SONETO DO PRODUTOR EXPLORADO
Aos operários das fábricas e aos trabalhadores de todo o tipo de serviços. Aos trabalhadores da terra e do mar. Aos operários da palavra, da voz, do gesto e da cor.
A todos os silenciados e explorados.
SONETO DO PRODUTOR EXPLORADO
*
(Em decassílabo heróico)
*
Eu, que injectei nas veias das cidades
Sentinelas de pedra e de aço puro,
Que conquistei a pulso as liberdades,
Que asfaltei com suor cada futuro,
*
Eu, que paguei com sangue as veleidades
Registadas na pedra, em cada muro,
E sigo em frente e moldo eternidades
A partir do que engendro e não descuro,
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Não mais hei-de evocar forças ausentes!
Liberto o grito preso entre os meus dentes
Que irrompe deste barro em que me sou
*
E arrancarei de mim quantas correntes
Me prendam à mentira, ó prepotentes
Donos do que julgais que vos não dou!
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Maria João Brito de Sousa – 30.07.2013 – 18.58h
IMAGEM- "Força" , José Viana, óleo sobre tela
Imagem retirada da página URBANO TAVARES RODRIGUES - Escritor
NOTA DA AUTORA – Um soneto que nasceu porque “tinha de ser”…