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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Mai12

... E SOLTA-SE O SONETO

Maria João Brito de Sousa

 

… e solta-se um soneto alvoroçado
Da estranha compulsão do gesto breve
Que cresce de um anseio exacerbado
Nos insensatos dedos de quem escreve.

Traduz um sonho só, deixa de lado
O jugo do silêncio em que prescreve
E ao ver-se desse jugo libertado
Diz, por vezes, bem mais do que o que deve.

Tem pouco espaço pr`a dizer-se inteiro
Mas, habilmente, custe o que custar,
Num nada se constrói teimosamente;

Pode ser temerário, aventureiro,
Ou simples, incorpóreo eco lunar,
Mas não terá nascido inutilmente!




Maria João Brito de Sousa – 31.05.2012 -16.51h

 

 

 

 

Imagem das Ilhas Galápagos retirada da net


24
Mai12

SONETO SÓ PARA NÃO FICAR "A GANHAR PÓ"

Maria João Brito de Sousa

Dizia dar – promessas são de mel…-
A lua, o sol… inteira, a claridade
Arrancada ao silêncio dum pincel
Em dias de inspirada ubiquidade…

Todo se dava, em juras de cordel,
Julgando conquistar corpo e vontade,
Mas nada o impediu de, na verdade,
Ir resguardando a sua própria pele…

Assim morreu esquecido, esse perjuro
Duma promessa insólita, intangível,
Sem assumir um erro, um erro só,

Onde nunca o encontro, nem procuro,
Elevando uma mão imprevisível
Na qual nada apanhara… a não ser pó.

 




Maria João Brito de Sousa – 24.05.2012 – 20.48h

 

 

Imagem "roubada" da net, via Google - Fonte de Neptuno, palácio de Schonbrunn (com trema :), Viena, Áustria


14
Mai12

BRAVO, ROSEIRA BRAVA! Sonetilho para ser cantado... ou não.

Maria João Brito de Sousa

 

Roseira, brava roseira,
Que saldaste em desamores
O fel de todas as dores
Da tua humana canseira,

Que, da última à primeira,
Fizeste brotar as flores
Que te negaram louvores
Da burguesia altaneira,

Tu que medraste nas hortas,
Que entraste em todas as portas
E encheste as casas de tantos,

Perfumaste as horas mortas
Trazendo às faces absortas
Terno riso, alegres cantos…





Maria João Brito de Sousa – 14.05.2012 -17.55h



Nota – Este sonetilho pretende ser uma muito humilde homenagem às jovens aldeãs deste país.
Às que o foram e começam, agora, a murchar, e às que ainda houver por esse Portugal fora.
Onde acaba a Rosa sempervirens e começa a jovem mulher, nem eu mesma sei… mas é a ela, mulher e aldeã, que eu o dedico.




12
Mai12

SONETO SOBRE TELA

Maria João Brito de Sousa

 

Perscruto estas palavras que burilo

Com olhos de embotado bisturi

Já meio gasto de medir-se aqui,

D`ir-se encontrando nisto e mais naquilo,

 

Mas nunca farta, reproduzo ao quilo

Exactamente as coisas que senti

Só pr`afirmar-vos que vos não menti,

Nem nunca poderia permiti-lo...

 

Agora as letras vão cedendo espaço

À cor das pinceladas do meu traço

E o poema, a sorrir, condescendente,

 

Exibe a cor das tintas que desfaço

Sobre os godés deste soneto escasso

Pr`a tela que se preze... ou se apresente...

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 12.05.2012 - 12.18h

09
Mai12

NA APRESENTAÇÃO DO PEQUENAS UTOPIAS - GRÂNDOLA - ESPAÇO GARRET com a enorme ajuda da Eva e Caminhos :)

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

(Des)Armados

 

Armados da certeza que não morre,

Seremos sempre os filhos da verdade

E, sobre esta injustiça que nos cobre,

Semearemos cravos de vontade!

 

Armados, desarmados… como seja

Próprio ao desenrolar deste momento,

Anularemos jugo, insulto, inveja,

Daqueles que nos roubaram o sustento!

 

Cairão sob as armas que não temos

Quantos acreditarem que os tememos

E uns tantos que se vendem ao poder

 

Porque amanhã decerto venceremos

E (des)armados vamos porque cremos

Que quem de amor se armou, tem de vencer!

 

.14.02.2012

 

In “Pequenas Utopias” de Maria João Brito de Sousa

 

 

 

03
Mai12

ALGUM DE VOCÊS ME PEDIU UM SONETO? :)

Maria João Brito de Sousa

Ouves o Sol a rir, junto à tapada?
Nem sei por que me apresso a despedir
Se acabo de inventar um sol a rir
E assim, quase a partir, nem me dói nada…

Destas conversas - sempre à hora errada! -
Dizendo o que não posso definir
Ou evocando um tempo de partir
Que um dia quis levar-me antecipada,

Deixo este não-sei-quê que não me assusta,
Que me leva e me traz – pouco me custa… –
E acaba por gravar-me um verso ou dois

Que a chibata vibrou, tornada adusta,
Como se fosse só pr`a tornar justa
A dor, maior, que irei sentir depois…




Maria João Brito de Sousa – 03.05.2012 – 23.27h


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