09
Jul10
O ELOGIO DA RECTIDÃO
Maria João Brito de Sousa
Nos meus longínquos dias de menina,
Jamais foi posta em causa a pertinência
Do longo, longo tempo de uma ausência
Ou do toque ideal da luz divina.
A casa era, pr`a mim, uma oficina
E, em cada linha escrita, a transparência
Sabia impor-se à dura penitência,
Justificando o quanto me fascina…
Assim, nesse húmus rico, fui crescendo
No centro do canteiro que não esqueço,
Como planta; selvagem, mas erecta!
E se hoje alguma coisa eu não entendo,
É porque, com certeza, o não mereço…
Eu tendo a escrever sempre em linha recta.
Maria João Brito de Sousa – 29.06.2010 – 21.54h