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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Jan11

EM NOME DESSE NADA QUE VOS DEI

Maria João Brito de Sousa

 

EM  NOME  DESSE NADA QUE VOS DEI

*

 

Eu prometo-vos tudo e não dou nada!

Minha voz vem do cerne das questões

E representa a voz de mil milhões;

Declaro-me inocente... e sou culpada!

 

*

 

 

Mas, em contrapartida, habituada

A ir à descoberta das razões

Que nos trazem cobertos de ilusões,

Desconfio que nunca estive errada.

 

*

 

 

Governo algum despreza tais funções;

Para cada conflito, há soluções

Que há que fazer cumprir, pois lei é Lei,

 

*

 

 

E do fundo de tais contradições,

Renego o pagamento das cauções

Relativas ao nada que vos dei.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 31.01.2011 -16.36h

28
Jan11

O DECIFRADOR DE ENIGMAS

Maria João Brito de Sousa

 

Lacónico e soturno, decifrou

Enigmas proibidos, viscerais,

Mas cansou-se, não quis decifrar mais,

Arquivou as perguntas e parou.

 

Depois de os decifrar, logo os soltou

No frémito das asas dos pardais

E fez deles mistérios naturais

Do sistema solar que os engendrou.

 

Lacónico e soturno, permanece

Contemplando os sinais que a Terra tece,

Pois também ela engendra os seus enigmas,

 

Mas volta a duvidar quando acontece

Notar que são demais, e reconhece

Que sempre irão faltar-lhe paradigmas.

 

 

Maria João Brito de Sousa - Janeiro, 2011

 

 

 

 

Que a dúvida te não assuste; ela, em si mesma, é fé.

 

Michelet

27
Jan11

A REDESCOBERTA DO SER

Maria João Brito de Sousa

 

Lembrei-me do pedaço de universo

Que se abraçava à rua em que cresci

E sei que, nesse instante, renasci

Da simultaneidade deste verso…

 

 

Recordo-me de um ser primevo, imerso

Nas brumas desse mar em que o vivi

E relembro o instante em que surgi

Das sílabas de sal em que o confesso.

 

 

Disposta a descrevê-lo, traço a traço,

Vou além de mim mesma e sei que o faço

Pois volto a degustar esse sabor

 

 

Das coisas que encontraram o seu espaço

No côncavo sagrado de um regaço

Perpetuando os laços de outro amor.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 22.01.2011 – 22.21h

 

 

 

 

Il n`y a que deux choses à combattre sur le terrain intellectuel; le dogmatisme et l`intolérance.

 

 

 

A. REV.

 

 

 

Para quem queira apreciar boa poesia dita por GRANDES poetas e "diseurs";

 

http://www.raizonline.com/radio/

26
Jan11

PRETÉRITO MAIS DO QUE PERFEITO

Maria João Brito de Sousa

Venho dos tais pretéritos perfeitos

Que nunca conheceste, nem provaste,

Á luz da transparência e do contraste

Com que farei valer os meus direitos

 

 

Terei, como tu tens, alguns defeitos

- uns de nascença e outros de desgaste –

Mas nunca negarei quanto negaste,

Nem tentarei ser mais do que os eleitos!

 

 

Serei quem tu jamais entenderás,

Mas tentaste invadir-me e eu quero a paz

Que só posso encontrar na liberdade.

 

 

Sou quem se oferece inteira no que faz

E está disposta a dar, de quanto traz,

A mais pura e mais límpida verdade.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 25.01.2011 – 16.26h

25
Jan11

TENTEI FALAR-VOS DE MIM...

Maria João Brito de Sousa

 

Quis falar-te de mim, mostrar-te os dias

Que prendem, como peias apertadas,

Mas morrem-me as palavras, já cansadas

De saber que jamais me entenderias…


Quis mostrar-te a diferença; as alegrias

Que sabes aceitar, são gargalhadas…

Das minhas, das que nascem rejeitadas,

Ceifaste, agora, mil que nem sabias!


Tu sabes lá o que é ser como sou!

Nestas mãos de aço que outro mar temperou

Trago o recomeçar de cada fim


Do solitário mundo em que me dou,

Mas ninguém, no teu mundo, acreditou…

E há quem possa entender quem escreve assim!?

 

 

 


Maria João Brito de Sousa – 24.01.2011 – 17.29h

24
Jan11

A PERTINÊNCIA DO PUZZLE

Maria João Brito de Sousa

PUZZLE
*

Se o sol se não deitasse, a cada dia,

Exactamente à hora em que se põe

O mesmo claro azul que nos propõe

Metade desse ciclo de harmonia,

*

 

Se a noite não nascesse em sintonia

Nem nos trouxesse quanto pressupõe

De sonho, enquanto o tempo a decompõe

Numa abóbada escura e luzidia…

*

 

Um jogo de ideais! O que me interessa

Se eu vejo, sinto e nunca tive pressa

Em alcançar o fim desta jornada?

*

 

Mas, retomando o puzzle, peça a peça,

Se esta não se encaixar, encaixa-se essa

(mesmo que me não sirva para nada…)

*

Maria João Brito de Sousa – 22.01.2011 – 18.09h

 

21
Jan11

ÀS DUAS POR TRÊS!

Maria João Brito de Sousa

… e, às duas por três, tão de repente

Que o próprio coração se lhe abalava,

Ouvia-se um trovão e lá brilhava,

No estro do Poeta, o verso ardente…


Assim nascia cada apelo urgente

Que ninguém, senão eu, testemunhava,

De cada vez que o verso ribombava

Anunciando a vinda da semente…


Não houve um só momento, um só segundo,

Em que, calando aquele apelo fundo,

Lhe não surgisse o Verbo! Uma só vez!


Não soube se era, ou não, do nosso mundo

Mas, quando ouvir de novo, eu não confundo

Aquele clamor do; “Às duas por três!”…

 

 

 

 

 


Maria João Brito de Sousa – 19.01.2011 – 21.

20
Jan11

A LUA QUE ENTOVA UM VELHO FADO...

Maria João Brito de Sousa

 

Fez-se tarde e não foi por mero acaso

Que o Sol se pôs mais cedo nesse dia;

Talvez fosse outro, o mundo que surgia

Depois desse imprevisto e estranho ocaso,

 

Ou talvez fosse a Noite, num atraso

Que nenhum desses dois lhe preveria,

Que, não qu`rendo abrir mão do que sentia,

Teimou em não cumprir o justo prazo,

 

Mas, fosse por que fosse, aconteceu

Que a noite se acendeu num louco céu

Que ninguém poderia ter explicado,

 

Que o coração mais forte lhes bateu

E quase lhes parou quando irrompeu

A Lua, que entoava um velho fado.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 19.01.2011 – 20.52h

19
Jan11

TALVEZ SEJA SÓ POESIA...

Maria João Brito de Sousa

TALVEZ SEJA APENAS POESIA

 

 

Talvez não haja um mar dentro de mim

E a tempestade venha - se vier… -

De cada vez que um dia chega ao fim

Nesse universo que é cada mulher

 

Por outro lado, à míngua de um jardim,

Talvez invente um mar pra renascer

E tudo surja assim por ser assim

Que toda e qualquer vida deva ser

 

Porém, de quanto disse, não retiro

Uma única palavra, um verso só,

E ocorre-me dizer que não sou nada

 

Senão as mil questões com que me firo

Quando o verso desata cada nó

Que , fio a fio, me enreda na meada.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 18.01.2011 – 21.03h



 

 

 

18
Jan11

SEGUE-SE UM POEMA...

Maria João Brito de Sousa

 

Segue-se este poema que não chora

Mas, desse mesmo sal que tens nas veias,

Faz hino à sensação que se demora

Por dentro do tecido das ideias

 

 

Numa emoção telúrica, infractora,

Que nega uma ilusão de panaceias

E que irrompe do fel de cada hora

Com ânsias de quem rompa mil cadeias.

 

 

Mas… segue-se um poema! Ou terei feito

Um abrigo qualquer, sem dar por nada?

Talvez, não sendo um ´bunker`, me proteja

 

 

E aquilo que se segue, por direito,

Seja a mesma revolta estrangulada

Que se acrescenta até que se oiça e veja.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa– 17.01.2011 – 19.53h

17
Jan11

O MAR DENTRO DE NÓS

Maria João Brito de Sousa

 

Por dentro de mim corre um longo rio

De seiva, ao por do sol de um campo arado

E a ceifeira, que ceifa ao desafio,

Esquecida de o ceifar, passou-lhe ao lado.

 

 

Talvez volte amanhã, se fizer frio,

Ou se o vento, ao soprar, tiver lembrado

O leito das razões que nele desfio

Na seiva em que o descrevo humanizado

 

 

Entretanto, outras foices de ceifeiras

Passaram já por ele de outras maneiras

Mas nunca desaguaram nessa foz

 

 

Que, a jusante de mim, beija as ribeiras

Quando elas se lhe oferecem, sempre inteiras

E recomeça o mar dentro de nós.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 14.01.2011 – 22.00h

 

14
Jan11

O O BICHINHO DAS CONTAS - Post comemorativo do terceiro aniversário do Blog

Maria João Brito de Sousa

 

Ó meu bichinho-das-contas,

Faz de conta que eu perdi,

Que  a conta deu resto nada!

Que, nas parcelas que apontas,

Equacionei, resolvi

E a conta acabou errada!

 

Faz de conta! Se contasses,

Se explicasses tudo, tudo,

Calculando um bocadinho…

Bichinho, se formulasses,

Neste polinómio mudo,

Soluções pr`ó meu caminho…


Bicho de multiplicar,

De somar, de dividir

Por mil vezes quanto foste,

Se alguém pudesse explicar

Tudo o que podes medir

Por mais que haja quem não goste…


Bichinho das equações,

Das fracções e das potências

No quadrado dos sentidos,

Quero saber das acções

E das suas consequências!

[- Vou explicar! / - Sou toda ouvidos!]

 

 

 

 


Maria João Brito de Sousa -14.01.2011 – 00.01h

 

 


NOTA - Poema para os mais pequeninos, sobretudo para os que pensam que não gostam de Matemática e nem sabem o que estão a perder…

Este poema não é um soneto, mas nasceu-me agora e penso que pode muito bem fazer as honras ao Poetaporkedeusker que hoje completa três anos de Vida.

Parabéns, Poetaporkedeusker!

E já que se fala de crianças, jovens e datas comemorativas, eu, que nunca na minha vida fui capaz de vender um cobertor no Polo Norte, estou capaz de vos sugerir um bom sítio para uma prenda que, de certeza, irá agradar aos mais pequenos... e aos menos, também! :)

 

No largo da Igreja Matriz de Oeiras há uma loja que vende artigos da Hello Kitty e que está aberta de terça a sábado, entre as 10 e as 20.00h. Vão ser muito bem recebidos!

 

 

 

Boas compras! :)

 

 

Imagens retiradas da internet

 

 


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