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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
21
Set15

LIBERDADE - Bocage e eu - AVL

Maria João Brito de Sousa

Álvaro Cunhal - Desenhos na prisão 01.jpg

 

 

LIBERDADE



Liberdade, onde estás? Quem te demora?
Quem faz que o teu influxo em nós não caia?
Porque (triste de mim!) porque não raia
Já na esfera de Lísia a tua aurora?

 

Da santa redenção é vinda a hora
A esta parte do mundo que desmaia.
Oh! Venha... Oh! Venha, e trêmulo descaia
Despotismo feroz, que nos devora!



Eia! Acode ao mortal, que, frio e mudo,
Oculta o pátrio amor, torce a vontade,
E em fingir, por temor, empenha estudo.



Movam nossos grilhões tua piedade;
Nosso númen tu és, e glória, e tudo,
Mãe do gênio e prazer, ó Liberdade!





Manuel Maria Barbosa du Bocage



LIBERDADE II



"Liberdade, onde estás? Quem te demora?"

Quem te prende e te afrouxa, dominada,

Quando nua nasceste e desnudada

Te ergueste em toda a fauna, em toda a flora?



"Da santa redenção, é vinda a hora"

Pois basta de evocar-te e não ter nada,

E ver-te assim, rendida, envergonhada,

Ou morta, assassinada... igual nos fora!



"Eia! Acode ao mortal que, frio e mudo,"

Cedendo à frustração, perde a vontade,

Pois tendo-te perdido... perde tudo!



"Movam nossos grilhões tua piedade"

Até que irrompa, firme, o brado agudo

Da tua reconquista, ó Liberdade!

 



Maria João Brito de Sousa - 21.09.2015 - 11.34h

 

 

Desenho de Álvaro Cunhal (Desenhos da Prisão)

 

 

13
Set15

A CEIA DO POETA

Maria João Brito de Sousa

d5128850l.jpg

(Soneto em decassílabo heróico)

 

O verso ardendo ao lume, a mesa posta,
a toalha das rimas bem estendida
e um prato de silêncios, sem lagosta,
aguardando, expectante, essa comida

 

Que o nutre, que o sustenta, de que gosta
e que está quase pronta a ser servida
pela mão do poeta, numa aposta
em resistir, fintando as leis da vida...

 

Apaga o lume e serve-se à vontade
de imagens, de palavras, de conceitos
expurgados da excessiva quantidade

 

Dos "ais", dos gongorismos, dos trejeitos
em que, alguns, julgam estar a qualidade,
e a qualidade sempre achou defeitos...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 08.09.2015 - 16.47h

 

Imagem - "A Refeição Frugal" - Pablo Picasso (água forte)

08
Set15

"ERROS MEUS, MÁ FORTUNA, AMOR ARDENTE"

Maria João Brito de Sousa

digitalizar0041.jpg

 

"Erros meus, má fortuna, amor ardente"...
de erros que me sobrassem, naturais,
fui trocando - de menos, ou demais? -
as quadras por sonetos... dei semente!

"Tudo passei, mas tenho tão presente"
um ror dos pecadilhos mais venais,
dos comuns, cometidos por mortais
que à perfeição aspirem, tão somente...

"Errei todo o discurso de meus anos",
talvez num verso, ou noutro... é natural
porque apenas humana e nunca um deus!

"De amor não vi senão breves enganos",
mas como posso, a Amor, levar a mal,
se, o próprio, erros comete, iguais aos meus?



Maria João Brito de Sousa - 08.09.2015 - 11.47h

 

NOTA - Soneto escrito na sequência da publicação do soneto de Camões com o mesmo título, glosado por Helena Fragoso.

 

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