Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores.
...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
Tuas palavras ditas com rancor que meus ouvidos escutaram tristemente demonstram bem, a ilusão daquele amor que em tempos, eu pensei ... em ti presente!
Tanta ânsia por te querer com tal fervor não percebi que tu mentias inclemente então eu fui vivendo ao sabor duma paixão que me vencia cegamente.
Por essas peripécias que inventaste um filme que tão bem representaste por ti o que hoje sinto, já nem sei .
deste ao meu viver, tanta amargura, senti-me quase á beira da loucura numa pessoa diferente, me tornei .
28/08/2012 Rosa Redondo
PALAVRAS, PALAVRAS, PALAVRAS...
"Tuas palavras ditas com rancor" Não tiveram, em mim, qualquer efeito; Cresci, não quero ter amo ou senhor, Nem quero mais ninguém sobre o meu leito!
"Tanta ânsia por te querer com tal fervor" E tanto sonho inútil no meu peito, No tempo em que quis crer que o teu amor Seria, dentre os mais, mais que perfeito...
"Por essas peripécias que inventaste", Nem por um só segundo me magoaste; Mais forte me tornaste... e combativa,
(Pois) "Deste ao meu viver tanta amargura", Que só longe de ti soube haver cura Pr`a quem se veja assim, muda e cativa...
A chuva quando cai tem a beleza Das lágrimas que correm por amor; É choro, é emoção da Natureza, Das nuvens, suas taças de licor
Há sonhos que nos traz quando se ouve Seu som lá no telhado ou na vidraça; Beleza há na toada que se louve Qual música que toca e nos enlaça
Não há nenhum poema que descreva As gotas numa pétala de flor; E cada, é uma lágrima que leva À terra, quando cai, o seu amor
A alma se embebeda, se extasia Ao ver chover nos campos... no caminho... Embriaguês que chega por magia Como se em vez de água fosse vinho
A chuva... obra do Céu, da Natureza, Tem música nas gotas, uma a uma... Balada que nos dá nessa beleza Dum dia que nos surge em tons de bruma.
Joaquim Sustelo (em CAMINHOS DA VIDA)
A CHUVA, SEGUNDO UMA ESTEVA-DAS-AREIAS
"A chuva quando cai tem a beleza" Da bênção que sacia e mata a sede À terra sequiosa e sem certeza Que em verde refloresce, se a recebe...
"Há sonhos que nos traz quando se ouve" Ressoar pelos pastos e quintais, Onde rebenta a flor, nasce uma couve E despontam sorrindo os cereais...
"Não há nenhum poema que descreva" A alegria da terra ao ser beijada Por essas gotas de água e a própria esteva Melhor vo-lo dirá, que eu, não sei nada...
"A alma se embebeda, se extasia"! E porque nada sei senão supor, Pressuponho o que a esteva vos diria, Se soubesse escrever mais e melhor;
- "A chuva... obra do céu, da natureza", é também minha mãe, pois deu-me a Vida..." Tão só por estar saciada, a esteva reza E eu fico a contemplá-la embevecida...
Como quando do mar tempestuoso O marinheiro todo trabalhado, De um naufrágio cruel saindo a nado, Só de ouvir falar nele está medroso, * Firme, jura que o vê-lo bonançoso Do seu lar o não tire sossegado; Mas esquecido já do horror passado, Dele a fiar se torna cobiçoso,
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Assi, Senhora, eu que da tormenta De vossa vista fujo, por salvar-me, Jurando de não mais em outra ver-me;
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Com alma que de vós nunca se ausenta, Me torno, por cobiça de ganhar-me, Onde estive tão perto de perder-me.