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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
29
Ago14

TRÊS SONETOS DE TRAZER POR CASA...

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

O ARROZ MALANDRINHO

 

 

Cebola, um grão de sal, folhas de louro,

Bem douradinhos num pouco de azeite…

Deixa a colher de pau de ser enfeite

Pr`a tornar-se, no tacho, o meu tesouro!

 

Depois trago o arroz, limpo e escolhido,

E vou-o alourando na mistura

(vai começando a ser uma aventura

fazer um arrozinho bem estrugido…)

 

Deito a água a ferver... alguns minutos,

São quanto irá bastar ao meu petisco!

Depois é só tapar, manter quentinho,

 

E, assim que doseados, os  produtos

-  muito embora correndo um certo risco -,

Servir-vos-ei arroz ... bem  malandrinho!

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009

 

 

AS ERVILHAS COM OVOS

 

 

Hoje vou preparar umas ervilhas

Guizadas, com dois ovos bem escalfados,

Sem deixar de falar dos mil cuidados

Que aqui dedico a estas maravilhas;

 

Sobre aquilo a que chamo um estrugidinho,

Deito as ervilhas, logo as vou mexendo

Até que cozam bem, sempre fervendo,

Ao ponto de ficar tudo tenrinho,

 

Depois os ovos, sem esquecer tempero,

Pr`a que fique o pitéu mais apetente,

E rectifico, quase no final...

 

O único segredo está no esmero

De trazê-las pr`á mesa e servir quente,

Pedindo a Deus que vos não façam mal.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009

 

 

 

 

 

O JOGO DE XADREZ COM O PC

 

Tem uma Excalibur que nunca falha!

Refaz-se essa inocência quase morta

Que tantas vezes vem bater-lhe à porta

E de si  faz Cavalo de batalha…

 

É nos Peões, porém, que é mais fraquinha;

Nos Bispos e nas Torres, vai teimando,

Mesmo que perca - só não sabe quando - , 

Vê que, às duas por três, foi-se a Rainha...

 

Falta-lhe o tempo... os dias passam lestos,

Mas tudo aceita sem grandes protestos

E prossegue travando o seu combate,

 

Porque em tudo o que faz põe teimosia

Consciente de que nada a salvaria

Se alguém lhe arquitectasse um xeque-mate.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 2009 

 

 

Aos 25 rápidos jogos de xadrez que o 2008 me ganhou em cinco dias... e aos 380 que lhe ganhei eu, em quatro anos e meio :) 

 

Imagens retiradas do Google

 

 

14
Ago14

ADEUS, MAMÃ!

Maria João Brito de Sousa

ADEUS, MAMÃ!

* 

Transformo a minha dor em dor nenhuma

Se recordo o menino que gerei

E as coisas que jamais aceitarei

Dissolvem-se no ar feitas em espuma...

Num vão peculiar do meu sentir,

Arrumada a miragem, com carinho,

Lá fica o meu menino deitadinho

Num berço de memórias, a dormir

 *

Agora é o poema quem comigo

Passeia de mãos dadas, desce à rua,

Dorme na minha cama e, de manhã,

* 

Me vem chamar para brincar consigo...

Mas, mal acorde a noite e nasça a lua,

É quem me diz num beijo; - Adeus, mamã!

*

Maria João Brito de Sousa – 2007

(Reformulado) 

 

In, Poeta Porque Deus Quer, Autores Editora, 2008

 

 

NOTA – Mais um daqueles sonetos que reformulei com alguma relutância e o mínimo possível, muito embora tivesse, no seu original, uma enorme falha métrica – doze sílabas poéticas no verso final - que teria sido facilmente evitável, não fosse faltar-me a prática que só todos estes anos a trabalhar o soneto clássico me viriam a trazer.

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