Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores.
...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
Soneto assumidamente panfletário, partidário, utilitário e, na opinião da autora, necessário…
(Em decassílabo heróico)
Há pobres, infelizes criaturas Que, sem vontade própria, se norteiam Por teorias de outros que as odeiam E à má-fila promovem ditaduras
De elites que apregoam falsas curas, De eleitos que a si próprios se nomeiam E “neutros” que o não sabem, mas falseiam O sentido da Luta em vãs loucuras.
Atentem à mentira, quando alastra! A nós, essa perfídia não nos castra E o voto, a duras penas conquistado,
Há-de fazer tremer a corja “rasca” Que, ao dividir-nos, tanto nos atasca Em dúbias jogatinas de mercado!
Maria João Brito de Sousa – 22.09.2013 – 21.00h
(Em reedição, mais uma vez inevitavelmente reformulado a 14.06.2015)
Dedico-o ao poeta Frassino Machado pois, ao contrário do que ele imaginava, não conhecia esta “modalidade” até me deparar com alguns sonetos de coda, de sua autoria.
Nasceu da forma espontânea que tão naturalmente me foi surgindo e descrevo no corpo do poema. Nunca planeei escrever um soneto deste tipo. Friso bem que foi o próprio poema que se foi impondo, ao longo da concepção, enquanto “soneto de coda”.
O último terceto – que caracteriza esta modalidade – nasceu da absoluta necessidade de tornar inteligível a estrutura de uma simples mensagem que, desde o início, pressupus poética.
Também não fiz qualquer pesquisa sobre o tema e não sei se me voltará a nascer mais algum.