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Mai10
URBANISMO VIRTUAL ou "As coisas que me restam"
Maria João Brito de Sousa
Sobram, de mim, castelos virtuais
Feitos de antigos sons que me roubaram
E os altos torreões pedem-me mais
Relembrando esses tempos que passaram
Enquanto elevo a ponte, ao longe, o cais,
Chorando a solidão dos que ficaram,
Faz ouvir o soluço dos seus ais
Sobre as águas que sempre o abraçaram
À beira rio, ao longo de uma estrada,
Erguem-se, instavelmente, os edifícios
Com lojas que não vendem - mas emprestam… -
Pelas quais se prolonga, incontestada
A humana natureza dos ofícios…
E estas são as coisas que me restam.
Maria João Brito de Sousa
18.05.2010