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poetaporkedeusker

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UM BLOG SOBRE SONETO CLÁSSICO

Da autoria de Maria João Brito de Sousa, sócia nº 88 da Associação Portuguesa de Poetas, Membro Efectivo da Academia Virtual Sala dos Poetas e Escritores - AVSPE -, Membro da Academia Virtual de Letras (AVL) , autora no Portal CEN, e membro da Associação Desenhando Sonhos, escrito num portátil gentilmente oferecido pelos seus leitores. ...porque os poemas nascem, alimentam-se, crescem, reproduzem-se e (por vezes...) não morrem.
22
Fev08

ANGRA DO HEROÍSMO

Maria João Brito de Sousa

 

Angra do Heroísmo, eu vi-te agora

Num casario bordado a verde e mar!

O sol, por entre as nuvens, vem beijar

Casinhas onde o branco se demora...

 

Angra, eu não sei sequer como te vi

Se aqui, no Continente, sempre estive,

Se o meu corpo por cá resiste e vive

Sem ter tido a ventura de ir aí...

 

E, no entanto, vi-te, eu sei que sim!

Cidade recortada a branco e céu

E a afundar-se no verde de colinas

 

E sei que agora vais morando em mim,

Que me corre nas veias sangue teu

Por obra de outras mãos bem mais divinas...

 

 

 

Maria João Brito de Sousa - 22.02.2008 - 13.31h

.

Feito agorinha mesmo, a pedido da AZORIANA, com o Alto Patrocínio do Grande Arquitecto...

 

 

 


ANGRA DO HEROÍSMO

Angra é pérola nascida do mar,
É ventre verde beijado p'lo céu,
Rosário de estrelas a c'roar
O bravo da ilha, o nosso ilhéu.

Do casario desvio o olhar
P'ro Monte Brasil de cratera ao léu
E lá do alto eu posso avistar
Toda a beleza do azulado véu.

Ilha de Nosso Senhor Jesus Cristo,
Descoberta por ilustres navegantes
Que da memória não são distantes.

De louvar-te - Angra - nunca desisto!
Em dois mil e oito de forma tão grata
Chamas o mundo num «ABRAÇO DE PRATA»!



Rosa Silva ("Azoriana")

 

<input ... >

 

22
Fev08

ALMA DE MAR

Maria João Brito de Sousa

 

 

ALMA DE MAR


*

Eu quero esta minh`alma como o mar;

Lucidamente líquida, abissal,

Mas nunca tão salgada porque o sal

É mais denso e pesado do que o ar.

*



Quero a alma que anseio vislumbrar;

De uma leveza imensa e tão total

Que ascenda pelo céu universal

Como se fosse um raio de luar.

*



Quero ver a minh`alma feita em espuma,

Como as ondas do mar a dar na areia;

Eu, náufraga-perfeita de quem sou,

*



Quero a minh`alma esparsa, como bruma,

Abstracta, intraduzível, como ideia

Que no mar quis perder-se e se encontrou.

*



Maria João Brito de Sousa - 22.02.08 - 12.00h



 

 

21
Fev08

POEMAS COMO ESTRADAS

Maria João Brito de Sousa

 

Razão de ser quem sou, voar mais alto,

Fronteira de mim mesma em contra-mão,

Razão desta loucura sem razão

De indómita vontade em sobressalto.

 

Minha vontade: - Sabre de aço puro

Temperado noutra forja; a dos sentidos.

Minha fé: - Mar imenso, intempestivo,

Que inunda as enseadas do futuro.

 

O fogo de criar que me incendeia

As horas de dormir, já desprezadas,

Desperta-me sentidos ignorados

 

E a luz que deles emana e me encandeia,

Constrói poemas longos como estradas

Que eu hei-de percorrer de olhos fechados!

 

 

Maria João Brito de Sousa  21.02. 2008  08.47h

 

 

20
Fev08

PALCO DA VIDA

Maria João Brito de Sousa

 

 

luz.jpg

 

Amigos, sou aquela que tocou

Por um segundo, só por um momento,

A túnica de luz que iluminou

A morte que ditara o meu tormento.

 

Nesse breve segundo, o sofrimento

Que meu humano corpo trespassou,

Passou de dor a paz e deu alento

À nova vida que essa luz gerou.

 

Agora que me escrevo entre dois mundos

Que invento entre morrer e acordar,

Como "ponto" que lê quanto estribilha,

 

Sou, qual cenário, qual pano-de-fundo,

O actor que sempre teima em não calar

A gratidão imensa da  partilha.

 

 

Maria João Brito de Sousa - 20.02.2008 - 11-25h

 

 

 

19
Fev08

A FILHA PRÓDIGA

Maria João Brito de Sousa

Agora é que começo a conhecer

Este eu que um dia fui e reneguei

Perdida noutro espanto a que entreguei

Um milhão de poemas por nascer

*

 

Mas esse humano amor... tinha de ser;

Fui amante, fui mãe e... já voltei.

Hoje recordo o muito que criei

E sei que nunca me hei-de arrepender.

 *

Agora a filha pródiga voltou

Nas asas dum poema, ou dum cometa,

Fechada como um punho, ou como um nó

 *

E quanta poesia ela criou

A abraça e vai pedindo que prometa

Que nunca mais a torna a deixar só.

 *

 

Maria João Brito de Sousa

18
Fev08

TERCEIRO AUTO-RETRATO

Maria João Brito de Sousa

TERCEIRO AUTO-RETRATO

*

Meu porte de cantiga por cantar,

De ideia inacabada e já nascendo

Ainda uma outra ideia por esboçar

No poema que fui e que vou sendo,

 *

Castelo de ilusões em tom lunar,

Satélite do mundo em que me centro;

Se todas as janelas dão pr`o mar,

As portas, todas, abrem para dentro

Meus olhos, onde a pátina do tempo

Tornou mais negro o negro do carvão,

Sabem de cor a dor e o sofrimento,

 *

Mas calam, bem calado, o seu talento

De verem muito mais que outros verão,

Num olhar que vagueia, desatento

 *

 

Maria João Brito de Sousa  18.02.2008 - 14.10h

17
Fev08

UM CASTELO DE AÇUCENAS

Maria João Brito de Sousa

 

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UM CASTELO

DE

AÇUCENAS
*


Na paz de Deus embalo os meus poemas

E desse não sei quê que vive em mim

Vem-me uma lucidez que não tem fim

E é, no fundo, a razão das minhas penas
*

 

Na paz que delas vem, ergo as empenas

Do castelo em que abrigo o meu jardim

De versos cujas rimas de cetim

Bordei letra por letra. E são centenas!
*

 

No pátio dos poemas que eu herdei,

Na paz que o verso em mim quis delegar,

Vi florescer nas tardes mais serenas
*

 

O pomar dos poemas que criei...

Eu, que mendigo um pão pra mastigar

Do alto de um Castelo de Açucenas.

*

 

Maria João Brito de Sousa - 17.02.2008
*

In Poeta Porque Deus Quer - Autores Editora, 2009

16
Fev08

MUDANÇA(S)

Maria João Brito de Sousa

 

Adivinho, talvez... saber, não sei!

Talvez me escape o tempo, ou falte a vida...

Esta, que agora vivo, é, à partida,

Pequena para tudo o que sonhei!

*

 

Quanto mais tempo e vida, mais farei,

Por isso, em adiando-lhe a partida,

Vislumbro, ao longe, a Terra Prometida

E julgo que, algum dia, a alcançarei

*

 

Vai-me o corpo  pesando e está cansado...

Ah, quem dera a lonjura de infinitos,

Quem dera ir muito além, sendo imortal

*

 

Diluir-me em poemas, ao cuidado

Da transmutante essência dos escritos...

Ser tudo o que hoje sou. Mas nunca igual!

 *

 

Maria João Brito de Sousa

 

 

16.02.08 - 13.00h

 

 

15
Fev08

O PERFEITO NAUFRÁGIO

Maria João Brito de Sousa

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O PERFEITO NAUFRÁGIO

*

 

Decidi naufragar num mar de escolhos;

Fui ao fundo do mar, vi os tritões,

E tornando à jangada-de-ilusões

Novas verdades trouxe nos meus olhos.

*

Viver a vida em terra entre restolhos

Ou mergulhar no mar todo em canções?

Foi-me a alma cedendo às tentações

De naufragar nas ondas, todas folhos.

 *

Coberto dessa espuma e dessa renda,

Eu sou pr`além de mim; sou Terra-ao-Mar

E náufrago em perfeita comunhão

 *

Que em terra não encontra quem entenda

A estranha decisão de se afogar

Tendo a Linha de Terra ali à mão..

*

 

Maria João Brito de Sousa - 15.02.2016

 

digitalizar0013.jpg 

 

Memorando António de Sousa e as suas obras "O Náufrago Perfeito" e "Linha de Terra"

na véspera do 27º aniversário da sua morte física.

 

15.02.08 . 13.00h

.

Vide - http://antoniodesousa.blogs.sapo.pt/

15
Fev08

O PRÓXIMO POEMA

Maria João Brito de Sousa

 

 

Casa de Algés.jpg

 

É neste não saber quando virá

Que o próximo poema me fascina...

Talvez quando dobrar alguma esquina,

Talvez no mar revolto... eu sei-o lá!

 

 

E é nesta incerteza que me dá

A estranha melodia que me anima,

Que cresce e se renova a minha rima

E germina um soneto ao deus-dará...

 

 

Não sei que estranho fado me comanda,

Nem que alheia vontade me norteia

Porque tão só me ocorre este improviso

 

 

Na concretização dessa demanda...

Mas queimo as asas contra uma candeia,

Quando um poema entenda que é preciso!

 

 

 

 Maria João Brito de Sousa.  - 15.02.2008 - 11.31h

 

Imagem  Fotografia recente da porta da nossa casa de Algés, na rua Luis de Camões

14
Fev08

A MULHER INTERROMPIDA

Maria João Brito de Sousa

Não foi assim tão antigamente...

Foi há cerca de um tempo

Mais duas metades de dois tempos meios

Que uma voz, amiga certamente,

Embora longínqua, perguntou por mim

E eu, tão confusa, não me conhecia...

Sou mulher de um homem,

Respondia

E a voz insistia:

- Mulher, quem és tu?

- Sou mãe de um menino que não mora cá

E de três meninas que me querem muito,

Apesar da culpa, apesar de tudo...

 

E a voz repetia:

- Mulher, quem és tu?

Eu iria jurar que não mentia

quando respondia:

- Eu sou essa mãe, apesar do luto!

 

A voz não cedia quando perguntava

Do Espaço, do Tempo e outras coordenadas:

- Ó mãe dos teus filhos, diz-me quem és tu!

Onde moram as tuas horas carnais?

Onde guardas o corpo quando sais

E voas em busca do filho perdido?

Que fazem essas tuas mãos?

Que estrelas tão negras trazes nesse olhar?

Que morte tão estranha te veio buscar

E esqueceu teu corpo entre os teus irmãos?

 

E eu respondia

Sem me aperceber

Que me descrevia sem me conhecer:

- Sou a mulher do meu homem

E a mãe das minhas crias!

Procuro o que se perdeu, o que morreu mal nasceu

E não alcanço encontrar...

 

Mas a voz não se calava nesse eterno perguntar:

- Mulher, que é feito de ti?

Só a ti tens de encontrar!

 

Então procurei-me em mim

E vi que não estava lá...

Procurei-me em todo o mundo,

Do abismo mais profundo

À montanha mais escarpada,

Fui ao Nilo, fui ao Ganges,

Procurei-me em cada ventre

Das grutas mais ignoradas...

 

Devo ter percorrido o universo inteiro

Quando, de repente,

Encontrei um corpo que me não era alheio

E uma alma ardente

Onde cabia, exactamente,

A chama tão acesa do meu peito!

 

E juro

Que foi a primeira vez,

Em toda a minha vida,

Que aceitei a minha imagem denegrida,

Que me não importei de não ser entendida

E me orgulhei da estranha condição

De ser UMA MULHER INTERROMPIDA!

 

 

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

 

13
Fev08

...3, 2, 1... 0! PARABÉNS!

Maria João Brito de Sousa

 

 

Pois é! Este blog faz hoje um mês... "looking back over my shoulder", quem diria que, há exactamente um mês, toda esta linguagem me era completamente estranha...

Sempre gostei de fazer tudo sozinha. Pecadilho meu... acho que nasci assim. Agora excedi-me...

Lembro-me de ter metido "mãos ao blog" como quem se atira da prancha de uma piscina sem saber nadar. Passo 1. Já está! Passo 2... mas que raio é um "template"?

E um "link"? E que maluquice é esta de "tags"?

Bom. A verdade é que ainda não consegui pôr o "Hit Counter" a funcionar. Mas não é nada de tão importante assim...

Ainda estava por resolver o problema das fotos. Já tinha ouvido (e vagamente entendido...) falar de "download" mas aqui falava-se de "upload"... sabia, pelo menos,que "down" é "para baixo" e "up", "para cima". O "download" ficara, por isso, mais ou menos ligado ao gesto de carregar num botão... para baixo. Não percebia é como raio podia alguém carregar num botão para cima. Bolas! Quando se carrega num botão, é sempre para baixo!

Já têm uma pequena ideia do que foi a minha odisseia nestes primeiros dias de blogosfera?

Pois foi exactamente assim. E por aí fora...

Não conto mais nada para não correr o risco de me chamarem atrasada mental...

Tudo isto só para vos dizer que o poetaporkedeusker.blogs.sapo.pt faz hoje um mês

e que estou muito orgulhosa dele. E um bocadinho espantada com a minha persistência...

E, já agora, que muitos destes sonetos foram criados directamente da cabeça para as mãos, das mãos para o teclado e do teclado para o blog. Estou ou não estou a trabalhar bem?

 

 

Um abraço!

 

 

 

Maria João Brito de Sousa

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