto de moscardo"

somando à própria fuga, outras procelas... -

perdidos mastro e leme, embate nelas

e cai pesadamente, como um fardo.



"Sempre de mim a mim, nos meus caminhos",

tecendo, para as velas, novos linhos

e esculpindo-lhes versos que são remos,



"(Menino triste que já é demais",

vá eu por onde for, se aporto ao cais,

direi que um cais nos deu tudo o que temos!)





Maria João Brito de Sousa - 15.11.2016 - 12.10h

 

 

15
Nov16

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XVIII

Maria João Brito de Sousa

DE OLHOS NOS OLHOS.jpg

 

O VERBO AMAR DOS OLHARES

 

Nos olhares que sabem nos sorrir

Há vontade de querer, de ser feliz

E sem palavras sabem traduzir

Algo que nos colora de matiz

 

Nos olhares que sabem seduzir

Que sabem apagar a cicatriz

E despertar em nós outro sentir

Há a luz e a magia que se quis

 

Nos olhares que sabem convencer

Que o futuro é também um aprender

Duma forma diversa e diferente

 

Esses olhares sabem cativar

Neles há sedução do verbo amar

Conjugado pra sempre no presente

 

MEA

19/10/2016

 



DE OLHOS NOS OLHOS



"Nos olhares que sabem nos sorrir"

E nos enlaçam nesse seu sorriso,

Há canteiros de versos a florir

De quanto, sendo grato, for preciso...



"Nos olhares que sabem seduzir",

Nasce a amizade e morre o (pre)juízo

Do que apenas seduz pr`a reduzir

Cada ousadia, ao gesto mais conciso...



"Nos olhares que sabem convencer",

Luz algo que consegue converter

A própria dissidência, ao dissidente;



"Esses olhares sabem cativar"

A franca timidez de um outro olhar,

Quando o olham de perto e bem de frente...





Maria João Brito de Sousa -12.11.2016 - 11.17h

 

13
Nov16

GLOSANDO NATÁLIA CORREIA

Maria João Brito de Sousa

001.jpg

 

SOBE O PANO

 

Onde se solta o estrangulado grito,
Humaniza-se a vida e sobe o pano.
Chegam aparições dóceis ao rito
Vindas do fosso mais fundo do humano.

 

Ilumina-se a cena e é soberano,
No palco, o real oculto no conflito.
É tragédia? É comédia? É, por engano,
O sequestro de um deus num barro aflito?

 

É o teatro: a magia que descobre
O rosto que a cara do homem cobre
E reflectidos no teu espelho - o actor -

 

Os teus fantasmas levam-te pr`a onde
O tempo puro que te corresponde
Entre as horas ardidas está em flor.

 

Natália Correia.

 

DESCE O PANO

 

"Onde se solta o estrangulado grito"
Das algemadas mãos do desengano,
Redobra em esforço insano, o ser constricto,
Que actua, invicto, até que caia o pano.

 

"Ilumina-se a cena e é soberano"
O esforço (des)humano. Eu acredito
Porquanto a fundo o fito, em"mano a mano",
Qual de nós mais tirano... ou mais aflito...

 

"É o teatro: a magia que descobre"
O primeiro a esvair-se, o que se dobre,
Sobre esse seu reflexo - outro, afinal... -

 

"Os teus fantasmas levam-te pr`a onde"
Nem mesmo esse reflexo te responde...
Desce o pano. O fantasma era o real.

 

 

Maria João Brito de Sousa -13.11.2016 -19.18

12
Nov16

CONVERSANDO COM O POETA JOSÉ MANUEL CABRITA NEVES III

Maria João Brito de Sousa

EU FUI....jpg


EU FUI O SONHO

Eu fui a ave desbravando o espaço,
Eu fui o grito ecoando ao vento,
Eu fui o mar sereno e o violento,
Eu fui o beijo, o afago e o abraço!

Eu fui a eternidade e o momento,
Eu fui a caminhada passo a passo,
Eu fui a resistência e o cansaço,
Eu fui o desalento e o alento…

Eu fui a meta e ponto de partida,
Eu fui a paz e a raiva enfurecida,
Eu fui o horizonte da verdade!

Eu fui o amanhã da ilusão,
Eu fui o sonho desta geração,
Eu fui Democracia e Liberdade!...


José Manuel Cabrita Neves

 

 

EU FUI...

 

Eu fui a noite, quando o sol raiava,

Eu fui a cama de um quarto de lua,

Eu fui a pedra solta de uma rua,

Eu fui , em simultâneo, altiva e escrava...

 

Eu fui esta torrente que me estua,

Eu fui este estuário em que me olhava,

Eu fui, do sol, a nuvem que o tapava,

Eu fui a que se veste e fica nua...

 

Eu fui ninguém, quando era toda a gente,

Eu fui, de estranha forma, omnipresente,

Eu fui todos os versos que engendrei!

 

Eu fui opaca, enquanto transparente,

Eu fui pedra, papoila, água corrente...

Eu fui exactamente o que sonhei!

 

 

Maria João Brito de Sousa - 11.11.2016 - 16.27h

 

 

11
Nov16

SO(LAS)

Maria João Brito de Sousa

Botas de operário- Van Gogh.JPG

 (Soneto em decassílabo heróico)

 

 

Não sei se as tuas horas - minhas, nossas.... -
São suaves e sedosas, se, magoadas,
À dor de cada dia são roubadas,
Mas quero-te pedir, logo que possas,

 

A ti, que tantas vezes ris e troças
De horas que se te alongam como estradas,
Que acompanhes de perto outras passadas;
As das horas pesadas, curtas, grossas,

 

Das solas da velhice e, das pegadas,
Contar-me-ás depois: - Foram cardadas?
Passeiam sobre asfalto, ou calcam roças?

 

E quantas pedras soltas, quantas poças
De lodo e sofrimento são pisadas
Quando as horas se arrastam, de cansadas?

 

 

Maria João Brito de Sousa - 10.11.2016 - 17.19h

Tela de Vincent Van Gogh

10
Nov16

GLOSANDO A POETISA MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XVII

Maria João Brito de Sousa

Autonomia do sonho.jpg

 

NA PAUSA DO ALMOÇO

 

Naquela negra rua aonde passo
O Sol mudou a rota, já não brilha
E nas pessoas há um tal cansaço
Que vem, e nos seus rostos faz a trilha



Enganam sua fome nesse espaço
Onde a indiferença é a mantilha
Que lhes cobre seus ombros, sem abraço
E, somente do espaço há partilha



Conversas soltas, risos amarelos
Sugerem os diálogos singelos
Dessa hora parada, e sem patrão



Cotovelos na mesa descansando
breves palavras vão-se ali trocando
Numa pausa banal sem emoção




MEA

8/11/2016





DA AUTONOMIA DO SONHO (adormecido)

 

 

"Naquela negra rua aonde passo"

Quando o sono me leva e quando sonho,

Há, por vezes, um brilho, um brilho baço,

Tentando, sem poder, ser mais risonho...



"Enganam sua fome nesse espaço"

Outros, cuja tristeza o faz medonho,

Que encontro nesse mundo gasto e lasso

Que apenas por cansaço pressuponho...



"Conversas soltas, risos amarelos",

Vão chegando também polichinelos

Ao sonho que sonhei naquela rua;



"Cotovelos na mesa descansando"

Meu sonho lá partiu, lá foi rumando

Desde esta mesa velha até à Lua...

 



Maria João Brito de Sousa - 09.11.2016 - 18.48h



Imagem retirada do Google

 

 

07
Nov16

LIVRO(S) DE MÁGOAS

Maria João Brito de Sousa

Florbela Espanca - retrato desenhado.jpg

 

ESTE LIVRO

 

Este livro é de mágoas. Desgraçados,

Que no mundo passais, chorai ao lê-lo!

Somente a vossa dor de Torturados

Pode talvez senti-lo... e compreendê-lo.

 

Este livro é pr`a vós. Abençoados

Os que o sentirem, sem ser bom, nem belo!

Bíblia de tristes, ó Desventurados,

Que a vossa imensa dor se acabe ao vê-lo!

 

Livro de Mágoas... Dores... Ansiedades!

Livro de Sombras, Névoas e Saudades!

Vai pelo mundo... (trouxe-o no meu seio...)

 

Irmãos na dor, os olhos rasos de água,

Chorai comigo a minha imensa mágoa,

Lendo o meu livro só de mágoas cheio!

 

 

Florbela Espanca

In "Livro de Mágoas"

 

 

 

ALMAS GÉMEAS

 

 

Destes sonetos meus, que ousei escrever,

Também brotaram mágoas - porque não? -,

Mas muito além da mágoa, vi nascer

Uma mesma incomum comum paixão

 

E da mesma paixão  nos vi morrer...

Entendo-te a precoce rendição,

Irmã dos mil sonetos que eu tecer

Pr`além dos que me nascem sem razão,

 

Mas como condenar-ta, se entender

Que a dor que te matou teve a função

De engendrar teus sonetos? Que fazer,

 

Se te bendigo a própria maldição?

Florbela, eu que te sei, sem te saber,

Como glosar-te, assim? Sonhei-te, então?

 

 

Maria João Brito de Sousa - 07.11.2016 - 13.58h

 

(Inédito, respondendo ao soneto "Este Livro", de Florbela Espanca)

 

ALMAS GÉMEAS.jpg

 

05
Nov16

GLOSANDO MARIA DA ENCARNAÇÃO ALEXANDRE XVI

Maria João Brito de Sousa

estaleiro.jpg

 

PORTAIS DE FLORES

Anda plo ar cheirinho a sardinheira
Quando o sol à tardinha invade a rua
Misturado no aroma da roseira
Que decora a parede ainda nua

 

Bem junto a cada porta, a rua inteira
É florido jardim, que apazigua
Gentes que dela fazem ma"bandeira"
Com esmero e alegria muito sua

 

Em cada portal há cor e beleza
Há um modesto encanto e singeleza
Que dão a esta rua ar pitoresco

 

Quando à noitinha se abrem as janelas
Há perfume que sobe e entra nelas
Suave delicado e muito fresco

 

MEA
3/11/2016

 

 

 

MEMÓRIAS DO ESTALEIRO

 

 

"Anda plo ar cheirinho a sardinheira"

Quando recordo a casa onde cresci,

Na qual me fiz amante e companheira

De um mar infindo aonde me perdi...

 

"Bem junto a cada porta a rua inteira",

Semelhava uma frota - assim a vi...-,

Que erguia ao vento Oeste uma bandeira

Que eu própria lhe inventei, pois que a teci.

 

"Em cada portal há cor e beleza"

E um pouco da romântica rudeza

Que um marinheiro traz no coração;

 

"Quando à noitinha se abrem as janelas"

Subo ao convés da nau, ergo-lhe as velas,

Tomo o seu leme nestas minhas mãos...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 05.11.2016 -12.06h

 



 

03
Nov16

GLOSANDO JOAQUIM PESSOA III

Maria João Brito de Sousa

Joaquim Pessoa III.jpg

 

BOM DIA, MEU AMOR!

*

Acordo-me. Acordo-te. Sorrio.

E sobre a tua pele que a minha adora,

navega o meu desejo, esse navio

que sempre parte e nunca vai embora.

*

 

E como um animal uivando o cio

de um milénio, de um mês, ou uma hora,

não sei se morro ou vivo, ou choro ou rio,

só sei que a eternidade é o agora.

*



E calam-se as palavras, uma a uma,

feitas de sal, saliva, dor e espuma,

com a exacta dosagem da alegria

*



Bom dia, meu amor! O teu sorriso

é tudo o que me falta, o que eu preciso

para acender a luz de cada dia.



Joaquim Pessoa



Inédito


In OS DIAS NÃO ANDAM SATISFEITOS.

***

DESPERTANDO
*

 

"Acordo-me. Acordo-te. Sorrio."

Peço-te alguns minutos de paciência

Até que me agasalhe e espante o frio,

E até que me abandone esta indolência
*

 

"E como um animal uivando o cio"

Invades-me, poema, a transparência

De quanto sinto ser, eu que sou rio,

Da vontade, do ser, da própria essência...
*

 

"E calam-se as palavras uma a uma"

Enquanto, também tu, vestes de bruma

Os versos desnudados que acordei:
*

 

"Bom dia, meu amor! O teu sorriso"

Traz-me a compensação do prejuízo

Do instante em que a acordar me demorei.
*

 

Maria João Brito de Sousa

03.11.2016 - 13.18h
***

02
Nov16

SÁBADO, DOMINGO, SEGUNDA E TERÇA FEIRA

Maria João Brito de Sousa

 

 

A  ILHA  III

 

 

 

Disseste que estou só e quero crer

Que acreditas que sim… que absurda ideia!

A minha solidão está sempre cheia

De mundos que nem podes conceber!

 

 

A solidão só vem quando eu quiser

E há coisas como grãos de fina areia

Habitando este “mar” que me rodeia,

Nas ondas das palavras que eu escrever…

 

 

Podes guardar as penas pr`a depois

Porque eu, ilha assumida e povoada,

Não quero as tuas penas nem procuro

 

 

A solidão da vida feita a dois

Tantas vezes pior que não ter nada...

É só que nasço e morro, isso to juro!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa -02.11.2010 - 10.44h

 

 

O FEITIÇO

 

 

Por motivos que nem conceberias,

Enfeiticei-te a vida e não choraste…

Poderia jurar que até gostaste

E reparei, mais tarde, que sorrias…

 

 

Mas, depois da mudança, entenderias…

Pensei-o, fi-lo e tu… nem te zangaste!

Não sei se o laconismo a que chegaste

Te impediu de mostrar quanto sentias,

 

 

Ou se sentir, pr`a ti, era uma coisa

Que surge como um pássaro que poisa

E só muito mais tarde afunda as garras…

 

 

Enfeitiçado, ou não… a vida é tua!

O meu feitiço é brando e nunca actua

Sobre almas que estão presas por amarras…

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

A PERSISTÊNCIA DO POEMA

 

 

É este o meu destino, eu não duvido!

Em tudo o mais que fiz, não me encontrei

E quando faço a conta ao já vivido,

Só nestoutro presente é que me sei…

 

 

Poeta, obedecendo ao que é pedido,

Eu abençoo a hora em que me dei...

Mais tarde, num presente “em diferido”,

Hão-se crescer os frutos que plantei…

 

 

Viver, morrer… tudo isto é natural.

Tudo isto, acontecendo, me acontece,

Bem como a todos vós que possais ler-me,

 

 

Mas se o Poema nasce, esse imortal

Tão incorpóreo quanto a própria prece,

Persiste e há-de, após, sobreviver-me!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.11.2010 – 14.32h

 

 

 

SONETILHO COM VISTA PARA OS MARES DA LUA

 

 

Hoje a Lua está tão perto

Que quase posso tocá-la!

Dela só quero esse incerto

Dos tais mar`s que vão banhá-la

 

 

E julgo ter descoberto

Que é desse mar que ela fala,

E é nessas marés, decerto,

Que eu hei-de, um dia, alcançá-la…

 

 

Da janela em que repouso

Olho esses mares que mal ouso,

Quando ouso ao longe avistá-los

 

 

E lá por serem lunares

Não deixarão de ser mares

Nem eu vou deixar de amá-los!

 

 

Maria João Brito de Sousa – 01.11.2010 – 15.41h

 

 

Mais sobre mim

foto do autor

Subscrever por e-mail

A subscrição é anónima e gera, no máximo, um e-mail por dia.

Em livro

DICIONÁRIO DE RIMAS

DICIONÁRIO DE RIMAS

Links

O MEU SEBO LITERÁRIO - Portal CEN

OS MEUS OUTROS BLOGS

SONETÁRIO

OUTROS POETAS

AVSPE

OUTROS POETAS II

AJUDAR O FÁBIO

OUTROS POETAS III

GALERIA DE TELAS

QUINTA DO SOL

COISAS DOCES...

AO SERVIÇO DA PAZ E DA ÉTICA, PELO PLANETA

ANIMAL

PRENDINHAS

EVOLUÇÃO DAS ESPÉCIES

ASSOCIAÇÃO PORTUGUESA DE POETAS

ESCULTURA

CENTRO PAROQUIAL

NOVA ÁGUIA

CENTRO SOCIAL PAROQUIAL

SABER +

CEM PALAVRAS

TEOLOGIZAR

TEATRO

Arquivo

  1. 2025
  2. J
  3. F
  4. M
  5. A
  6. M
  7. J
  8. J
  9. A
  10. S
  11. O
  12. N
  13. D
  14. 2024
  15. J
  16. F
  17. M
  18. A
  19. M
  20. J
  21. J
  22. A
  23. S
  24. O
  25. N
  26. D
  27. 2023
  28. J
  29. F
  30. M
  31. A
  32. M
  33. J
  34. J
  35. A
  36. S
  37. O
  38. N
  39. D
  40. 2022
  41. J
  42. F
  43. M
  44. A
  45. M
  46. J
  47. J
  48. A
  49. S
  50. O
  51. N
  52. D
  53. 2021
  54. J
  55. F
  56. M
  57. A
  58. M
  59. J
  60. J
  61. A
  62. S
  63. O
  64. N
  65. D
  66. 2020
  67. J
  68. F
  69. M
  70. A
  71. M
  72. J
  73. J
  74. A
  75. S
  76. O
  77. N
  78. D
  79. 2019
  80. J
  81. F
  82. M
  83. A
  84. M
  85. J
  86. J
  87. A
  88. S
  89. O
  90. N
  91. D
  92. 2018
  93. J
  94. F
  95. M
  96. A
  97. M
  98. J
  99. J
  100. A
  101. S
  102. O
  103. N
  104. D
  105. 2017
  106. J
  107. F
  108. M
  109. A
  110. M
  111. J
  112. J
  113. A
  114. S
  115. O
  116. N
  117. D
  118. 2016
  119. J
  120. F
  121. M
  122. A
  123. M
  124. J
  125. J
  126. A
  127. S
  128. O
  129. N
  130. D
  131. 2015
  132. J
  133. F
  134. M
  135. A
  136. M
  137. J
  138. J
  139. A
  140. S
  141. O
  142. N
  143. D
  144. 2014
  145. J
  146. F
  147. M
  148. A
  149. M
  150. J
  151. J
  152. A
  153. S
  154. O
  155. N
  156. D
  157. 2013
  158. J
  159. F
  160. M
  161. A
  162. M
  163. J
  164. J
  165. A
  166. S
  167. O
  168. N
  169. D
  170. 2012
  171. J
  172. F
  173. M
  174. A
  175. M
  176. J
  177. J
  178. A
  179. S
  180. O
  181. N
  182. D
  183. 2011
  184. J
  185. F
  186. M
  187. A
  188. M
  189. J
  190. J
  191. A
  192. S
  193. O
  194. N
  195. D
  196. 2010
  197. J
  198. F
  199. M
  200. A
  201. M
  202. J
  203. J
  204. A
  205. S
  206. O
  207. N
  208. D
  209. 2009
  210. J
  211. F
  212. M
  213. A
  214. M
  215. J
  216. J
  217. A
  218. S
  219. O
  220. N
  221. D
  222. 2008
  223. J
  224. F
  225. M
  226. A
  227. M
  228. J
  229. J
  230. A
  231. S
  232. O
  233. N
  234. D

FÁBRICA DE HISTÓRIAS

Autores Editora

A AUTORA DESTE BLOG NÃO ACEITA, NEM ACEITARÁ NUNCA, O AO90

AO 90? Não, nem obrigada!