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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
18
Nov08

QUEBRANDO O ESPELHO

Maria João Brito de Sousa

QUEBRANDO O ESPELHO
*

 

Quebro a cara e fico em pé,

Quebro o espelho e jogo fora!

Fui eu quem quebrou, até,

A caixinha de Pandora...
*

Quebro a cara nesta dança...

Que me importa? A dança é minha!

Quebro a cara, colo a cara,

Faço e desfaço uma trança

No tempo que me separa

Dos passos que dei sozinha!
*


Colo o espelho que quebrei...

Colo, mas volto a quebrar!

Quantas vezes me não dei,

Quantas quis antes não dar?
*


Quebro a cara e fico em pé,

Quebro o espelho e jogo fora!

Fui eu quem quebrou, até,

A caixinha de Pandora!
*

Quebro o espelho, arraso o palco,

Colo a cara e quebro o espelho,

Colo o espelho e quebro a cara...

Quanto tempo me separa

Do tempo mais do que velho

Dos vestidos de tobralco?
*


Colo o espelho que quebrei

Só pró voltar a quebrar...

Quantas vezes me não dei,

Quantas quis antes não dar?
*

 

Quebro a cara e fico em pé,

Quebro o espelho e jogo fora!

Fui eu quem quebrou, até,

A caixinha de Pandora...
*


Maria João Brito de Sousa

18.11.2015 -14.13h
***

 

 

"Joie de Vivre"- Pablo Picasso

Imagem retirada da internet

 

NOTA - Hoje toda a gente vai "quebrar o espelho" no http://velucia.blogs.sapo.pt/

Estão todos convidados a partir o vosso espelho!

 

17
Nov08

UMA OUTRA CASA, TAMBÉM PORTUGUESA...

Maria João Brito de Sousa

Eu passo! Essa jogada não é minha!

Prefiro a lucidez distanciada

Do tempo em que ao jogar uma cartada

Tinha a vitória mais do que certinha!

 

Um livro de cordel (escrito por mim!),

Uma sopa no prato, sobre a mesa...

Vestígios de outra casa portuguesa

Sem beijo à minha espera (antes assim!)...

 

Sem azulejos nem flores e jardim,

Sem nada que pareça uma promessa,

Mas sempre a minha casa e não m`int`ressa

 

Se a casa cheira a mel e alecrim!

A casa portuguesa... um universo

Desta implosão de mim no meu inverso!

 

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

 

16
Nov08

DE COR E SALTEADO...

Maria João Brito de Sousa

De cor e salteado, eu sempre soube

Ser esta a minha estrada, o meu caminho,

Pelo qual passo leve e de mansinho

Por ser esse o destino que me coube.

 

De cor e salteado eu sei o espaço

Destas paredes entre as quais me movo

E sempre que o contemplo me comovo

E crio mais amor, aperto o laço...

 

Poeta, como poucos militante,

De cor e salteado, a cada instante,

Tecendo a longa trama destas linhas,

 

Sabendo-me, de cor e salteado,

Sem freios e sem rédeas nem cuidado,

Liberta de fronteiras mais mesquinhas...

 

 

Imagem cedida por http://observantes.blogs.sapo.pt/

 

 

 

15
Nov08

NO DESFILE DE ROSAS...

Maria João Brito de Sousa

Hoje o meu soneto vai estar no "Desfile de Rosas" , no cantinho do meu amigo Free-Style.

Muitas rosas irão desfilar, nesse espaço. Para que me possam reconhecer aviso-vos de que desfilarei com o modelo "De Alma Nua..."

O espectáculo terá início às 21.52h (peço desculpa. Enganei-me nos minutos...) do dia de hoje, mas se quiserem dar uma vista de olhos antes dessa hora, já encontrarão outras concorrentes a "desfilar"

ao som de magníficas músicas...

 

Aqui fica o convite e o "bilhete", gentilmente oferecido por http://free-stile.blogs.sapo.pt/

 

 

14
Nov08

A CÉSAR O QUE É DE CÉSAR...

Maria João Brito de Sousa

Eu fui, tu foste, ele foi... sei lá quem foi

Que me invadiu a Torre de Marfim,

Que me roubou as flores deste jardim,

Que pôs o dedo aonde mais me dói...

 

Eu sou, tu és, ele é um bicho-raro,

Um prepotente, um parvo, um desgraçado,

Um "pide", um "bufo", um mal-intencionado

Que tentou boicotar o que me é caro!

 

Serei, serás, será seja-quem-for,

Alguém que me "lixou" tentando impor

Uma vontade sua à minha voz!

 

E seja-lá-quem-for eu, hoje, digo

Que foi girando em torno do umbigo

Sem respeito nenhum por todos nós!

 

 

Ao "seja-lá-quem-for" - até pode ser o espírito desencarnado de António de Oliveira Salazar ou de Adolfo Hitler - que na noite de 6ª Feira, 18 de Julho do corrente ano, fez aparecer no ecrã do meu portátil

a palma de uma mãozinha aberta e a seguinte legenda:

CASTIGO! SEM INTERNET...

Imagem retirada da internet...

 

 

13
Nov08

FASES DA LUA II (poema de rima livre)

Maria João Brito de Sousa

14143817_ESzUu.jpeg

 

Tenho fases (tantas fases...)

Em que fazendo o que faço,

Me esqueço de ser quem sou,

Me dou toda num abraço...

Tenho fases (outras fases...)

Em que me ponho a pensar,

Me esqueço de que me dou,

Fico em "molho de luar".

 

Tenho fases de saber

E fases de duvidar.

Sou, numas fases, mulher,

Noutras sou o que inventar...

 

Na maioria das vezes

A fase que me domina

É a fase dos revezes

Em que volto a ser menina.

 

Faço dos quartos da lua

O meu quarto-de-sonhar,

A minha sala é a rua

Em pura ascese lunar.

 

Tenho fases de saber

E fases de duvidar.

Sou, numas fases, mulher,

Noutras sou o que inventar...

 

Mas por mais que me divida

Em quartos lunares, marés,

Por mais que percorra a vida

E o mundo de lés-a-lés,

Só na lua é que descanso,

Só na lua é que me encontro...

Aspiro, neste remanso,

A deixar no mundo um ponto:

Partir sabendo quem és...

 

Tenho fases de saber

E fases de duvidar.

Sou, numas fases, mulher,

Noutras sou o que inventar...

 

 

Maria João Brito de Sousa - 13.11.2008 - 11.29h

 

12
Nov08

FASES DA LUA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Abreveviei-me, enfim em lua nova

No singular azul deste meu céu...

No sonho que o estarsó me prometeu

Olhei o Universo e pus-me à prova.

 

À prova de mim mesma, do cansaço,

Das coisas que magoam luas-cheias

Neste palco lunar das mil ideias

Preenchendo lacunas de outro abraço

 

Abreviada, já nem sou visível

E transformo em luar cada impossível

Numa constelação pré-fabricada...

 

Mas muda o tempo as fases de uma lua

E assim, despida, eu fico de alma nua...

Quem imagina a lua envergonhada?

 

Maria João Brito de Sousa - Novembro, 2008

 

 

Soneto dedicado à minha amiga Nati (outra alentejana...) que veio enriquecer a nossa "mesinha de café" com a sua presença e partilhou comigo as castanhas do S. Martinho.

 

Imagem retirada da internet

 

11
Nov08

A CAPA DE MARTINHO

Maria João Brito de Sousa

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 

 Martinho, a tua capa, reza a lenda,

Espalhou-se pelos céus, desfez-se em luz

E assim tua bondade reproduz

A dádiva do gesto, a tua of`renda.

 

Martinho, reza a história deste povo

Que ofereceste ao pobre a protecção,

Que a tua capa, qual consolo e pão,

Transformou todo o frio em calor novo...

 

Martinho, em cada ano o céu sorri

Lembrando a grtidão de uma partilha

E o próprio tempo muda e te agradece.

 

Partilhando o calor que havia em ti

Vais fazendo lembrar o quanto brilha

Um gesto, um gesto só, que tanto aquece!

 

 

Imagem retirada da internet

 

10
Nov08

4, 4, 3... e três suplentes

Maria João Brito de Sousa

Diga-se: - Futebol! - porque se trata

De assunto de importância capital

E de tão grande int`resse cultural

Quanto a saúde ou os bairros-da-lata!

 

Diga-se: - Futebol! - Tudo se explica

Nessa palavra curta e tão sonora!

- Foram ver futebol, foram-se embora...

Só "bola" e "pé", tal qual o nome indica...

 

Serviu-me, o futebol, para mostrar

Como um poema pode até cantar

As causas "mais maiores" deste universo!

 

Serviu-me, o futebol, p`ra poetar!

Como vêm não há que duvidar

Do imenso poder que tem o Verso!

 

 

Imagem retirada da internet

 

 

09
Nov08

(COM)TRADIÇÕES - O MESTRE

Maria João Brito de Sousa

Quem muito quer só perde o que não teve.

Eu falo-vos de sonhos, não de bens...

Ati, que nada queres e nada tens,

Eu digo que te admiro. A vida é breve.

 

Nada ter, mesmo nada, é ser tão leve

Que já nem ouve injúrias e desdéns.

Por nada teres eu dou-te os parabéns;

Ninguém pode cobrar-te o que não deves.

 

Repara, nada tens, mas és feliz.

Afinal pouca coisa contradiz

Aquilo que tu és na tua essência...

 

Atenta nas mil coisas que não perdes;

O teu valor é tudo o que tu medes,

Ó meu Mestre e senhor de outra inocência...

 

 

"The Dream" - Henri Rousseau

Imagem retirada da internet

 

08
Nov08

PERCURSO II e III

Maria João Brito de Sousa

I

 

Meu amor de água e sal, quanto eu sonhei

Ter-te só para mim, ter-te só meu!

Sonho de uma menina que cresceu

Assim que a luz chegou e eu acordei...

 

As asas que cortaste (ou que eu cortei?)

Quando enfim descobri que se perdeu

Essa estranha promessa de Romeu

À Julieta que em mim encontrei...

 

E o mundo, a vida, as noites acordadas

Usufruindo absurdas madrugadas

Em que te quis e nunca pude achar-te.

 

Tanta fome de mundo e eu... só sonho!

O cansaço, a rotina, o Mal (medonho!)

Erguendo-se entre nós, sempre a afastar-te...

 

III (O CAIS)

 

Há tanto céu em busca de ninguém!

Tanto mar para olhar e ninguém viu

O verdadeiro "Ser" nesse vazio

Do corpo que a nós todos nos contém...

 

Tanto raio de luz que esse sol tem!

E nem um, de entre vós a descobriu

Nos dias em que tendo fome e frio

Negando a própria luz, disse estar bem...

 

Mas são memórias, coisas que passaram,

Cicatrizes (mais umas...) que ficaram

Na sede de viver-se e fazer mais.

 

Já não olha pr`a trás. Em frente há vida.

Trabalha mesmo meia adormecida

Na pedra alucinada do seu cais.

07
Nov08

O POETA DE LISBOA

Maria João Brito de Sousa

O POETA DE LISBOA

*

 

Falou-vos de canoas e varinas,

De marchas, manjericos e pregões.

Falou-vos do seu mar, das orações,

De velhas conversando nas esquinas

*

 

Contou-vos das tabernas e cantinas,

Do fado, das guitarras, das canções,

Das palavras acesas, dos jargões

Na voz mal afinada dos ardinas

*

 

Falou-vos de Lisboa, das colinas,

Das vielas, da Sé, das procissões,

Das causas e razões mais pequeninas

*

 

Que irão ultrapassando as previsões,

Dos bares e das noitadas com "meninas",

Dos homens, das mulheres e das paixões!

*

 

Mª João Brito de Sousa 

07.11.2008 - 12.45h

 

 

"O Velho Guitarrista" - Pablo Picasso

Imagem retirada da internet

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