Maria João Brito de Sousa
Solitário nasceu e há-de morrer
Poeta que é poeta a tempo inteiro!
Bem soube que nasceu para escrever,
Nunca o fez pr`a mostrar-se ou ter dinheiro...
Poeta é mesmo assim! O seu dever
Foi ser em plena essência, verdadeiro,
Esquecido de si mesmo ao transcender
Fronteiras deste humano cativeiro…
Poeta... este ousou sê-lo e nem par`cer;
Negando o que outros dizem dar prazer
Abraçou, despojado, a fantasia,
E deu-se por inteiro. E nem sequer
Hesitou, recuou, parou pr`a ver
Aonde é que o levava a Poesia...
Maria João Brito de Sousa – 22.03.2011 – 18.46h
Ao meu avô, António de Sousa. Poeta.
NOTA - Soneto reformulado a 22.10.2015
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publicado às 11:41
Maria João Brito de Sousa
Vestiu-se o céu de azul sobre a cidade
Exausta do cinzento que fazia,
Prenchendo de cor e claridade
A vida oculta que em si mesma havia.
Nasciam flores da pura insaciedade
Do tal ciclo solar que se oferecia
Uma vez mais, cantando a liberdade
De recriar-se em luz, todo utopia…
Sob este azul que agora veste o céu,
Tentando interpretá-lo, estarei eu
Que nada sei dizer do que não sinto…
(perdoem se vos falo do que é meu;
por mais que eu queira o céu, ninguém mo deu,
e eu, de meu, só tenho o que aqui pinto…)
Maria João Brito de Sousa - 21.03.2011
publicado às 15:45
Maria João Brito de Sousa
“Depois de antes de mim… estarei por cá!”
E sublinhava a frase com risadas,
Desfazendo-se toda em gargalhadas,
Mostrando não cuidar do que não há…
Soprava um beijo a rir, como quem dá
Riquezas das que são mais cobiçadas
E fugia de nós subindo escadas
Inventadas por ela e por… sei lá!
Sumindo-se na tarde incandescente,
A cada pôr-do-sol, corria, urgente,
Depois de nos deixar num alvoroço…
Certa tarde chegou quase à tangente
E, sorrindo pr`a nós, disse, inocente:
“- Brincamos amanhã, depois d` almoço!”
Maria João Brito de Sousa – 16.02.2011 – 20.02h
ESTA NOITE;
Música e Letra por Liliana Josué na Rádio Raizonline Horário: Sextas feiras das 21horas às 23 horas Titulo do programa: Música e Letra Apresentadora: Liliana Josué
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publicado às 11:48
Maria João Brito de Sousa
Falta-me outro luar que mal recordo
Mas vem iluminar, de vez em quando,
Essas noites de insónia em que eu acordo
Porque nem a mim mesma me comando…
Tu dizes que é tolice e eu concordo
Mas que posso fazer se em nada mando?
Se nem desta maçã, que agora mordo,
Serei mais do que quem a vai trincando?
Falta-me outro luar inexplicável,
Mais branco do que o posso descrever,
De uma brancura quase intolerável
Num silêncio pesado, inominável
Que nunca mais me deixará esquecer
Que mesmo ao que não há sou vulnerável…
Maria João Brito de Sousa
publicado às 14:49
Maria João Brito de Sousa
Soube-me a boca ao fel de mil lamentos
E que acesas palavras disse então…
Mas tu estavas ali e eras, em vão,
A Musa que evocava os meus tormentos…
Que me importavam prémios opulentos
Se, ao regressar a mim, tanto “senão”
Crescesse, qual fermento azedo em pão,
E, à pressa, me roubasse os meus talentos?
Não o quero aceitar! Não poderia!
Inteira, a vocação me morreria
Aos pés dessa incerteza, em parte alguma…
Ficando sem saber se outra viria,
Eu, que me sei de cor, nem saberia
Se eu mesma, assim fervendo, era só espuma…
Maria João – 16.02.2011 – 18.45h
publicado às 11:39
Maria João Brito de Sousa
Todas as ruas pedem multidões,
Amantes passeando de mãos dadas,
Canteiros, florescendo pr`ás paixões
Que nelas encontremos semeadas,
Casas brancas, janelas com varões,
Vasos florindo nalgumas sacadas,
Portas pintadas como as das canções
Que nos falavam de urbes encantadas…
Cada rua nos vai pedir jardim
E uma "vista de mar", de lago ou rio
De águas tintas de verde, como o jade,
Onde cada edifício tem por fim
Poder encher de vida esse vazio
Que implica um tal projecto de cidade…
Maria João Brito de Sousa – 14.03.2011 – 00.27h
IMAGEM RETIRADA DA INTERNET
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publicado às 14:23
Maria João Brito de Sousa
Às vezes digo aquilo que não devo
Mas mesmo não devendo eu vou dizer
Que por muito que seja o que aqui escrevo
Ficam-me sempre coisas por escrever…
Poderia tentar, mas não me atrevo
E fico por aqui, porque o dever
Me faz calar o que comigo levo
E transformar em gesto o que disser…
Assim nasce a pintura numa tela
E nisto transfiguro o que não digo
Do que sinto por dentro e me transcende…
Poderei sempre conversar com ela
E gravar nela as metas que persigo
Porque é sempre uma tela quem me entende…
Maria João Brito de Sousa
publicado às 14:32
Maria João Brito de Sousa
Lágrimas dos teus olhos imploravam
Outros olhos que olhassem para ti,
Que vissem esses teus tal qual os vi,
Afogados na água em que boiavam…
Vi nos teus cegos olhos que choravam
As águas desse rio que não esqueci
Mas a salvá-los não me permiti
Pois não era por mim que se afogavam
E foi essa a razão que me impediu
De resgatar teus olhos desse rio
Que deles corria em estranho sobressalto,
De banhar-me na dor que deles fluiu
Só pr`a que nunca mais tivesses frio,
Para que alguém te olhasse enquanto eu falto…
Maria João Brito de Sousa – 29.01.2011 – 02.59h
publicado às 11:18
Maria João Brito de Sousa
Num só poema escrito com paixão,
Num só verso que nasça cá de dentro,
Numa frase qualquer que uma emoção
Tornou grafismo e foi gritada ao vento,
No estranho dedilhar desta tensão
Na grafia em que sou o que me invento,
Nesta sempre imparável compulsão
Em que me não sei dar, mas sempre tento,
Nos instantes ferozes e selvagens
Da magia insondável das imagens,
No aço laminado de um segundo
Em que me encontro além do infinito
E me esvazio toda num só grito…
Eu sou pr`além de mim; sou todo um mundo!
Maria João Brito de Sousa – 05.03.2011 – 17.30h
http://www.raizonline.com/radio/ É já amanhã, entre as 21 eas 23.00h, A LETRA E A MÚSICA com LILIANA JOSUÉ.
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publicado às 11:55
Maria João Brito de Sousa
Se o mundo me aceitar… fico por cá!
Neste universo errático, imparável,
Ser pouco mais que nada é reprovável
E eu sou bem pouco mais que o que não há…
Mas se, nas voltas que o planeta dá,
Me puder mostrar útil, agradável,
Se nada aqui fizer de condenável,
Quem sabe se este não se tornará
O meu pousio possível e provável,
O local ideal [… ou ideável?]
Para abrigar o nada que aqui sou
Ou mesmo pr`a tornar-me inabalável,
Um ente c`o poder incontestável
De se cumprir tal qual se idealizou?
Maria João Brito de Sousa – 08.03.2011 – 14.03h
publicado às 12:25
Maria João Brito de Sousa
Depois de uma ilusão… quanta ilusão,
Quantas metas ainda inalcançadas…
Quantas vezes o “sim” traduz um “não”,
Sob o esforço das horas desgastadas?
Quanto trabalho até à remissão
De feridas inda não cicatrizadas…
Quanta fé se não põe na construção
Das coisas que estão sempre inacabadas?
Depois de uma ilusão, resta o que resta
E, do que resta, o tanto que virá
Do muito que sair das nossas mãos
E a solução final pode ser esta;
Há quem sempre aproveite o que se dá
Se aprendemos a amar-nos como irmãos…
Maria João Brito de Sousa
Na fotografia - António de Sousa com os companheiros da Associação Cristã da Mocidade - A.C.M.
publicado às 11:30
Maria João Brito de Sousa
O Tempo passa como nós passamos
Pelos dedos das noites e dos dias
Enquanto, vivos, nos perpetuamos
Entre mágoas, tédios e alegrias
Do tempo que passou, todos guardamos
Memórias de prazeres e de arrelias
E é sempre uma memória que evocamos
Se as horas se nos tornam mais tardias
Contudo, tudo aquilo que fizemos
Ao longo destes passos que aqui demos,
Gravou na Terra um rasto do que fomos
E alguns foram os frutos que colhemos
Nesse pomar dos anos que vivemos
Pr`a te legar, ó Mundo, isto que somos!
Maria João Brito de Sousa – 03.03.2011 – 23.59h
A TODOS OS POETAS DA BLOGOSFERA
publicado às 12:07