SONETO A UMA LONGA, FRIA, FEIA E ESCURA TARDE DE CHUVA - Alegoria... e não só.
(Em decassílabo heróico)
Pr`a quê cantar a jovem Primavera
Que nos não traga, acesa, a claridade
Que emite, lá no alto, a rubra esfera
Assim que se ergue e brilha em liberdade?
De que terá servido a longa espera
Se a chuva nos roubar, pela metade,
Um céu que esconde um sol que mal tempera
Um dia que nasceu sem qualidade?
E, sob intensa chuva, a tarde fria
De que hoje vou falar, nem sei porquê,
Faz crer que o próprio verso se arrepia
Se, na estrofe final, disser que crê
Que mais depressa brilha um novo dia
Pr`a quem, no que se vai, tanto mal vê…
Maria João Brito de Sousa – 27.03.2014 – 17.37h