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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
26
Mar15

SONETO DO MAL MENOR

Maria João Brito de Sousa

rosa-vermelha-brilhante-na-neve-no-inverno-1358589

 


(Em decassílabo heróico)
 


Dá-me o ramo das rosas perdulárias
comprado na florista já esquecida,
armado no “bouquet” morto e sem vida
das almas condenadas, solitárias...

Dá-me uma – mais serão desnecessárias...-
no ramo em que a chorei, porque, à partida,
lhe condeno a razão de ser colhida,
deixando, na raiz, funções tão várias,

Juro que não protesto... e mais não digo!
Hoje perco a raiz, enfrento o p`rigo
e estou pronta a render-me sem chorar,

Se o derradeiro golpe, esse inimigo
que me arranca do mundo em que me abrigo,
me degolar, de vez, sem me magoar.
 


Maria João Brito de Sousa – 26.03.2015- 15.08h

 

10
Mar15

GEADA NEGRA

Maria João Brito de Sousa

geada_26-09-12_510.jpg

 

 

(Soneto em verso hendecassilábico)

 

Perdoai-me agora porque mais não posso,

Estou já pele e osso, quanto a poesia,

Do carnudo fruto que antes produzia,

Mal vejo o de outrora pequeno caroço,

 

Qual mero vestígio, qual simples destroço

Do que então criava, do que então escrevia,

Mesmo, em chão negado pela carestia,

Sendo um vago esquiço, sendo um mero esboço.

 

Vibram já machados sobre essa haste nua,

Sem um sol que a aqueça, sem que a esconda a lua,

Pois desta colheita contra-producente,

 

Sem mais flor que a anime, fruto que a alimente,

Fica só memória... quem sabe, a semente

De outra humana história que a tomar por sua?

 

 

Maria João Brito de Sousa – 10.03.2015 -16.21h

 

Nota – O meu primeiríssimo soneto em verso hendecassilábico.

 

 

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