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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
31
Ago10

INVOCATION À LA SAGESSE

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

O, Sagesse, seule capable de nous guider à travers de la vie! O toi qui enseignes la vertu et qui domptes le vice, que serions-nous sans toi, nous et tous les hommes?

C`est toi qui as enfanté les villes, en inspirant aux hommes épars l`amour de la société; c`est toi qui leur as fait rapprocher leurs demeures,

contracter des unions saintes, inventer une langue et une écriture comunes. C`est toi qui as dicté les lois, formé les moeurs, civilisé les peuples.

Je cherche un asile auprés de toi; j`implore ton secours. Content jusqu`ici de suivre en partie tes leçons, aujourd`hui c`est tout entier que je me donne à toi. Un seul jour passé dans le bien et selon tes préceptes, vaut mieux qu`une immortalité coupable.

A quelle puissance aurions nous donc recours plutôt qu`a la tienne, ô toi qui nous donnes la tranquilité de la vie et qui nous ôtes la terreur de la mort?

 

Cícero, Tusc. 5.2.

 

L`ARBRE ET SON FRUIT

 

 

Sois attentif à l`accomplissement de tes oeuvres, jamais à leurs fruits.

Ne fais pas l`oeuvre pour le fruit qu`elle procure, mais ne cherche pas pour cela a éviter l´oeuvre.

Malheureux sont ceux qui aspirent à la récompense!

 

Bhagavad-Gita

30
Ago10

SÁBADO, DOMINGO E SEGUNDA FEIRA XVII

Maria João Brito de Sousa

 

SOZINHO

 

 

Falaste-me de ti e eu ouvi-te

Com a mesma atenção que dispensei

Às coisas que mais amo. Então pedi-te

De volta esses minutos que te dei

 

 

Bem mais do que falar, era um convite

Para um sonho comum que eu te entreguei.

Seduziste-me assim. Eu seduzi-te

Com as verdades – tantas! - que contei.

 

 

Falávamos, tão só, de outro Poeta,

De alguém que nos fascina e nos deixou

Um rasto de palavras e um caminho

 

 

Sou apressada, eu sei… a minha meta

É agora, é enquanto por cá estou.

Mais tarde falarás só tu. Sozinho.

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 28.0.2010 – 13.41h

 

 

 

Posso não estar muito segura da qualidade e da oportunidade daquilo que digo mas estou, sempre, firmemente convicta de que devo dizê-lo.

 

 

 

 

 

SHEHERAZADE

 

 

Amanhã nascerá a nova história

Que, agora, nem sequer vou preparar.

Depois, farei bom uso da memória,

Do que lhe for capaz de acrescentar,

 

 

Pois, se um dia  falhar, vai-se-me a glória

Dessa infinita história de encantar

E nunca poderei cantar vitória

Porque o velho sultão vai-me matar,

 

Mas, enquanto eu viver, a cada dia

Dependo mais e mais da minha fé;

Por cada estória, engendro uma conquista!

 

 

Acusam-me de quê? Monotonia?

Isso é se se não cria; nunca é

Cuidar de que o carrasco não resista.

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 2.08.2010 – 19.00h

 

 

 

A BOLA DE CRISTAL

 

 

Tentaste confundir-me. Eu percebi

E emprestei-te a bola de cristal

Pr`a que pudesses tê-la só pr`a ti

E não tentasses mais deixar-me mal

 

 

Mas, mesmo disfarçando, eu bem senti

Que, com bola ou sem ela, és sempre igual

E não volto a pedir-te o que pedi

Não vás tu encontrar forma ideal

 

 

De confundir-me e seres bem-sucedido...

Eu ando por aqui para mostrar-te

Que a própria confusão é produtiva

 

 

Pois se a bola mostrar ter-me entendido

Nas minhas concepções de engenho e de arte,

Terá adivinhado que estou viva.

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 28.08.2010 – 19.57h

 

 

27
Ago10

A CRIAÇÃO DO OÁSIS

Maria João Brito de Sousa

Se tanto me seduzes, mundo meu,

Se tanto de quem és, é quem eu sou,

Então porque, sonhando, aconteceu

Passar por mim o mal que já passou?


Pergunto e, respondendo-me - bem sei! -,

Observo as brancas ondas do cabelo,

Antevejo o que ainda não gastei

E vislumbro um lugar muito mais belo…


Humano bicho! Herdei aspirações,

Perguntas desta humana condição

E medos que estou sempre a desmentir!


Herdei, do mundo, lagos de paixões

E a sua mais subtil contradição;

Desertos de areais sempre a florir…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 26.08.2010 – 18.50h

 

Imagem roubada da internet

26
Ago10

TÃO NATURAL COMO A SUA SEDE...

Maria João Brito de Sousa

 

Tão natural, tão surgida do nada,

Como nova excrescência do teu ser

Surge-te uma vontade inesperada

Que não pensas, sequer, em descrever…


Tão premente qual meta inalcançada

E urgente no chegar e no nascer,

Tão natural como uma gargalhada

Que, de súbito, em ti, queira irromper,


Renova-se o poema, esse imparável

No instante preciso em que o não esperas

Mas que de forma alguma irás negar.


Assim se te apresenta; invulnerável,

E capaz de vencer quantas quimeras

O mundo em tuas mãos  tente deixar…


 


Maria João Brito de Sousa 18.08.2010 – 22.28h

 

 

Dizia Louis Pasteur; "Ayez le culte de l`esprit critique"

25
Ago10

NO LIMITE

Maria João Brito de Sousa

 

Eu, por coisa nenhuma sairia

Deste espaço real, deste aconchego!

Nem ser que fosse humano o pediria

A quem da poesia fez emprego…

 

Mas, pensando melhor, quem saberia

Segredos que não conto – mas não nego! –

Sobre o que mais me importa? Poderia

Haver alguém assim, tão cru, tão cego?

 

E fico a matutar nesta questão,

Entre crer e não crer nessa cegueira,

Sem ter, duma resposta, um só palpite,

 

Mas, venha quem vier, digo que não!

Respeitem-me se imponho esta fronteira

A tudo o que ultrapasse o meu limite...

 

 

Maria joão Brito de Sousa - 25.08.2010 - 15.55h

 

 

 

NOTA - Hoje o Poetaporkedeusker está em DESTAQUE no http://silvarosamaria.blogs.sapo.pt/ , o blog da nossa Azoriana!

 

Um abraço para ela e para a sua lindíssima ilha!

24
Ago10

POR TI

Maria João Brito de Sousa


 

 

Por ti não choro, não! Por ti sereno,

Redesenho horizontes rasos de água,

Reinvento o adeus e quando aceno

É só para afastar-me de outra mágoa.


Por ti, mil novas formas de estar viva;

Sorrindo, em brincadeiras infantis,

E agradecendo a Deus pois me não priva

De, sendo como sou, ser tão feliz…


Por ti – nem sei explicar tanta ternura… -

Daria quanto dou e, mais ainda,

Iria aonde nada nem ninguém


Pudesse imaginar vida segura…

[mas posso assegurar que nunca finda,

este tão estranho amor que nos mantém…]

 


Maria João Brito de Sousa – 24.08.2010 – 09.56h

23
Ago10

PLANETA TERRA

Maria João Brito de Sousa

 

Eis o velho planeta que habitamos,

Redondinho, a girar qual carrossel,

E nós, feitos bonecos de papel,

Tentando acreditar sermos seus amos…

 

 

Em verdade, porém, do que lhe damos,

Está-se ele a ressentir… damos-lhe fel

E sentimos, depois, na própria pele

O muito – tanto… - mal que lhe causamos.

 

 

É um pontinho azul no céu estrelado

Que, em tempos, também foi desabitado

E que, agora, está vivo e nos abriga;

 

 

Tem cuidado com ele - muito cuidado!-,

Porque, por vezes, fica tão zangado

Que nos descobre a falta e nos castiga!

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa – 23.08.2010 – 14.33h

 

 

IMAGEM RETIRADA DA INTERNET

23
Ago10

HOJE ESTOU DE FÉRIAS...

Maria João Brito de Sousa

 

Não estou no meu melhor... neste preciso momento estou cheia de cólicas e não me está a ser muito fácil estar aqui.

Comecei a sentir-me mais cansada na sexta feira passada e, hoje, as coisas "entortaram" de vez. Não há soneto clássico em decassílabo heróico. Nem sequer um desses ligeiramente "martelados", à semelhança dos de Camões. No entanto, uma vez que reflecti um pouco sobre situações que envolvem terceira pessoa e que de forma alguma divulgarei, deixo este comentário, esta frase, esta pontual constatação que, não sendo muito simpática, tem , no entanto, o mérito de ser muito mais verdadeira do que parece;

 

As sociedades, no geral, e as pessoas, em particular, têm o péssimo hábito de se “esmifrarem” para conseguir coisas mirabolantes que parecem funcionar, apenas, nas telenovelas*. A dignidade do ser humano – sim, o ser humano também tem dignidade – passa-lhes completamente ao lado.

Eu, por exemplo, jamais seria capaz de fazer certo tipo de coisas. Mas isso sou eu, que tenho um cérebro…

 

 

 

*Preferencialmente nas novelas TIDE.

20
Ago10

TELA III

Maria João Brito de Sousa

 

Será por mim, jamais por quem não sinto,
Nem senti, nunca, sombra de empatia,
Que encaixo as pontas soltas deste instinto
Que transporta a palavra à melodia,

Mas sois muito bem-vindos ao recinto
Que engloba este universo e gostaria
De abraçar-vos na cor de quanto eu pinto
Sobre o branco que a tela me of`recia...

Bem-vindos sede, pois, à fome, à sede,
E à chama deste fogo insaciável
Que me vai consumindo, como vela,

Em função do poema, numa rede
Que é palco do projecto inalcançável
De quem lavra, em soneto, a branca tela...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 19.08.2010 - 13.30h

 

Nota - Soneto reformulado a 07.09.2015

 

 

19
Ago10

SEM DÚVIDA!

Maria João Brito de Sousa

 

Sem dúvida! Ela é sempre imprevisível,

Caminhando ao sabor do que há-de vir

E, a cada dia, menos concebível,

Nunca dando a saber se irá surgir…


Sem dúvida nenhuma! É impossível

Encontrar quem te possa garantir

Que é Arte o que tu fazes mas… terrível,

Seria sufocá-la … e não sentir!


Talvez morresses mesmo… ou não morresses!

Sem dúvida, seria insuportável

Renunciar a tudo aquilo que és


Se, imprevisivelmente, renascesses,

E tudo te parecesse intolerável

Excepto esse dom de ser como as marés…

 

 


Maria João Brito de Sousa – 18.08.2010 – 19.19h


 

NOTA - Peço desculpa pelo erro na frase que serve de título e legenda à imagem desta minha tela. Deverá ler-se LA FEMME QUI PEINT L`ENFANT ETERNEL

 

18
Ago10

QUANDO EU MORRI

Maria João Brito de Sousa

 

Quando eu morri, voltei para entender-me

Com as coisas que a vida me negara

E, talvez, para, enfim, reconhecer-me,

Redescobrir, num rosto, a minha cara…


Não me sabia nesse anteceder-me

À noite, sendo ainda manhã clara

E quando a madrugada veio ver-me

Encontrou este pouco que sobrara…


Mas, quando morri mesmo e percorri

A estrada que se julga ser final

E, depois fiz, inverso, esse caminho...


Não sei por que razão me decidi

A este recomeço vertical

Do mundo acidental do que adivinho!


 

 

Maria João Brito de Sousa

17
Ago10

CONVERSAS DE MÃE PARA FILHO

Maria João Brito de Sousa

 

Correste encosta abaixo e não paraste

Senão quando chegaste à beira mar;

Decerto te esqueceste de abrandar

E na espuma das ondas mergulhaste…


Ainda me recordo que choraste

Quando sentiste a rocha a penetrar

Tua fronte molhada, a gotejar

Da mesma espuma em que te aventuraste…


Recordo um outro dia, há tantos anos,

Em que sofrendo muito poucos danos

Me vieste, a correr, pedir miminhos


Mostrando uma equimose que ficou

E, a seguir, - a dor logo passou! -

Cobri-te o rosto inteiro de beijinhos…

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

Li estas palavras de alguém que não consigo evocar com exactidão. Penso que terá sido Jorge de Sena;

 

"Um dia aprenderemos a libertar-nos da morte, morrendo contudo..."

 

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