Maria João Brito de Sousa
Um quase-nada basta… e sou feliz!
Um sorriso, uma flor, um gesto amigo…
Qualquer telhado velho é um abrigo!
Um lápis, um papel… tudo o que eu quis!
Um sonho? Um Universo e ninguém diz
As coisas que, em sonhando, aqui consigo…
Aqui eu sou feliz pois penso e digo
E sei que sou, do sonho, imperatriz… (*)
Um quase-nada… e fico tão contente!
Tudo o que seja absurdo, incoerente,
Me faz sentir mais rica do que tantos…
Um quase-nada… e julgo-me inocente
Da vulgar ambição de toda a gente!
[e penso estar no céu, junto dos santos…]
* - Ainda mais inalcançável do que as princesas…
Nota Importantíssima - Eu hoje disse mentiras!!! Se não acreditam, vão ao http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/ e comprovem com os vossos próprios olhos!
E, já agora, tentem lá descobrir quais são as três mentirinhas...
publicado às 10:04
Maria João Brito de Sousa
Dá-se um pedaço de alma e todos pensam
Poder ser capitães da nossa barca…
Mas por cá não há príncipe ou monarca
Que possa ditar leis que me mereçam
Um : - Faço sim senhor!, sem que mo peçam.
Se alguém quiser passar e deixar marca,
Neste mundo ideal, de glória parca,
Melhor será que passem sem que impeçam
O meu imaginário de florir…
A decisão ainda está por vir
E eu só quero mesmo é ser poeta…
Se alguém me cativasse, o meu timão,
Talvez pudesse até mudar de mão…
[não tem princípio e fim a linha recta…]
Dois desafios à vossa espera no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/
Façam favor de entrar!
publicado às 12:33
Maria João Brito de Sousa
Não esperes, de mim, grandes veleidades
Nem dramas dos de faca-e-alguidar...
Eu, de louca que sou, só sei sonhar
E falar dos meus sonhos, quais verdades...
Não vou falar do medo ou das saudades!
Hoje só conto histórias-de-encantar,
De palácios de prata e de luar
Com princesas de todas as idades...
Hoje, eu, a contadora-de-mil-estórias
[que deixo registadas, quais memórias
daquilo que por cá fui encontrando],
Sou, embora poeta, uma Princesa!
Derrotei, finalmente, essa tristeza
Que, às vezes, me consegue ir derrotando...
Imagem retirada da internet
publicado às 13:21
Maria João Brito de Sousa
Há tanto por dizer… mas se eu partir
Muito antes de falar do que pretendo
Aviso-vos agora; eu não me rendo
Enquanto a vida assim o decidir.
Há tanto por falar, por aprender,
Por partilhar, no meu entendimento,
Que mesmo que me vá, eu só lamento
As coisas que não disse e quis dizer…
Lamento ser pequena e limitada…
De resto não lamento mesmo nada.
Dou-vos o meu melhor. E mais não digo!
Quantas vezes alegre, a gargalhada
Me salta da garganta, endiabrada,
E só quer a partilha de um amigo?
Imagem - Fotografia tirada há dois dias atrás, depois de a D. Isa ter decidido que eu me deveria candidatar a modelo de "passerelle" e me ter enchido de trancinhas...
Porque eu também sou muito alegre... quando não estou triste.
publicado às 13:59
Maria João Brito de Sousa
Não acredito [...mas sei!]
Que há almas transparentes como o ar
Que há sereias e tritões
No mais profundo do mar
E que as fadas, às vezes, me vêem visitar.
Não acredito[... mas sei!]
Que a morte é uma fronteira
E logo a seguir a ela
Mora a vida verdadeira.
Não acredito[... mas sei!]
Que há bruxas, gnomos, duendes,
Que vêem repreender-me
Por viver tão alheada
Dessa realidade alada,
Virtual, imaginada,
Mas que está sempre presente!
Poema, em viagem desde 1993, para a http://fabricadehistorias.blogs.sapo.pt/
Imagem - Acrílico sobre papel
Maria João Brito de Sousa, 1999
publicado às 12:00
Maria João Brito de Sousa
Deixa o rasto, cometa, deixa o rasto,
Porque um rasto, cometa, vale a pena.
A vida é dia a dia, mais pequena,
Quando se vai perdendo rota e lastro.
Deixa o rasto cometa. O tempo gasto
A fazer com que o rasto fique em cena
É o tempo em que a vida, mais serena,
Te deixa ser mais útil, se mais casto…
Deixa o rasto cometa. A tua vida
Estará, na dimensão do que sonhaste,
No rasto que de ti nos vai ficando.
Deixa o rasto na terra-prometida,
Nas letras das palavras que deixaste
Enquanto tu, por cá, foste passando.
Maria João Brito de Sousa - 14.03.2009 - 21.42h
Imagem retirada da internet
publicado às 21:42
Maria João Brito de Sousa
Responde-me; se existes –porque existes!-
Quem és, quem pensas ser, por onde vais?
Que te distingue de outros animais?
Serás dos mais felizes entre os tristes?
Quem és que, embora morto, assim resistes?
Porque razão és “tu” entre os demais?
Porque não “eu” se, enfim, somos iguais?
Porque é que te não calas nem desistes?
-Demasiado louco pr`a saudável
E por demais saudável pr`a ser louco,
Eu sigo por seguir. Se me encontraste,
Talvez possas pensar que é condenável
Ser assim como sou: tanto e tão pouco…
Mas sou, exactamente, o que sonhaste.
Soneto dedicado à Carla Ribeiro, com o meu pedido de desculpas por não ter ainda respondido a um convite seu, dada a instabilidade ao nível da saúde dos meus pequenos companheiros e às incertezas quanto ao acesso à internet.
publicado às 22:00
Maria João Brito de Sousa
Nós, poema, animais e coisa esparsa,
Nós, abstracto-concreto e força viva,
Nós, a estranha e expurgada comitiva
Com olhos de luar, asas de garça,
Nós flâmulas, nós almas que respiram,
Nós todos e nenhuns, nós persistentes,
Nós desacreditados-sencientes,
Nós raiz de mil coisas que partiram,
Nós feitos-imperfeitos, mas reais,
Nós por mundos e estradas virtuais
Sobrevivendo e sendo genuínos,
Nós, apesar de tudo inofensivos,
Criadores ou veículos passivos,
Nós paradoxos-vivos, nós destino.
Voltei para vos dizer que hoje há um desafio de poesia no http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/ , que está com um novíssimo "visual". Oito bogs foram obrigatoriamente desafiados, mas gostaria de oferecer o prémio a todos os que por lá se dignem passar.
publicado às 00:14
Maria João Brito de Sousa
Fico dentro de mim, onde o mar cresce
E, ao entardecer, o sol se põe,
Onde, aceso, o luar se sobrepõe
À penumbra da tarde que então desce.
A lua que me nasce é vagabunda
E sabe-me de cor, pede-me tudo...
Eu também a conheço e não me iludo
Mas aceito o luar que então me inunda.
Dou dois passos em frente e três atrás...
E finjo acreditar, faço-me louca.
Sigo as regras do jogo e dou as cartas
Porque, ó lua, afinal o que me dás
Não será o que eu quis mas coisa pouca
Sacia este vazio das almas fartas.
Imagem retirada da internet
publicado às 01:18
Maria João Brito de Sousa
Sei lá se hei-de poder falar de amor,
Dessoutro amor, entre homem e mulher…
Vivi-o sem, contudo, me esquecer
Porque o vivi em todo o seu esplendor.
Poucas vezes, também, falo da dor
No entanto sei dá-la a entender…
Há tantas, tantas coisas por fazer,
Mas eu nenhuma faço por favor…
Amor é, para mim, este acordar,
Esta candura branda, que ao tocar
Me faça enternecer o coração…
Há amores que eu só posso recordar,
Sorrir, deixá-los lá, nesse lugar,
No espaço-tempo de outra geração…
Imagem retirada da internet
publicado às 23:34
Maria João Brito de Sousa
Eu sou feliz mas... não, feliz não estou.
Tantos velhos amigos já partiram,
Tantas horas magoadas me impediram
As tantas gargalhadas que não dou.
No entanto, esta tarde, o sol brilhou
E outros velhos amigos me sorriram...
Serei então feliz - se mo pediram-
E se puder dizer que já passou.
Contudo, mesmo em mágoa, até chorando,
Eu sei que estou a dar o meu melhor,
Que encontro sempre tempo para amar
E posso garantir-vos que, sonhando,
Sei que `inda poderia ser pior
E sinto-me feliz, mesmo a chorar .
*
Maria João Brito de Sousa - 09.03.2009
"Puberdade" - Maria João Brito de Sousa
Soneto revisado e reformulado a 05.08.2011 -02.29h
publicado às 22:00
Maria João Brito de Sousa
Mulher. Eva-Mulher fui concebida
Neste omni-receptor em que me sei
E dos genes de mim, um dia dei,
Em gestação, continuidade à vida.
Por tanto dar de mim e por ser tida
Como a matriz de tudo o que engendrei,
Quis ir mais longe ainda e procurei
A obra nunca dantes conseguida.
Eva-Mulher me sei e me vou sendo
E vou ainda além do que eu entendo
Procurando as razões deste quem-sou.
Eva-Mulher. A tudo o que me prendo
Procuro dar-me ainda e só pretendo
Saber de aonde vim, pr`a onde vou…
Um prémio "maneiro" à vossa espera no
http://premiosemedalhas.blogs.sapo.pt/
publicado às 22:30