02
Set14
O TEU SILÊNCIO, Ó COMPANHEIRO!
Maria João Brito de Sousa
(Soneto em decassílabo heróico)
Por vezes vem de manso a voz do vento,
Murmurar-me em segredo… e diz-me mais,
Mais alto e mais audível que as normais
Que por cá repercutem qual lamento
A que sempre faltou raiva e talento
Mas soam como sopram vendavais,
Bradando sem cuidar dessoutros ais
Que ousem fazem soar seu desalento
Porque o sofrem na carne… e se não calam!
Aos que possam provar que, quando falam,
Bem mais razões terão que os do “poleiro”,
Junto o sopro de uns versos que me exalam
O vivo odor das brasas que em mim estalam
Se te encontro em silêncio, ó companheiro!
Maria João Brito de Sousa – 19.04.2014 – 14.48h